quinta-feira, 30 de abril de 2009

Com a Serenata, começa a Queima...


Vai ser desta forma que, como sempre, começará a 110ª Queima das Fitas em Coimbra...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Otelo Saraiva de Carvalho

Paulo Portas veio a público, na passada quinta-feira, demonstrar a sua indignação pela promoção a coronel de Otelo Saraiva de Carvalho, considerando que a sua participação no 25 de Abril de 1974 e o papel fundamental que desempenhou no desencadear de todo o movimento de sublevação dos militares contra o Governo, provocando a queda deste, não apagam a sua ligação às Forças Populares 25 de Abril, vulgo FP-25, aquele que foi o mais perigoso grupo terrorista que operou em Portugal no pós 25 de Abril e que foi responsável pela morte de 17 pessoas.

Otelo Saraiva de Carvalho é uma pessoa que suscita controvérsia e divisão entre a sociedade portuguesa. Apresenta-se como uma figura ambígua da história recente de Portugal, que, por um lado revelou determinação e perseverança, ao ser um dos protagonistas da revolução dos cravos, demonstrando convicção e capacidade de agir, quando outros cederam e revelaram-se fracos. No entanto num momento posterior à revolução, ao liderar o Comando Operacional do continente (Copcon), que controlava todas as forças regulares do país e todas as forças especiais, foi promotor dos tempos agitados e revolucionários do pós 25 de Abril, ordenando, a título de exemplo, a ocupação de casas, fábricas e dos latifúndios no Alentejo, ajudando ao clima de instabilidade e incerteza que no momento se vivia. É neste fase que Otelo revela pouco discernimento na utilização do poder que detinha, situação agravada após as eleições para a Presidência da República de 1976, em que Otelo garante 18% da votação, mobilizando um projecto de poder popular, de democracia directa, sem partidos, que acabou por não resultar.
Otelo sentindo uma certa legitimação por parte do povo, inicia um período destrutivo, que se acentua com a sua chefia do grupo FP-25, cometendo vários crimes e atentados nos anos 80, culminando com o seu julgamento e consequente prisão por 5 anos.

Como é reconhecido, Otelo Saraiva de Carvalho possuí um percurso ambíguo, marcado por feitos honrosos mas também por condutas extremamente censuráveis, ao colocar uma certa forma de pensar, num patamar superior ao valor da vida humana. Por isto, que foi dito, revejo-me na posição tomada por Paulo Portas, ao afirmar que jamais será esquecida a ligação directa de Otelo a um grupo terrorista. Mais, penso que um Estado de Direito não pode, não deve premiar sob que forma for, ao nível da promoção pessoal, de categoria, ou mesmo, por intermédio de indemnizações, uma pessoa que teve uma conduta semelhante à de Otelo Saraiva de Carvalho.

Entendo que a actuação de Otelo no desencadear da revolução não lhe conferem, nem pouco mais ou menos, o direito a apagar todo o mal que fez posteriormente ao povo português, nem nos merece qualquer tipo de reconhecimento seja de que tipo for, visto que uma boa acção não "elimina", outras bem piores. Aqui não funciona a lei da compensação.

Esta é a minha opinião pessoal e, Otelo Saraiva de Carvalho não merece nem o meu reconhecimento nem a minha homenagem nesta data que agora comemoramos e relembramos.

domingo, 26 de abril de 2009

O futuro é agora!

Hoje, às 17h30, decorrerá a apresentação pública da candidatura do Dr. Miguel Ginestal à Câmara Municipal de Viseu, no Salão Expocenter (Day After). Este evento contará com a presença do Dr. Vieira da Silva, Secretário Nacional para a Organização do Partido Socialista.


Lançar o debate sobre importantes temáticas e estimular a participação dos viseenses são objectivos deste evento.

É importante a presença de todos num momento que deve ser de grande apoio a este candidato, através de movimentos de pessoas que querem dar o seu contributo, tal como há 4 anos.


O FUTURO É AGORA! Com Miguel Ginestal na Câmara Municipal de Viseu...!

sábado, 25 de abril de 2009

Abril com espírito jovem

Insisto nisto todos os anos: gosto deste dia!

Tenho pena de não ter sentido verdadeiramente a mudança de regime que este dia, há 35 anos, possibilitou.
Tenho pena de não ter sentido a emoção daquele dia...
Tenho pena de não poder sentir na pele a grande diferença entre os dois regimes, entre os dois tempos: o antes e o depois do 25 de Abril de 1974.
Tenho pena de não poder responder estusiasticamente à pergunta tantas vezes feita: "Onde estavas no 25 de Abril?".

Todavia, consigo dar o devido valor a esta data.
Acredito que muitos jovens não o fazem, para além de muitos não perceberem realmente o seu simbolismo.
Pessoalmente, prezo muito a liberdade e a democracia, e é este valor que atribuo a estes dois conceitos que me leva, por exemplo, a usar os instrumentos que os dois me possibilitam. Daí também a grande relevância da blogosfera, a qual constitui cada vez mais uma arma fácil e positiva de demonstração de opiniões e criação de argumentos que nos ajuda a ter um verdadeiro ponto de vista em relação a tudo o que acontece, ou que devia acontecer!

Desta vez, festejei este dia em Vouzela onde estive na primeira iniciativa da Juventude Socialista deste Concelho que decorreu no Auditório Municipal "25 de Abril", a qual decorreu depois de algumas comemorações organizadas junto ao mesmo Auditório.
Esta iniciativa consistia num colóquio sobre o emprego, sendo 0bjectivos principais discutir o presente e as perspectivas do futuro. Tudo isto, ligado principalmente ao emprego jovem e dos recém-licenciados, onde ficou vincada a grande dificuldade que existe actualmente em ter rapidamente um primeiro emprego e que este seja sério, pois, muitos jovens sentem-se cada vez mais obrigados a aceitar trabalhos precários devido ao conhecimento de que se não for dessa forma, continuarão desempregados.
Apesar de tudo isso, ficou notório e foi mesmo referido pela Presidente da JS distrital de Viseu, Patrícia Monteiro, que "esta juventude é a mais bem preparada de sempre", e que por isso, tem de existir esperança num futuro promissor. Há que agir no sentido de quebrar a ideia de que esta é a "geração rasca", porque, de facto, esta geração tem tudo à sua disposição para ser muito mais informada que as anteriores, as quais ainda sentiram a repressão do regime fascista e que também sofreram por isso, incluindo em termos de informação. Existem todos os mecanismos que proporcionem uma real efectivação da qualidade da juventude actual. Considero apenas que, de certa forma, falta o espírito daqueles que lutaram contra o regime ditatorial. Um certo espírito de união e cooperação baseados em princípios norteadores que pressionem as autoridades para que lhes seja possibilitado um melhor e maior acesso ao mercado de trabalho (como foi discutido no colóquio.) Com pena minha, apenas consigo encontrar este espírito nas Juventudes Partidárias e nas Associações Académicas que congregam jovens com espírito incorformista e que consideram que têm algo a dar à sociedade ou querem contribuír positivamente para a sociedade ou coisa pública.

É verdade que só a palavra "política" não é tomada com gosto pela sociedade civil. Surge, portanto, aqui o espaço para os jovens começaram a alterar esse rumo, mostrando que vale a pena intervir na sociedade. Porque a política não é um mal. Porque fazer política é usar a liberdade e dar valor à democracia. Porque, também assim, não deixamos caír os símbolos de Abril e cumprimos o seu legado.

Comemorações dos 35 anos do 25 de Abril


Assinalou-se hoje, uma vez mais, o aniversário da Revolução de Abril, marcada pelos habituais discursos do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e dos partidos com assento parlamentar na Assembleia da República.
A expectativa centrou-se no discurso do Presidente da República, de forma a atestar se o clima de crispação evidente na última semana entre P.R. e Primeiro - Ministro teria novos episódios.

Ao contrário do esperado, Cavaco Silva não fez roturas nem críticas directas à actuação do Governo, antes centrou a sua atenção em temas como o emprego, a segurança, justiça, saúde, educação. Referiu ainda que, num ano de eleições, este não é um tempo de propostas ilusórias e apelou à responsabilidade e consenso entre os partidos.

O protagonismo coube, por sua vez, a Paulo Rangel que atacou acerrimamente a política de investimentos do governo, que considerou de megalómana e faraónica, referindo que é irresponsável comprometer as gerações futuras com decisões levadas a cabo em final de mandato.
Quanto a José Sócrates reafirmou a sua total concordância com o discurso do P.R., à semelhança de Manuela Ferreira Leite e de Paulo Portas.
Os Partidos mais à esquerda consideraram que o discurso de Cavaco Silva devia ter sido mais acutilante e incisivo, focado no desemprego e nas assimetrias sociais.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Novo Mapa Judiciário

A aplicação do Novo Mapa Judiciário arrancou dia 14, nas comarcas do Baixo-Vouga, Lisboa- Sintra e Alentejo Litoral, por um período experimental de dois anos havendo posteriormente a possibilidade mediante os resultados obtidos, de alargar a aplicação a todo o País. Com este Novo Mapa estão em causa novas regras de funcionamento dos tribunais, prevendo a conversão das actuais 231 comarcas, em 39 circunscrições, divididos por cinco distritos judiciais, restruturação esta que envolveu por parte do Estado um valor superior a 17 milhões de euros, em obras de requalificação e construção de novos tribunais.
O lançamento da reforma do mapa judiciário decorreu no Palácio da Justiça de Sintra, com a presença de várias entidades oficiais, entre as quais o Primeiro-Ministro, o Ministro da Justiça e o Bastonário da Ordem dos Advogados.

Segundo o secretário de Estado adjunto e da Justiça, José Conde Rodrigues, uma das virtudes do novo mapa judiciário é "conseguir levar a especialização a nível dos tribunais a todo o país, do litoral ao interior", acrescentando que se pretende, também, com esta reforma "eficiência da organização, adequação à realidade e proximidade às pessoas". Também José Sócrates se pronunciou, considerando a reforma do mapa judiciário "realista" e garantindo que a fase de implantação será faseada de forma a testar os resultados no terreno.

Já Marinho Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados, criticou a 'gestão autocrática' dos tribunais, assente na figura do juiz-presidente, defendendo uma gestão democrática', no âmbito do novo mapa judiciário. O principal defeito deste mapa é o modelo de gestão encontrado que é autocrático e deveria ser democrático', apontando ainda o facto de as pessoas agora ficarem a dois dias de distância do tribunal.

Quanto à Associação Sindical de Juízes diz que o Governo falhou os timmings e não preparou a reforma como deveria. António Martins, presidente do sindicato, considera que há ainda muito a fazer para que o novo mapa judiciário possa ser implementado.“Não há todas as condições necessárias para o efeito. Vamos esperar que a breve trecho estejam. Na realidade, há obras que não estão ainda terminadas. Por outro lado, o recrutamento de assessores ainda não se iniciou e a própria nomeação de juízes presidentes foi feita muito recentemente e não atempadamente”, refere.Estas preocupações são partilhadas pelo presidente do Sindicato dos Funcionário Judiciais.Fernando Jorge diz que ainda falta o “quase” e que, em sua opinião, havia outras reformas mais urgentes.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

"Portugal a Preto e Branco", com Manuela Ferreira Leite

Deixo aqui o link para uma nova iniciativa da Juventude Socialista ligada à Presidente do Partido Social-Democrata, Manuel Ferreira Leite.

Esta iniciativa tem o nome de "Portugal a Preto e Branco".




terça-feira, 21 de abril de 2009

Sondagem da preferência pelo escudo, em vez do euro a servir de escudo perante a crise!

Em relação a esta sondagem divulgada em Bruxelas, é lícito referir que quase dois terços dos portugueses não entenderam adequadamente o estado da Islândia e do Leste Europeu, por exemplo.

É que estes quase dois terços dos portugueses defendem que Portugal estaria melhor protegido contra a crise económica e financeira se a antiga moeda nacional, o escudo, ainda existisse. E esses 62% dos 1000 portugueses inquiridos constituíram a mais elevada percentagem dos 15 países da Zona Euro.

O estudo de opinião realizou-se entre 16 de Janeiro e 22 de Fevereiro a cerca de 27.000 cidadãos da União Europeia.

Eslováquia, Finlândia e Bélgica são os únicos onde se considera que o euro teve um papel positivo face à crise (66%, 61%, 54%, respectivamente.)

De facto, é esta a opinião dos portugueses que demonstra um certo desconhecimento em relação à economia do país e da Europa. Ao aderir ao Euro com António Guterres, Portugal passou a usar uma moeda com níveis de estabilidade muito mais elevados e com uma capacidade de valorização relativamente às moedas mais fortes do mundo. Era essencial fazer parte da Zona Euro, na medida em que a nossa economia é frágil, e com esta adesão haveria mais estabilidade e mais responsabilização do poder governativo, limitando também a exposição às taxas de câmbio.

Confesso que, neste tipo de estudos de opinião, não é de esperar outro resultado. Isto, porque é notório o enorme descrédito que existe em Portugal em relação à União Europeia. E não é só em Portugal...

Há que agir no sentido de mostrar às comunidades que vale a pena acreditar e confiar na União, nos sistemas políticos...surge aqui um espaço de debate importante que deve ser aproveitado para repensar algumas políticas. Este espaço de debate pode corresponder à campanha para as Eleições Europeias, aliás, deve corresponder mesmo!
É importante mostrar que estar na União Europeia proporciona benefícios práticos...tudo isto para não desmoronar as esperanças das comunidades.


segunda-feira, 20 de abril de 2009

"Semana do Emprego"

Nos tempos que correm, faz todo o sentido existirem iniciativas deste tipo.
Esta "Semana do Emprego" é uma iniciativa da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG-AAC), mais particularmente, do Pelouro das Saídas Profissionais da AAC, no qual desempenho o cargo de coordenador.


Desde o início do seu mandato, a DG-AAC mostrou que uma das suas principais bandeiras era o emprego dos recém-licenciados, no sentido de promover sessões de recrutamento em várias faculdades e proporcionar, também, workshops de "técnicas de procura de emprego" com a responsável pelo Gabinete das Saídas Profissionais, Sónia Teles.

Para além disto, esta DG-AAC deu especial atenção à criação de um "portal de emprego" no site da AAC.

Todas estas iniciativas têm constituído uma grande vitória desta DG-AAC e do seu Pelouro das Saídas Profissionais, na pessoa do seu Coordenador-Geral, João Pereira.

Uma vitória pela adesão dos estudantes às sessões de recrutamento, aos workshops, ao "portal de emprego" e ao Gabinete de Saídas Profissionais que recebe cada vez mais estudantes, os quais se sentem cada vez mais esclarecidos e interessados devido à grande promoção que tem sido feita pelo Pelouro.


De facto, sente-se a grande preocupação desta DG-AAC pela inserção dos recém-licenciados na vida activa, através de alertas e apresentação de soluções.


Esta "Semana do Emprego" é um evento que vem na sequência de várias Sessões de Recrutamento e workshops que têm sido promovidos pelo Pelouro desde Fevereiro, e decorre nos 3 próximos dias.


O objectivo é claro: possibilitar aos recém-licenciados, mas também aos estudantes, um contacto mais directo com entidades empregadoras, através de esclarecimentos, propostas de emprego e estágios, promovendo, neste sentido, uma primeira ligação ao funcionamento do mercado de trabalho e às formas de inserção no mesmo.


Aqui fica a calendarização desta iniciativa:


Dia 21, Terça-Feira:

Sessão de Recrutamento - empresa Deloitte (Faculdade de Economia - sala Keynes) - 14h30
Sessão de Recrutamento - Grupo Visabeira (Faculdade de Economia - sala Keynes) - 16h00


Dia 22, Quarta-Feira:

Sessão de Recrutamento - farmaemprego (Faculdade de Farmácia) - 14H30
Workshop sobre "Técnicas de Procura de Emprego (Faculdade de Psicologia - auditório) - 15h00.


Dia 23, Quinta-Feira:

Sessão de Recrutamento - empresa Impulso (Departamento de Engenharia Civil) - 14h30
Sessão de Recrutamento - empresa Capgemini (Departamento de Engenharia Electrotécnica) - 15h00.

domingo, 19 de abril de 2009

Instrução dirigida, mas sem "facilitismos"

No dia 14 de Março de 2009, foi publicado no "Expresso", um artigo de Nuno Crato intitulado "Praticando! Praticando! Praticando!", o qual valorizei bastante.

Nuno Crato é um matemático e estatístico português que tem tido uma extensa actividade de divulgação científica.

Nesse artigo, Nuno Crato fala de pedagogia e dos seus métodos, dando ênfase a aspectos como a prática, memorização, avaliação organizada, e valorizando ainda o papel de uma instrução dirigida, a qual defendo de forma acérrima! Tudo isto, aproveitando para citar psicólogos e estudiosos da cognição como Henry L. Roediger, David Geary e Nathaniel Lasry.

Neste âmbito, foi dada atenção à importância da repetição organizada que tem sido reforçada por muitos estudos modernos sobre o funcionamento da mente humana. Esta repetição organizada era desaconselhada por correntes pedagógicas antiquadas que consideravam a prática e a memorização contraproducentes.

Em relação a Roediger, Nuno Crato deu a conhecer estudos que concluem que os conhecimentos ganham em ser recapitulados e reavivados, mesmo quando estão já memorizados ou assimilados, ou seja, o estudante deve revisitar as matérias aprendidas anteriormente, mesmo quando progride para outros assuntos. Outro aspecto interessante que faz parte dos estudos de Roediger e que ele considera decisivo para a aprendizagem de longo prazo é o papel dos testes, na medida em que estes fazem com que seja possível ao estudante ter noção do seu estado de aprendizagem. No entanto, essa noção parece ser limitada não levando o estudante a reforçar o seu estudo no que mais necessitam.

Para além disto, o autor do artigo liga a palavra "sobreaprender" a David Geary, porque este refere que os estudantes não devem parar depois de terem assimilado o estritamente necessário de determinada matéria, mas devem prosseguir, estudando mais, de forma a reterem o máximo da própria matéria original.

Quando fala de Nathaniel Lasry, é dada referência à forma como este faz as suas interpretações no âmbito de descobertas sobre o carácter activo e adaptável da memória. Neste sentido, é dito que cada vez que um facto é relembrado, a memória transforma-se e reforça-se, recriando-se em novas versões.

Sendo assim, é possível chegar a algumas conclusões determinantes.
Se existe o objectivo de consolidar conhecimentos, há mais que razões para se defender uma avaliação organizada. Avaliação esta que deve ser efectuada de forma repetida e espaçada, pois ao testar os conhecimentos, procede-se a uma recuperação activa da memória, o que por sua vez, reforça os conhecimentos.

De acordo com as considerações de Nuno Crato, todos estes trabalhos científicos são essenciais, nomeadamente, pelas 3 seguintes razões:
- fornecem novos argumentos aos modernos estudos de pedagogia;
- reforçam o papel da instrução dirigida;
- põem em causa as velhas recomendações românticas de um estudo puramente autónomo, conduzido ao ritmo do aluno.

Ora, concordo plenamente com as considerações de Nuno Crato e dos psicólogos e estudiosos da cognição que ele fez questão de referir.

Considero vital este tipo de artigos, sobretudo em tempos de adaptação das faculdades ao Processo de Bolonha, o que em algumas conduz a muitas indefinições, tanto ao nível dos estudantes como a nível pedagógico, onde é visível que muitos professores, apesar de serem excepcionais nas suas áreas, necessitam de ver melhoradas as suas qualidades pedagógicas, conduzindo a uma importante instrução dirigida que contribui para o sucesso dos estudantes, não através de "facilitismos", mas sim de uma avaliação organizada com a criação de métodos de estudo, dando ênfase ao carácter activo e adaptável da memória, reforçando e consolidando conhecimentos.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

17 de Abril de 1969 - início do fim do Regime

No dia 17 de Abril de 1969, em Coimbra, o Edifício das Matemáticas ia ser inaugurado. Esta cerimónia contava com as presenças do Presidente da República (Almirante Américo Tomás), o Ministro da Educação Nacional (Prof. José Hermano Saraiva) e os Ministros das Obras Públicas. Foram recebidos na Reitoria, e seguiram pela Rua Larga até ao Largo D. Dinis. Neste local, os estudantes mostraram as suas palavras de ordem, tais como “Ensino para todos”, “Estudantes no Governo da Universidade” e “Exigimos Diálogo”.

Durante a bênção do edifício, esta feita pelo Bispo de Coimbra com a leitura de um texto, os estudantes voltaram a deixar vincado o seu desagrado interrompendo-o constantemente com gargalhadas e ataques de tosse propositados.

Antes da cerimónia, foi dito ao Presidente da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG-AAC), Alberto Martins (actualmente, Líder Parlamentar do Partido Socialista), que não poderia intervir na cerimónia, pois o Reitor representava a Universidade e já iria discursar, e a intenção dos estudantes falarem prejudicaria as prescrições protocolares.

No interior do edifício, Alberto Martins levantou-se e interrompeu Américo Tomás pedindo-lhe que lhe fosse permitido o uso da palavra: “Sua Ex.ª, Senhor Presidente da República, dá-me licença que use da palavra nesta cerimónia em nome dos estudantes da Universidade de Coimbra?” A palavra foi-lhe negada com a seguinte saída de Américo Tomás: “Agora fala o Ministro das Obras Públicas”. Após este discurso, também não foi dada a palavra a Alberto Martins, sendo a cerimónia terminada abruptamente. Os governantes foram enxovalhados com gritos dos estudantes de faixas erguidas.
Devido a esse pedido de palavra, Alberto Martins foi detido pela PIDE à porta da AAC e os estudantes mobilizaram-se em solidariedade. Foi, de facto, uma enorme demonstração de união dos estudantes perante a censura e opressão do Regime. Os estudantes eram considerados “desalinhados do Regime” e eram, por isso, perseguidos, sendo Coimbra cercada pela Polícia.

Perante este clima, a Academia decidiu reunir-se em Assembleia Magna, no ginásio da AAC. A adesão dos estudantes foi enorme e até estiveram presentes professores, que punham em causa a sua carreira (Orlando de Carvalho e Paulo Quintela). Ficou decretado o luto académico com greve às aulas.

Numa comunicação televisiva, no dia 30 de Abril, José Hermano Saraiva acusou os estudantes de desrespeito e insultos ao Chefe de Estado. Para além disto, referiu que a ordem seria restabelecida em Coimbra.
No dia seguinte, 4000 estudantes estiveram na Assembleia Magna, a qual se realizou no Pátio das Gerais. Repudiaram-se as afirmações do Ministro da Educação Nacional e ficou demonstrada mais uma vez, a vontade em ter uma Universidade nova.
No seguimento da sua comunicação, José Hermano Saraiva ordenou o encerramento antecipado da Universidade de Coimbra até ao início dos exames. Sendo assim, ficou cancelada a Queima da Fitas desse ano, justificada pela solidariedade para com a Academia e dirigentes associativos que tinham sido suspensos.

No dia 28 de Maio, registou-se a maior Assembleia Magna da história da Academia, com 6000 estudantes. Decretou-se a abstenção aos exames, e foram deliberadas duas “Operações”: “Operação Flor” e “Operação Balão”, as quais consistiam na distribuição de flores e balões que representavam o protesto perante as suspensões e processos de inquérito e a exigência da não marcação de faltas durante o luto académico.
Chegamos ao dia 2 de Junho, dia este que correspondia ao início da época de exames. Coimbra estava sitiada, com GNR, PSP e Polícia de choque a ocuparem a Universidade.

20 dias depois realizou-se a final da Taça de Portugal entre a Académica e o Benfica. O jogo não foi transmitido pela RTP, nem contou com a presença do Presidente da República. Isto, porque o jogo se transformou numa manifestação contra o regime, com cerca de 35000 comunicados a mostrar as razões da luta estudantil.

No mês de Julho, o Governo reage novamente alterando a Lei de Adiamento da Incorporação Militar. O objectivo era fazer depender da prorrogativa “o bom comportamento escolar” do estudante. Desta forma, 50 estudantes foram chamados ao Serviço Militar.
A crise académica de Coimbra conduziu inevitavelmente a uma remodelação política no Sector Educacional do Governo: Veiga Simão assume o cargo de Ministro da Educação Nacional, e Gouveia Monteiro é o escolhido para o lugar de Reitor.

Nesta sequência de acontecimentos, a Academia disse não ao regime e à sociedade injusta que existia. Há quem diga que começou naquele dia, o fim do regime. Pelo menos, abriu-se o caminho às reformas e democratização das estruturas universitárias que, 5 anos mais tarde, o 25 de Abril de 1974 viria consagrar.
O dia 17 de Abril de 1969 fez História, contribuindo verdadeiramente para mostrar à sociedade que era mesmo imperativo instalar a Liberdade e a Democracia no nosso País.



quinta-feira, 16 de abril de 2009

terça-feira, 14 de abril de 2009

Fim do tabú

Paulo Rangel foi o escolhido para encabeçar a lista do PSD às Eleições Europeias.
Não é de todo uma escolha surpreendente, e peca, de facto, pela demora na apresentação pública.

Considero que Paulo Rangel é um académico com méritos. É um homem trabalhador, que luta por dominar todos os dossiês. No entanto, é alguém cujas capacidades políticas ainda precisam de se salientar (o que não acontecia, por exemplo com Marques Mendes ou Mota Amaral) e é uma cara nova da política que precisava de mais tempo de campanha, tanto para mostrar aos eleitores as suas ideias europeístas (suponho que existam), como para ganhar a confiança dos mesmos.

É um candidato ao estilo de Manuela Ferreira Leite, um dos seus poucos aliados.

É um candidato com pouco impacto, pouco abrangente, que vai fazer desta campanha, com toda a certeza, não uma discussão da Europa, mas uma oportunidade para "achincalhar" o Governo, como está habituado a fazer na Assembleia da República.

Quando Vital Moreira se mostra dia para dia como um candidato certeiro numa eleição deste tipo, com uma agenda própria bem focalizada para a Europa e para as instituições económicas comunitárias, surge esta candidatura encabeçada por uma pessoa cuja imagem é fraca junto do eleitorado e que vem dar ainda mais confiança ao PS e à lista apresentada.

Enquanto Manuela Ferreira Leite vai dizendo que estas eleições são um teste ao Governo, parece-me essencial que alguém próximo a vá preparando para um resultado bem desfavorável. Estas Eleições podem bem tornar-se num teste à oposição...

domingo, 12 de abril de 2009

Uma atitude colectiva, um desígnio comum

Paul Krugman: "O resultado foi melhor do que esperava nomeadamente um muito maior financiamento das instituições financeiras internacionais".
Daniel Gros: "São passos na direcção certa mas dependem da implementação. Vai demorar anos a organizar o sistema financeiro internacional".
Comunicado da Cimeira do G-20: “A era do segredo bancário terminou”.

A Cimeira do G-20 foi um diálogo entre os países industrializados e as economias emergentes, os quais estavam condenados a entenderem-se para que a crise económica global não se convertesse numa crise política global.

Os líderes conheciam bem os desafios, e sabiam que os actuais problemas são de todos, devendo ser concertada a sua solução, cumprindo o lema tão referido nos últimos tempos: "uma crise global exige medidas globais".

Os políticos europeus foram a Londres demonstrar que assumem a responsabilidade de definir os princípios orientadores para enfrentar uma crise de sistema, através de um novo consenso económico para o mundo, esquecendo contradições que minam as relações entre eles, e avançando para um pacote de estímulo coordenado globalmente.

Desta forma, pode-se dizer que a Cimeira provocou resultados, relançando e reforçando o multilateralismo.
Foi visível a valorização do modelo de mercado regulado sobre o mercado auto-regulado dos dogmas neoliberais, muito graças a Barack Obama que deixou bem vincada a sua posição dizendo não à "ausência de supervisão que nos condena a bolhas que inevitavelmente rebentarão". Era expectável esta preocupação com a regulação e supervisão. Mas esta regulação mais exigente vingou pelos contornos que assumiu, abrangendo "hedge funds" e agências de "rating" ou notação de risco (estas tão atacadas por terem falhado na avaliação do risco dos activos que estiveram na origem do colapso financeiro nos EUA), ou seja, instrumentos financeiros sistémicos que se encontravam sem regulação ou sob regulação pouco exigente. Neste âmbito, surge a criação de um novo órgão de supervisão financeira – Financial Stability Board (FSB) – que vem substituir o Financial Stability Fórum (FSF), com uma ampliação da sua composição e o do seu mandato, e com a adopção de regras duras sobre princípios de compensação salarial e sobre a responsabilidade social de todas as empresas. O FSB promete ser, de facto, uma verdadeira autoridade internacional de supervisão financeira, como se pode exemplificar, tanto pelo controlo que vai assumir dos bónus e das remunerações dos executivos, como pela sua função de monitorizar os paraísos fiscais (off-shores que geram evasão fiscal, fuga à supervisão, lavagem de dinheiro), sancionando os que não forem cooperativos.

No reforço das estruturas financeiras, deve-se dar atenção ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Este emerge como o novo garante do sistema económico global, monitorizando as economias e os riscos globais, de forma independente e equilibrada. Os seus fundos são triplicados para um total de 557 mil milhões de euros.

Deu-se, também, a devida importância ao comércio internacional, no sentido de combater o proteccionismo, através do compromisso dos governantes dos países em minimizar as medidas que tenham efeitos negativos sobre os seus vizinhos, notificar a Organização Mundial do Comércio (OMC) dessas mesmas medidas, e apoiar a indústria do comércio com 250 mil milhões de dólares, nos próximos 2 anos.

Uma preocupação com o ambiente fez também parte da ordem de trabalhos, com o intuito de preparar um novo enquadramento internacional, sendo estabelecido um novo acordo ligado ao ataque à ameaça das mudanças climáticas para chegar a um entendimento na Cimeira das Nações Unidas, marcada para o mês de Dezembro, em Copenhaga.

Defendendo um crescimento mais sustentável, ficou notória a ideia de ajuda aos países do terceiro mundo, com mais auxílio económico e segurança aos países e pessoas que correm mais riscos. Pretende-se que esta ideia seja efectivada através do perdão de dívida à África Subsaariana e do aumento da protecção social no mundo. Para além disto, foi feito um pedido à ONU para monitorar o impacto da crise nos países mais carenciados e ficou decidido que o ouro (que existe como reserva do FMI) será usado para juntar 4,5 mil milhões de euros para ajudar os países mais pobres nos próximos 2 a 3 anos.

Fazendo as contas, aproximadamente 3,7 biliões de euros estão planeados para combater a crise mundo fora, com um indispensável relançamento da procura. Com estes valores, o PIB mundial elevará 4%.

Podemos falar de um êxito nesta Cimeira, apesar de este só ser passível de mensuração passados 4 anos, aproximadamente. Para além disto, é preciso ter a noção de que há contracções que ainda se têm de sofrer para que a recapitalização possa seguir o seu curso. Ainda há muitas medidas impopulares e dolorosas a tomar pelos Governos dos diferentes Estados. Nesta linha, é preciso mencionar que a sociedade civil tem de se preocupar com o tipo de medidas aplicadas, e não tanto com quem as aplica, para que a dimensão social da crise deixe de existir.

Parece-me que se começa a traçar o caminho que proporciona a solução para a crise económica actual, pois, pelo menos, as bases de um novo sistema de regulação global estão lançadas, num consenso que não foi impedido por egoísmos nacionais. Considero ainda, que esta Cimeira cumpriu o papel de duas cimeiras anteriores que também fizeram história (Cimeira de 1933, em Londres, que desiludiu não cumprindo o objectivo de alcançar um consenso para combater a crise iniciada em 1929; e a Cimeira de Bretton Woods, em 1945, que foi um sucesso, pelo menos, até ao abandono do padrão-ouro em 1973, e que tinha sido convocada no sentido de regular o sistema cambial e monetário do pós-guerra).
Tendo como objectivos o relançamento do crescimento, uma nova arquitectura financeira global, reforço das estruturas financeiras, combate ao proteccionismo, novo acordo sobre o ambiente, e a promoção de um crescimento mais sustentável, esta Cimeira realçou que os líderes mundiais sabem bem que, no futuro, não se podem cometer erros como os que se cometeram, principalmente, os ligados à falta de regulação da globalização financeira; sabem que as autoridades reguladoras nacionais não têm condições para proceder a uma regulação/supervisão adequada, sendo essencial (e só assim faz sentido) exercer essa regulação a nível global com autoridades rígidas; e também aprenderam definitivamente a intensa ligação da economia americana com a economia mundial, porque foi mesmo na primeira que a economia começou a desabar e que conduziu à crise mundial, com a qual nos deparamos actualmente.

Antes da Cimeira, Barack Obama referiu:

1 – “De uma vez por todas, aprendemos que o sucesso da economia americana está indissoluvelmente ligado à economia mundial. Não há linha divisória entre as medidas para recuperar o crescimento dentro das nossas fronteiras e as que o sustentam fora delas”;
2 – “Se a Cimeira de Londres resultar numa atitude colectiva, poderemos fomentar uma recuperação segura e evitar crises futuras”.

Pois bem… acredito que esta atitude colectiva existiu durante a Cimeira e vai continuar a existir. Tudo isto para restabelecer um elemento essencial: a confiança. Elemento este que propiciará o regresso da estabilidade, com uma reabilitação do consumo e dos tecidos produtivos, e com a criação de empregos. No entanto, há que provar que existe uma verdadeira solidez dessa quantidade enorme de moeda injectada na economia real. Este sim, também é um factor primordial para ficar provado esse desígnio comum.

sábado, 11 de abril de 2009

www.ferreiraleite.com

Já tinha visitado este site e achei-o bastante estranho.
Muitos anúncios/links de bancos, formas de emagrecimento, venda de telemóveis, etc, etc, etc.
Um blogue repleto de publicidade, mas que também continha o historial da Dra. Manuela Ferreira Leite, a sua agenda, e no lugar de opiniões estão publicadas notícias sobre acontecimentos ligados a conhecidos militantes do Partido Social-Democrata.
Um blogue muito estranho, pensei eu...

Depois vi o blogue "31 da armada", um post de Paulo Querido no seu site (escrito há quase 1 ano atrás), e uma notícia no Telejornal da RTP1. Parece que esta confusão em relação a este blogue não é apenas sentida por mim.
Deixo aqui todos os links para os posts dos dois blogues e para a notícia da RTP1, com o intuito de informar em relação a esta situação.

Considero, apesar de tudo, que o PSD deveria reagir no sentido de ficar tudo esclarecido em relação à autoria do blogue http://www.ferreiraleite.com/. Há relação entre este blogue de "caça-publicidade" e a líder, ou não?
A blogosfera (e não só) exige ser esclarecida, pois é um facto que é cada vez mais difícil apurar se os blogues são oficiais ou não...

Links:
http://31daarmada.blogs.sapo.pt/2502394.html

http://31daarmada.blogs.sapo.pt/2502798.html

http://pauloquerido.pt/politica/quem-foi-ao-mar-perdeu-o-lugar/

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Poder votar no Presidente ideal





Tinha eu 16 anos de idade quando, com muito orgulho e dedicação, fiz parte da última campanha eleitoral do Partido Socialista (PS) nas Eleições Autárquicas de 2005, no concelho de Viseu.

Nessas eleições, o PS apresentou um candidato credível com grandes ideias para o concelho e com uma equipa preparada para os desafios da governação. Esta candidatura demonstrou que Viseu precisava, verdadeiramente, de "gente nova e ideias novas."

Os viseenses foram bastante receptivos em relação à campanha efectuada. De facto, essa campanha foi bastante criativa no seu desenvolvimento. Comícios em pontos importantes e históricos da cidade, acções de rua com propostas concretas, alternativas e tendencialmente mais eficazes e eficientes para o concelho, criação de um jornal de candidatura, onde se pretendia alertar os viseenses para muitas situações onde a Câmara Municipal deveria adoptar um comportamento diferente (ao nível das aldeias, freguesias, e concelho), no sentido de melhorar a qualidade de vida, e onde, também, se apresentavam os rostos das pessoas que se propunham a representar os cidadãos nos 4 anos seguintes. Tudo isto, sempre com um objectivo primordial: ouvir os viseenses e com isso, elaborar com maior conhecimento e exactidão propostas de políticas mais efectivas e, portanto, menos supérfluas, e que por isso mesmo, marcassem a diferença em relação à forma de fazer política do Dr. Fernando Ruas e da sua equipa.

A adesão dos cidadãos ao candidato que ia a votos foi, também, notória. Miguel Bernardo Ginestal Machado Monteiro Albuquerque fez um óptimo trabalho e o PS cresceu cerca de 5 mil votos, conseguindo mais um vereador e mais dois deputados na Assembleia Municipal.

Para as eleições de Outubro de 2009, Miguel Ginestal volta a ser o escolhido e a confiança e ambição são muito mais elevadas do que há 4 anos.

É um facto que este candidato está muito mais preparado, neste momento, para as funções governativas que o município exige. Isso não há dúvida. Com estes últimos 4 anos como vereador e como deputado na Assembleia da República (eleito pelo distrito deste a VII Legislatura), as suas propostas são ainda mais claras, com bons pressupostos e que contam com a participação de um grande movimento de pessoas que desejam mostrar as suas ideias com o intuito de dar um rumo ao concelho. Como ele refere: "incluo-me na geração de políticos que gosta de governar de forma participada".

Hoje, tal como há 4 anos, o município precisa de mudança. É certo que o concelho evoluiu nos últimos anos, mas 20 anos de governação do Dr. Fernando Ruas estão a concretizar-se num vazio de ideias, com políticas de teimosia e com a sua característica lógica do "quero, posso e mando".

Essa mudança governativa é, realmente, essencial. O Dr. Miguel Ginestal faz parte dessa mudança, na medida em que tem sempre lutado por Viseu, com determinação e trabalho, através de propostas que resultem numa melhor qualidade de vida para os viseenses.

Acredito que esta candidatura vai ter sucesso com uma grande mobilização do concelho.

Eu acredito, porque, como membro activo de órgãos da Juventude Socialista do Concelho e Distrito de Viseu, já tive oportunidade de conhecer bem as grandes qualidades humanas e políticas do Dr. Miguel Ginestal.

Agora, com 20 anos de idade, sinto-me feliz por, finalmente, poder votar neste homem que desejo ver à frente da Câmara Municipal de Viseu.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Ética na Política


Escrevi sobre um determinado assunto há algum tempo atrás e tenho necessidade de o fazer novamente, tal a indignação que me acompanha após ter visto a composição da lista do PS às eleições europeias de 7 de Junho.
Continua a falta de respeito da classe política portuguesa perante os cidadãos que a elegem, e isto, sem que ninguém venha a terreno fazer algum reparo ou reprovação do comportamento adoptado por esta classe.

Ontem, uma vez mais, confirmou-se que, os partidos políticos propõem-se não só a precaver os seus próprios interesses particulares, mas também a minar a já parca confiança que o povo ainda lhes confere. Assim, o Partido Socialista, reunido em comissão política, aprovou a constituição final da sua lista de candidatos às eleições europeias. Lista essa, que contém os nomes da eurodeputada Ana Gomes e da ex-ministra Elisa Ferreira, o que, de resto, enquanto apostas do PS para atacar as europeias, são obviamente nomes a ter em consideração. O problema surge quando nos deparamos com o facto de ambas as senhoras terem já anunciado a sua candidatura respectivamente às Câmaras Municipais de Sintra e do Porto.

Será porventura possível acumular o cargo de eurodeputado com o cargo de autarca?!
Na realidade não, e todos sabemos à partida o que acontecerá caso ambas as candidatas não conquistem o poder nas "suas" autarquias. Vai haver então, uma debandada para Bruxelas, visto que o cargo de vereador e líder da oposição não tem dignidade suficiente para que se faça semelhante esforço, segundo consta.


Pessoalmente acho que é uma enorme falta de respeito e de ética política uma pessoa candidatar-se a um qualquer cargo público sabendo de antemão, que caso os ventos não corram de feição, não ocupará o correspondente lugar. É trair deliberadamente a confiança do eleitorado, frustrar as suas legítimas expectativas, pois, como se sabe, as autárquicas são eleições em que mais do que a filiação partidária ou as convicções ideológicas se entrega o voto a um rosto, a uma pessoa em quem confiamos. Assim, não é de admirar que os índices de abstenção sejam muito elevados e a sociedade civil esteja divorciada da classe política, que os políticos sejam objecto de inúmeras críticas e alvo do descrédito da população.


Este exemplo que referi é apenas um, entre as várias condutas éticamente reprováveis que podemos apontar aos nossos políticos, e que não é exclusivo do PS, pois na mesma medida, PSD e as outras forças partidárias não têm pejo em renunciar a certos princípios em prole de certos benefícios, sejam eles de natureza política ou não.
Afigura-se fundamental denunciar este tipo de comportamentos, sob pena de que venham a ser prática usual nas elites políticas, com clara lesão do interesse nacional e do interesse de cada um dos cidadãos.
Poucos se atreveram a falar e a lutar por mais ética na política, entre eles Luís Marques Mendes que teve a coragem de denunciar e traçar uma linha de conduta que pretendia ver traçada no partido e que lhe valeu a perda de 2 consideráveis autarquias, bem como o desgaste inerente ao combate que alimentou com os visados. Outros exemplos se poderiam referir de quem ousou enfrentar as práticas estabelecidas e saiu inferiorizado desse combate, mas o que mais interessa, é acentuar, que apenas combatendo esta negligência política, denunciando este tipo de situações e tendo a "coragem" de estar na política desinteressadamente e de forma altruística, com espiríto de serviço e missão e não com a opção da auto-promoção, é que poderemos paulatinamente alterar o estado de coisas a que chegámos, mudando mentalidades e formas de estar.

Previsões dos Resultados das Eleições Europeias

Encontrei previsões dos resultados das Eleições Europeias, elaboradas por Simon Hix e Michael Marsh (politólogos).
Eles fazem estas previsões com base em sondagens e noutros factores.

Para Portugal, as previsões são as seguintes:

PS - perde 3 eurodeputados;

PSD - perde 2 eurodeputados;

CDS-PP - ganha 2 eurodeputados (prevê-se, portanto, que haja uma manutenção do número de eurodeputados nestes dois últimos partidos, tendo em conta que em 2004 candidataram-se coligados, formando 9 no total);

CDU - sem alteração;

BE - ganha 1 eurodeputado.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Parece que acertei!

Tal como era minha suspeita há algum tempo (escrevi também aqui no dia 30 de Março), Correia de Campos faz mesmo parte da lista do Partido Socialista às Eleições Europeias.

Esta lista encabeçada por Vital Moreira conta também com nomes como Edite Estrela, Capoulas Santos, Elisa Ferreira, Ana Gomes, Manuel dos Santos, José Hasse Ferreira, Jamila Madeira, Emanuel Jardim Fernandes, Luis Paulo Alves.

Mais informações:
http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1195568
ou
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1195568.

O efeito Obama


" (...) cerca de 800 jornalistas presentes na conferência de imprensa de Barack Obama no final da cimeira G20 fizeram uma coisa absolutamente inédita, aplaudiram o Presidente Americano. A história haveria de repetir-se(...) no fim da cimeira da NATO".

Exemplos como este são a maior prova de que existe uma grande esperança global depositada em Barack Obama que, inclusive, contagia meios de comunicação social e respectivos repórteres. De facto, o efeito Obama, como se verificou neste seu périplo pela Europa é geral e as pessoas contam com a sua intervenção directa para alterar o rumo dos acontecimentos. A esperança e credulidade nas capacidades do Presidente Norte-Americano em mudar o estado de coisas é absoluta e, como se tem visto pelas massas humanas que o recebem, bem como pelo histerismo demonstrado, parece que estamos na presença de um "Super Presidente".

Muito se tem dito e escrito, que Barack Obama dificilmente conseguirá estar à altura das expectativas nele depositadas, o que em parte, é logo à partida verdade. Pois, a crise não acabará, as desigualdades sociais não serão eliminadas e a guerra não será erradicada do mundo, apenas pelo facto de Obama ter sido eleito Presidente. Agora, a verdade é que Obama demonstra uma abertura ao diálogo e cooperação com os seus pares, assim como com os seus inimigos,o que contrasta com a anterior Administração e com a posição de normal arrogância de uma super potência. Coloca-se numa posição de humildade, admitindo os erros da política americana, ao mesmo tempo que seduz os que o ouvem falando renovadamente na palavra esperança e de novos tempos que, com a colaboração e empenho de todos hão-de chegar.

Obama é o ícone de uma nova postura, uma nova forma de fazer política, no entanto, acrescenta-lhe ideias e convicções, apresenta-nos um conteúdo e uma base ideológica que dificilmente podemos negar, tal a sua consensualidade. Referiu estes dias, a necessidade de intensificar a colaboração ao nível da NATO, em matéria de segurança apelou ao desarmamento nuclear. Apelou à pacificação entre o Ocidente e o Islão, reiterou a necessidade de combater a crise económica com mais medidas e com maior empenho. Disse que apesar de ter sido contra a guerra no Iraque, que iria manter as tropas até 2010, de forma a retirá-las paulatinamente, demonstrando responsabilidade e respeito pela soberania Iraquiana, ao mesmo tempo que, intensificará a luta no Afeganistão, para derrotar de forma definitiva a revolta talibã. Falou e discursou para todos, mas em particular para a juventude, referindo em Istambul," o mundo será o que fizerdes dele. Podeis decidir construir novas pontes em vez de novos muros", concretizando a ideia de confiança no futuro e de envolvimento de todas as nações para a construção desse mesmo futuro.

Certamente que, existe alguma demagogia nos discursos de Obama, e é óbvio que o seu principal objectivo neste momento é reabilitar a imagem dos Estados-Unidos aos olhos do mundo, o que revela uma política de intervenção extremamente bem traçada, na qual a reaproximação com as diferentes nações é o principal objectivo, nomeadamente a União Europeia, de forma a que volte a ter a opinião pública internacional do seu lado, como a única forma de poder intervir decisivamente na cena internacional sem causar impacto negativo em terceiros.

No entanto, neste momento em que as nuvens se apresentam escuras e densamente carregadas, é fundamental para o comum cidadão ver uma luz ao fundo do túnel, que lhe permita erguer-se novamente no dia seguinte e enfrentar as dificuldades esperadas. É essa fugaz esperança que Barack Obama lhes transmite. Uma forma mais positiva de ver o mundo.Mesmo que a imagem alcançada seja irreal e enganadora, é, como se tem visto, a suficiente para mobilizar milhares de pessoas e colocar os media e a opinião pública do seu lado.

Veremos o que a Administração Obama efectivamente fará, se, porventura conseguirá levar a cabo os seus intentos, e o que defende para os Estados-Unidos e para o mundo. Mas isso é um balanço que só poderá ser feito no futuro.
Para já, podemos julgar Obama com base no novo estilo de política que introduziu, na sedução que emana quando nos evoca para participar em comunhão na realização da Nova Ordem Mundial.
Sabendo de antemão que nenhuma verdadeira política se concretiza efectivamente sem a concordância e adesão do Povo.E ao Povo, Barack Obama tem-no completamente na mão.

Rui Moreira declina convite - Nuno Melo é o escolhido

O deputado Nuno Melo, vice-presidente do CDS, vai liderar a lista do partido às eleições europeias. Os candidatos ao Parlamento Europeu serão aprovados esta noite no Conselho Nacional, mas é possível que o nome do cabeça de lista seja divulgado aos militantes por sms, ainda antes da reunião.

O Expresso apurou que a direcção do CDS gostaria de fazer o mesmo que Barack Obama, quando anunciou por sms o nome do seu candidato à vice-presidência dos EUA. Uma decisão que está apenas dependente de pormenores técnicos.

Desde o início que Nuno Melo é apresentado como uma das hipóteses para liderar a lista às europeias, a par de outros dois deputados - Teresa Caeiro e Diogo Feio. A deputada eleita por Leiria continua a ser uma forte hipótese para número dois da lista, sendo que o CDS tem a expectativa de manter os dois lugares que ocupa actualmente em Bruxelas.

Antes de se decidir por Nuno Melo, Portas ainda sondou o presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, que acabou por declinar essa hipótese.

Segundo fontes da direcção do CDS, o partido tem feito estudos de opinião para uso interno, para avaliar o grau de notoriedade e popularidade dos seus principais rostos. De acordo com esses estudos, depois de Paulo Portas, Nuno Melo é o dirigente centrista mais conhecido, seguindo-se Teresa Caeiro e Diogo Feio.
Fonte: Expresso.pt

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Não arquivar o Freeport

Podia escrever aqui um texto argumentativo demonstrando a minha opinião em relação ao assunto do possível arquivamento do "caso Freeport". Não desejo esse arquivamento e, como concordo integralmente com o texto de opinião de Henrique Monteiro, no Expresso, deixo aqui exposto esse mesmo texto, que traduz realmente a minha opinião:

"
S.F.F., não arquivar o 'Freeport'

Nos meios da magistratura discute-se uma hipótese que me deixa sem palavras: a possibilidade de arquivar o 'caso Freeport'. Nada seria mais nocivo para este país e para a imagem já ultradegradada da nossa Justiça.
Suspeições e preferências à parte - quem sou eu para suspeitar?, mas as minhas preferências vão para um primeiro-ministro eticamente irrepreensível, pelo que desejo que ele não tenha nada a ver com o caso -, estamos perante uma dicotomia da qual não podemos fugir: ou houve corrupção (seja para acto lícito ou ilícito) ou houve coisa pior - conspiração para desprestigiar, atacar ou mesmo derrubar um primeiro-ministro democraticamente eleito.

Goste-se ao não de Sócrates, a segunda hipótese é mais temível do que a primeira. Porque, em boa verdade, a corrupção supera-se com punição e a conspiração, se não for desmascarada, deixa um país à mercê de um grupo obscuro de pessoas cujos interesses e meios de actuação não conhecemos.

Não é, pois, irrelevante - ainda que expirados os prazos legais para a punição prevista na Lei - que se investigue ou não o caso.

Eu, que só sei o que todos sabem e que quero crer que o nosso primeiro-ministro não está envolvido, exijo, como cidadão, uma investigação profunda ao caso. Uma investigação sem tibiezas nem barreiras ou pressões. Uma investigação com os meios que forem necessários.

Não é possível um país admitir que tem um grupo de pessoas que envolve políticos, jornalistas, magistrados e polícias capazes de tamanha campanha negra e de tão poderosa conspiração.

Se, no âmbito de tal investigação, se determinar que houve corrupção, e que portanto as denúncias e cartas anónimas se baseavam em suspeitas firmes e não em mera conspiração, que sejam punidos os corruptores e os corruptos. Se legalmente se entender que o prazo para a punição já prescreveu, há que entender que do ponto de vista político e moral esses prazos não existem. Se, por absurdo, houver provas concludentes contra o primeiro-ministro (ou alguém ligado de alguma forma ao poder nacional ou local), é natural que haja sanção política e moral sobre essas pessoas.

O refúgio no paradoxal segredo de Justiça, aliás regularmente violado, ou nas pregas e dobras da lei para que nada fique esclarecido é, neste caso, um duplo crime! É ocultar-nos, uma vez mais, o que se passou e é permitir que um dos crimes (corrupção ou conspiração) se repita.

É intolerável os cidadãos permitirem o arquivamento do caso.
Por favor, não o façam!
"
Henrique Monteiro, director do jornal Expresso

Fernão Mendes Pinto

Recentemente vi um documentário sobre a vida de Fernão Mendes Pinto e a sua obra, "A Peregrinação", obra literária referência do Séc. XVI, a par de "OS Lusíadas", fundamental para que, de facto, se perceba como decorreu esta época de ouro do império Português além fronteiras.
Assim, agucei o meu interesse e pesquisei mais sobre este autor e a sua obra, sobre os quais ficam aqui algumas achegas:

O Autor da "Peregrinação" e a sua obra confundem - se à primeira vista: Fernão Mendes Pinto é para nós o herói da Peregrinação. Mas não deve esquecer se que o Fernão Mendes da peregrinação é uma criação literária do Autor do livro. Se não houvesse documentos a autenticar a existência de Fernão Mendes Pinto nada nos garantiria que este não fosse uma pura personagem de romance, como o Guzmán de Alfarache de Mateo Alemán.

A "Peregrinação" e é talvez o livro português mais conhecido fora de Portugal, se exceptuarmos Os Lusíadas.Publicada em 1614 – trinta e um anos depois da morte do autor – a obra iniciou o seu destino europeu com a tradução castelhana do Pe. Herrera Maldonado publicada em 1620. Cinco anos depois está traduzida em Inglês (Londres, 1625), e oito anos depois em Francês (Paris, 1628). Durante o século XVII registamos seis edições castelhanas; quatro edições inglesas; cinco edições francesas; quatro edições holandesas – quer sejam traduções integrais, quer abreviadas. No século XVIII esta voga decai

Hoje em dia Fernão Mendes Pinto pode considerar-se um desconhecido. Não só porque a Peregrinação deixou de ser lida forra de Portugal, mas porque os leitores portugueses nem sempre se dão conta do rico conteúdo que o livro encerra. Os eruditos continuam a discutir o problema da veracidade ou autenticidade da informação geográfica da "Peregrinação". Uns batem-se a favor, outros contra. E esquecem o essencial: que a "Peregrinação" é, antes de mais, uma obra de arte de grande classe, uma das maiores criações romanescas saídas da Península Ibérica. É como obra de arte ou, mais precisamente, como expressão de uma consciência e de uma realidade através da ficção, que me parece que importa considerá-la, marcando o seu lugar c o seu significado dentro da história do romance na Península Ibérica e dentro da história das ideias na literatura europeia.

Contributo maior para o conhecimento do Oriente escrito por uma das personalidades de aventureiro mais interessantes do século XVI, a "Peregrinação" é seguramente a mais conhecida e estimada obra portuguesa de literatura de viagens de todos os tempos e o primeiro testemunho directo de um europeu sobre o Japão.
O longo relato estaria concluído por volta de 1578 (data referida na própria obra), mas apenas veio a ser publicado em Lisboa, por Pedro Craesbeeck, em 1614, a expensas de Belchior de Faria. Não por temor da Inquisição, mas apenas por falta de dinheiro para custear a impressão. Fernão Mendes Pinto tentou durante os seus últimos anos de vida, sem sucesso, obter os apoios indispensáveis à edição da sua "Peregrinação": primeiro junto do Rei (a quem está feita a Dedicatória), depois dos Jesuítas e finalmente do grão-duque Cosme de Médicis. O manuscrito original foi deixado por sua morte à Casa Pia dos Penitentes ou das Recolhidas de Lisboa e está perdido.
O exemplar da Biblioteca Geral ostenta um pertence manuscrito "Do Sñr Dom Duarte" que o coloca, sem dúvida, na biblioteca de um grande senhor português do final do século XVI ou inícios do XVII.

Mendes Pinto fora contemporâneo do auge da expansão marítima portuguesa e da paradoxal decadência interna que assolava as terras lusitanas. Chega a presenciar a unificação de Portugal com a Espanha sob o governo de Felipe II de Espanha (1556-1598). A presença da Inquisição fez-se particularmente forte nesse período, promulgada por decreto papal de Paulo III em 1536, um ano antes da partida do autor, e efetivada em 1547, sob a instância de D. João III.
Acredita-se que a Peregrinação tenha começado a ser escrita entre 1569 e 1578, sendo esta última data referida na própria obra. O texto original foi deixado à Casa Pia dos Penitentes que iria publicá-lo 31 anos após a morte de seu escritor. Tamanha demora em sua publicação é creditada ao temor de Mendes Pinto frente à Inquisição
Fontes: Wikipédia, http://www.artmuseum.gov/.

Sismo em Itália

O centro de Itália sofreu esta madrugada um sismo de magnitude 6,7 na escala de Richter, que provocou de acordo com dados provisórios, 150 mortos, para além de, mais de 1500 pessoas estarem feridas e cerca de 50000 perderam a sua habitação. A província de Abruzzo, cuja capital é Aquila, sofreu danos de vária ordem, e a grande maioria das casas da zona histórica apresenta-se com fendas e em muito mau estado.

O Primeiro-Ministro Italiano, Silvio Berlusconi, decretou estado de emergência e foram enviadas várias equipas de busca e salvamento para a zona afectada. Afirmou que era a pior tragédia do milénio, neste que foi o o quarto pior tremor de terra da história de Itália e o mais grave desde 1980.

A polémica já estalou, visto que Giampaolo Giuliani, investigador do Laboratório Nacional de Física de Gran Sasso, previu há cerca de um mês que um forte sismo ia assolar Aquila, no entanto, após alertar as autoridades, estas não deram importância à comunicação, alertando a Protecção Civil que era impossível prever semelhante tragédia.

Entre as vítimas não se encontram portugueses.

Rali de Portugal


O francês Sébastien Loeb (Citroen) venceu este domingo o rali de Portugal, alcançando a quarta vitória consecutiva no Mundial de Ralis.
O pentacampeão do Mundo repetiu o triunfo de 2007, quando a prova também pontuou para o WRC, e fez o pleno de triunfos em quatro provas disputadas no Mundial, cuja classificação de pilotos lidera, com 40 pontos, mais 10 do que o segundo classificado, o finlandês Mikko Hirvonen, que foi também segundo no rali, a 24,3 segundos de Loeb.

domingo, 5 de abril de 2009

"Recomendações dos cidadãos em Portugal"

Achei interessante esta iniciativa, que também foi publicada no blogue "Tempo-Político"...
"50 cidadãos portugueses reuniram-se este fim-de-semana em Lisboa para discutir o futuro económico e social da Europa no quadro de um projecto que envolveu 1500 cidadãos de todos os Estados membros da UE.
Ao longo de dois dias, o grupo de 50 cidadãos de várias regiões do país e com perfis etários e socio-económicos bastante diversos discutiram um conjunto alargado de ideias, preocupações e expectativas relativamente ao papel que a UE, e Portugal enquanto membro da organização, deve assumir para moldar o futuro dos cidadãos num mundo globalizado.
As ideias discutidas cobriram temas tão diversos quanto as questões ambientais e de segurança energética; a igualdade de oportunidades no acesso à educação; a criação de uma disciplina curricular de cidadania europeia no ensino básico; a maior fiscalização das actividades financeiras e da atribuição de fundos e subsídios.
As ideias foram então traduzidas em 10 recomendações concretas e discutidas com académicos e Eurodeputados."


Deixo aqui o link para se poder ver essas 10 recomendações:
http://www.consulta-aos-cidadaos-europeus.eu/news/31032009/recomendacoes-dos-cidadaos-em-portugal

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Jantar - Surpresa

Quinta-feira é dia de jantar habitual em Coimbra, juntamente com uns colegas, incluindo o meu colega, amigo e colaborador neste blog.
Um jantar que conduz inevitavelmente a uma passagem pela noite coimbrã.

Neste jantar, o qual é frequentemente marcado por discussões políticas, discutimos vários temas, desde as medidas de José Sócrates e do Governo até às profundas ideologias e princípios base dos Partidos Políticos, passando por outros temas fracturantes como o casamento homossexual. Tudo isto, com opiniões de militantes dos dois maiores Partidos portugueses, e por isso, em muitos aspectos divergentes.
Pois bem...na saída do restaurante, eis que o responsável pelo mesmo vem ao nosso encontro referindo que, durante o jantar, foi-se apercebendo das nossas conversas. Por esta razão, achou por bem contar-nos o assunto que uns militantes do Bloco de Esquerda tinham abordado, no mesmo restaurante: Manuel Alegre pensa em candidatar-se à Câmara Municipal de Coimbra, com apoio do Bloco de Esquerda!!!
Surpresa? Sim, muita.
Acreditamos que é possível? Sim, e o senhor fez questão de dizer, efusivamente, que votaria nele e que Manuel Alegre venceria as eleições certamente.

É lícito referir que não desejamos alimentar esta notícia. Estamos apenas a publicar o que o responsável do restaurante nos disse, depois de ter escutado alguns militantes do Bloco de Esquerda, na medida em que considerámos a notícia curiosa pelo facto de não estarmos realmente à espera dela.
Tanto eu, como o meu amigo colaborador, sentimos, de facto, espanto e surpresa, como um dia Albert Einstein referiu: "Aquele que já não consegue sentir espanto nem surpresa está, por assim dizer, morto; os seus olhos estão apagados". Poético não? Bem ao jeito de Manuel Alegre...
Estátua de Manuel Alegre, em Coimbra.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Cimeira de Londres - comunicado final

Deixo aqui o link para o comunicado final da Cimeira de Londres disponível no "Wall Street Journal", o qual deve ser bem analisado.

Desastre da Ponte das Barcas

Fez no passado domingo, dia 29 de Março duzentos anos de que ocorreu o desastre da Ponte das Barcas no Porto, como consequência da queda/destruição da ponte e que, na época levou a que se falasse na morte de 4.000 pessoas, número hoje considerado excessivo. A tragédia ocorreu na sequência da fuga da população de um novo exército enviado por Napoleão para invadir Portugal, comandado pelo general Jean de Dieu.
Passados 200 anos, esta data histórica para o Porto foi assinalada com uma escultura de Souto Moura, um par de esculturas simétricas:duas peças em ferro, com oito metros, instaladas nas duas margens, que se veio juntar a um baixo-relevo do escultor Teixeira Lopes, na Ribeira.


quarta-feira, 1 de abril de 2009

Marques Mendes

Esta semana, em princípio será anunciado o nome do cabeça de lista do PSD às eleições Europeias e que, na fase em que vão decorrer, enquanto antecâmara das legislativas, poderão influenciar de forma decisiva o eleitorado a optar por PS ou PSD para governar Portugal.
Já foi avançado por várias vezes o nome de Marques Mendes para encabeçar as listas do PSD ao Parlamento Europeu, nome com o qual concordo inteiramente.
Na minha opinião, Marques Mendes é hoje, após deixar a presidência do PSD, visto como pessoa íntegra e capaz, e detendo um capital de confiança interessante por parte do eleitorado. É pois, um nome bem mais forte do que Vital Moreira, para além da sua superioridade ao nível da oratória e do combate político.

Afigura-se portanto, bastante provável, do meu ponto de vista, que a conjugação de dois factores possa influenciar de forma decisiva as eleições Europeias a favor do PSD. Como disse, o primeiro factor é a "força" do "candidato" Marques Mendes, o segundo prende-se também com a insatisfação patente do eleitorado com o Governo, que tenderá para penalizar este último, fugindo o eleitorado de esquerda, como vem sendo tendência nas sondagens, para o PCP e o Bloco de Esquerda, e o PSD tentando ganhar as eleições ao centro.

Caso o resultado seja favorável para o PSD nas Europeias, no meu entender, todos os cenários são expectáveis, e o PSD poderá reentrar novamente na luta para ser alternativa credível aos olhos do eleitorado e acreditar que, de facto, tem condições para derrotar o PS nas eleições Legislativas.

Ainda existem muitas incertezas quanto a cabeças de lista e respectiva constituição, bem como, a forma que cada partido vai adoptar para "atacar" as Europeias. No entanto, e apesar de não saber o desfecho, creio que vão ser fundamentais para aferir quem será o próximo governo de Portugal.


P.S. - É de extrema importância que todos os partidos políticos encarem as eleições europeias com seriedade, e se esforcem por esclarecer a opinião pública, num momento em que a Europa assume cada vez mais um papel decisivo na nossa afirmação enquanto Nação Democrática e que tem a modernidade e o desenvolvimento por objectivo base.