Tenho pena de não ter sentido verdadeiramente a mudança de regime que este dia, há 35 anos, possibilitou.
Tenho pena de não ter sentido a emoção daquele dia...
Tenho pena de não poder sentir na pele a grande diferença entre os dois regimes, entre os dois tempos: o antes e o depois do 25 de Abril de 1974.
Tenho pena de não poder responder estusiasticamente à pergunta tantas vezes feita: "Onde estavas no 25 de Abril?".
Todavia, consigo dar o devido valor a esta data.
Acredito que muitos jovens não o fazem, para além de muitos não perceberem realmente o seu simbolismo.
Pessoalmente, prezo muito a liberdade e a democracia, e é este valor que atribuo a estes dois conceitos que me leva, por exemplo, a usar os instrumentos que os dois me possibilitam. Daí também a grande relevância da blogosfera, a qual constitui cada vez mais uma arma fácil e positiva de demonstração de opiniões e criação de argumentos que nos ajuda a ter um verdadeiro ponto de vista em relação a tudo o que acontece, ou que devia acontecer!
Desta vez, festejei este dia em Vouzela onde estive na primeira iniciativa da Juventude Socialista deste Concelho que decorreu no Auditório Municipal "25 de Abril", a qual decorreu depois de algumas comemorações organizadas junto ao mesmo Auditório.
Esta iniciativa consistia num colóquio sobre o emprego, sendo 0bjectivos principais discutir o presente e as perspectivas do futuro. Tudo isto, ligado principalmente ao emprego jovem e dos recém-licenciados, onde ficou vincada a grande dificuldade que existe actualmente em ter rapidamente um primeiro emprego e que este seja sério, pois, muitos jovens sentem-se cada vez mais obrigados a aceitar trabalhos precários devido ao conhecimento de que se não for dessa forma, continuarão desempregados.
Apesar de tudo isso, ficou notório e foi mesmo referido pela Presidente da JS distrital de Viseu, Patrícia Monteiro, que "esta juventude é a mais bem preparada de sempre", e que por isso, tem de existir esperança num futuro promissor. Há que agir no sentido de quebrar a ideia de que esta é a "geração rasca", porque, de facto, esta geração tem tudo à sua disposição para ser muito mais informada que as anteriores, as quais ainda sentiram a repressão do regime fascista e que também sofreram por isso, incluindo em termos de informação. Existem todos os mecanismos que proporcionem uma real efectivação da qualidade da juventude actual. Considero apenas que, de certa forma, falta o espírito daqueles que lutaram contra o regime ditatorial. Um certo espírito de união e cooperação baseados em princípios norteadores que pressionem as autoridades para que lhes seja possibilitado um melhor e maior acesso ao mercado de trabalho (como foi discutido no colóquio.) Com pena minha, apenas consigo encontrar este espírito nas Juventudes Partidárias e nas Associações Académicas que congregam jovens com espírito incorformista e que consideram que têm algo a dar à sociedade ou querem contribuír positivamente para a sociedade ou coisa pública.
É verdade que só a palavra "política" não é tomada com gosto pela sociedade civil. Surge, portanto, aqui o espaço para os jovens começaram a alterar esse rumo, mostrando que vale a pena intervir na sociedade. Porque a política não é um mal. Porque fazer política é usar a liberdade e dar valor à democracia. Porque, também assim, não deixamos caír os símbolos de Abril e cumprimos o seu legado.
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