terça-feira, 30 de junho de 2009

Um Novo Modelo de Desenvolvimento - Parte II

Não somos um país competitivo, não o somos ao nível da economia, das empresas e do próprio estado. Somos um país com vários constrangimentos estruturais, a começar pelo facto de possuirmos um estado demasiado grande, burocrata, que tenta intervir em todos os sectores e em todas as áreas, prestando um mau serviço aos cidadãos, esbanjando bens e absorvendo recursos. De facto, o estado é gastador e irresponsável, sem condições para cumprir todas as suas funções de forma cabal e justa. O segredo reside na possibilidade do estado conferir aos privados a oportunidade de intervirem em diversas áreas fundamentais, tal como a saúde, transportes ou o sector da energia, tornando estas áreas bem mais competitivas, com a prestação de melhor serviço e gerindo recursos de forma racional.
Ao nível do ensino e da saúde Portugal investe ao nível dos seus consortes europeus, logo a grande diferença da nossa eficiência reside na má aplicação de recursos, na sua má gestão, e na aplicação de políticas incorrectas.

Como pode o estado português exigir à cerca de uma década, um esforço suplementar a todos os contribuintes, aumentando a carga fiscal, congelando ordenados e retirando direitos e condições, quando o próprio estado é despesista, irresponsável e não cumpridor, devendo milhões às empresas portuguesas?! Como podem os portugueses estar confiantes e investirem quando não vêem os seus esforços e os seus sacrifícios recompensados?! Estas são questões para as quais não descortinamos uma resposta plausível e que estão na base do descrédito e da desilusão sentida pela população em relação à classe política.

Devemos defender, portanto uma nova forma de fazer política e defender um novo modelo de estado, alicerçado em certos valores, tais como o mérito, o rigor, o esforço, a produtividade e a responsabilidade, fundamentais para alcançarmos uma sociedade mais justa, mais coesa e confiante, condições essenciais para ambicionarmos retomar a convergência com a Europa e atingir os seus níveis de desenvolvimento.

Penso que é fundamental também a aposta nas micro, pequenas e médias empresas, de resto constituem a grande base do tecido empresarial português, ao nível do investimento e da formação neste tipo de empresas, pois são elas que são o grande motor do investimento e do emprego no nosso país e essenciais para o aumento da produtividade.

Devemos defender também a competitividade fiscal, aliviar a carga fiscal aos contribuites e às empresas quanto ao IVA e IRC como forma de incrementar o investimento e assim combater a crise instalada.

Fazer uma discussão alargada e ponderada, sem qualquer tipo de condicionalismos, quanto aos investimentos públicos a fazer, sendo que estes são fundamentais para revitalizar a economia, é fundamental optar por aqueles que podem trazer retorno económico sem comprometer o endividamento do país.

Precisamos de reformas efectivas e estruturais ao nível da saúde, do ensino, da justiça, do próprio estado, enquanto pilares fundamentais de um estado de direito democrático. Os males e as ineficiências já se encontram identificadas, haja agora coragem para mudar o estado de coisas, sem demagogia e com uma vontade efectiva e férrea de levar estas reformas por diante.
Entendo que vivemos um período em que deve imperar o pragmatismo e a verdade aliados à vontade de realização e concretização, tendo por base um modelo de desenvolvimento assente na social-democracia, elegendo o individuo e a iniciativa privada como factores decisivos para alcançar o desenvolvimento nas mais diversas áreas. Com um estado mais curto, mais pequeno, menos interventivo e positivista, deixando ao privado a prossecução e condução das mais diversas áreas, criando também entidades reguladoras e fiscalizadoras que cumpram efectivamente a sua função, sem pressões, sem condicionalismos.

A presença esmagadora do estado deve ser afastada e reduzida ao essencial nas mais diversas áreas, como por exemplo a comunicação social, em que o serviço público devia ser contratado com os vários operadores em vez de queimar milhões em dois canais com um serviço público dúbio e insuficiente.
Um Estado mais pequeno e menos interventivo não é sinónimo de um estado menos forte ou com menos autoridade, bem pelo contrário, é um estado em que as tarefas que se propõe a cumprir serão concretizadas com outra capacidade e outra liderança, logo com melhores resultados.

O modelo de desenvolvimento que devemos defender assenta na social-democracia, e é com modelos semelhantes que evoluem os países mais desenvolvidos do mundo. É pois este modelo que devemos optar para promover a modernidade e a a melhoria das condições de vida da população, assente na iniciativa privada, na evolução tecnológica, na formação técnica e superior de capital humano, no investimento das pequenas e médias empresas e assente em reformas estruturais, efectivas em sectores como o ensino, justiça e saúde, promovendo a competitividade, produtividade, rigor e responsabilidade.
Nas próximas eleições quem souber passar melhor a imagem de rigor, e competitividade, assente na vontade de levar a cabo reformas essenciais, será com certeza o próximo Primeiro-Ministro.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Um Novo Modelo de Desenvolvimento - Parte I

Portugal atravessa neste momento uma crise bem mais abrangente e intensa que a tão propalada crise internacional.
É tal como o fado e a saudade uma crise tão nossa, que acompanha todos os portugueses, com o seu costumeiro pessimismo e derrotismo. Uma crise de valores, de iniciativa, de desenvolvimento e modernidade, que nos traz à memória a ditadura salazarista em que o povo se caracterizava pela sua pequenez de espírito e resignação a um estado de coisas em que, à partida, estamos condenados a ser pobres, analfabetos e devotos de algo superior que nos salve da mediocridade reinante, quiçá ainda el rei D. Sebastião.
O nosso atraso de desenvolvimento reside numa herança histórica e cultural que, contudo, não temos sabido contrariar, em prole de uma sociedade mais justa, mais evoluída, mais moderna, um país mais rico e ambicioso.
Nos nossos dias, afigura-se fundamental que tomemos opções correctas, ponderadas e fundamentadas, e por vezes radicais e fracturantes com o passado, de forma a alterarmos o fado que nos calhou em condição.
É necessário reflectir e abordar o modelo de desenvolvimento que seguimos, se o mesmo é o mais correcto e mais justo, se é o modelo mais defensável para prosseguir o esforço de desenvolvimento e modernidade de Portugal e de melhoria da qualidade de vida da população.
Para alcançar este desiderato, deixo à consideração alguns dados sobre o desenvolvimento do país para, posteriormente, num segundo texto avançar com a crítica ao modelo actual e apresentar um novo rumo, uma nova perspectiva.
  • Portugal corre o risco de, na nossa história contemporânea de passar uma década inteira a divergir economicamente da Europa e em 2009 ocupamos o 21º lugar no ranking europeu, quando já fomos o 14º país mais desenvolvido. Enquanto outros países mais pobres começam a convergir e a desenvolver-se, Portugal afasta-se e prepara-se uma vez mais para ocupar a cauda da Europa, mas agora a 27;
  • O nível de vida dos portugueses está cada vez mais longe do nível de vida dos europeus. O nosso rendimento per capita, corrigido pela paridade do poder de compra, correspondia em 1999, a 78,4% da média europeia. Em 2008, baixou para 73,3%;
  • O endividamento das famílias é hoje, de cerca de 130% do seu rendimento disponível, já o endividamento das empresas ronda os 100% da riqueza nacional. Somos o segundo país mais endividado da zona euro;
  • O nosso défice externo tem vindo perigosamente a aumentar. Portugal endivida-se hoje, em cerca de 9% do seu Produto Interno Bruto;
  • Temos uma das mais altas taxas de desemprego da Europa e com tendência para aumentar, cerca de 600.000 desempregados, com os problemas ao nível da coesão económica e do drama social que isto acarreta para a sociedade.

Poderiam ser outros os exemplos e os mais variados. O que temos por certo reside na necessidade de mudança, a procura de novos rumos e de novas políticas. A premência da ruptura com um passado e com políticas que assentam na promiscuidade entre poder político e poder económico, em que o mais pequeno vislumbre de reforma estrutural é logo arrasado pela oposição dos grupos e interesses instalados. É fundamental rechaçar com esta falta de vontade, com esta inércia e propor de uma vez por todas políticas e reformas que possam colocar Portugal no trilho do desenvolvimento e da modernidade, com uma sociedade interventiva e atenta, consciente que a iniciativa privada deve ser, a par do estado, os motores fundamentais do desenvolvimento económico e social que devemos defender e aspiramos alcançar.

domingo, 28 de junho de 2009

A escolha de um Rosto, um Líder, um Caminho

A sondagem da Marktest para o Semanário Económico e TSF foi feita entre os dias 16 e 20 de Junho e teve os seguintes resultados:

PSD - 35,8%

PS - 34,5%

BE - 13,1%

CDU - 9,4%

CDS-PP - 4,4%.

Assim, o PSD é colocado à frente pela primeira vez, desde que o PS é Governo.

Apesar do empate técnico, da bipolarização dos votos (PS e PSD têm mais de 70%), e da descida do PS de 36,3% para 34,5%, pretendo dar uma atenção especial ao índice de popularidade de José Sócrates que foi reforçado, em oposição aos valores do partido.

Esse reforço pode ser essencial! Isto porque é inequívoco que as Eleições Legislativas possuem uma componente cada vez mais personalizada. Nestas eleições, vota-se para eleger deputados que nos representem na Assembleia da República, pois é desta constituição que surge a escolha do Primeiro-Ministro. No entanto, o que está cada vez mais por detrás do voto é a escolha de um Primeiro-Ministro, que é o candidato de cada partido. É esta a lógica eleitoral.

Por ser esta a lógica, os partidos não apresentam uma equipa. Apresentam sim, um líder partidário! Nessa altura, cada partido resume-se a um rosto. Um rosto que tem de ser capaz de congregar vontades, mobilizar a população, informar com rigor, ouvir com disponibilidade, e em vez de impôr, indicar o caminho.

Nas próximas Eleições Legislativas, a escolha de um rosto, de um líder, de um Primeiro-Ministro vai estar presente.
Só há 2 caminhos. A paragem com obsessões e medos ou o avanço com rumo e modernidade.

sábado, 27 de junho de 2009

Os subscritores:

Manuel Brandão Alves, Economista, Professor Catedrático, ISEG;
Carlos Bastien, Economista, Professor Associado, ISEG;
Jorge Bateira, Economista, doutorando, Universidade de Manchester;
Manuel Branco, Economista, Professor Associado, Universidade de Évora;
João Castro Caldas, Engenheiro Agrónomo, Professor Catedrático, Departamento de Economia Agrária e Sociologia Rural do Instituto Superior de Agronomia;
José Castro Caldas, Economista, Investigador, Centro de Estudos Sociais;
Luis Francisco Carvalho, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
João Pinto e Castro, Economista e Gestor;
Ana Narciso Costa, Economista, Professora Auxiliar, ISCTE-IUL;
Pedro Costa, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
Artur Cristóvão, Professor Catedrático, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro;
Álvaro Domingues, Geógrafo, Professor Associado, Faculdade da Arquitectura da Universidade do Porto;
Paulo Areosa Feio, Geógrafo, Dirigente da Administração Pública;
Fátima Ferreiro, Professora Auxiliar, Departamento de Economia, ISCTE-IUL;
Carlos Figueiredo, Economista;
Carlos Fortuna, Sociólogo, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
André Freire, Politólogo, Professor Auxiliar, ISCTE;
João Galamba, Economista, doutorando em filosofia, FCSH-UNL;
Jorge Gaspar, Geógrafo, Professor Catedrático, Universidade de Lisboa;
Isabel Carvalho Guerra, Socióloga, Professora Catedrática;
João Guerreiro, Economista, Professor Catedrático, Universidade do Algarve;
José Manuel Henriques, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
Pedro Hespanha, Sociólogo, Professor Associado, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
João Leão, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
António Simões Lopes, Economista, Professor Catedrático, ISEG;
Margarida Chagas Lopes, Economista, Professora Auxiliar, ISEG;
Raul Lopes, Economista, Professor Associado, ISCTE-IUL;
Francisco Louçã, Economista, Professor Catedrático, ISEG;
Ricardo Paes Mamede, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
Tiago Mata, Historiador e Economista, Universidade de Amesterdão;
Manuel Belo Moreira, Engenheiro Agrónomo, Professor Catedrático, Departamento de Economia Agrária e Sociologia Rural, Instituto Superior de Agronomia;
Mário Murteira, Economista, Professor Emérito, ISCTE- IUL;
Vitor Neves, Economista, Professor Auxiliar, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
José Penedos, Gestor; Tiago Santos Pereira, Investigador, Centro de Estudos Sociais;
Adriano Pimpão, Economista, Professor Catedrático, Universidade do Algarve;
Alexandre Azevedo Pinto, Economista, Investigador, Faculdade de Economia da Universidade do Porto;
Margarida Proença, Economista, Professora Catedrática, Escola de Economia e Gestão, Universidade do Minho;
José Reis, Economista, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
João Rodrigues, Economista, doutorando, Universidade de Manchester;
José Manuel Rolo, Economista, Investigador, Instituto de Ciências Sociais;
António Romão, Economista, Professor Catedrático, ISEG-UTL;
Ana Cordeiro Santos, Economista, Investigadora, Centro de Estudos Sociais;
Boaventura de Sousa Santos, Sociólogo, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
Carlos Santos, Economista, Professor Auxiliar, Universidade Católica Portuguesa;
Pedro Nuno Santos, Economista;
Mário Rui Silva, Economista, Professor Associado, Faculdade de Economia do Porto;
Pedro Adão e Silva, Politólogo, ISCTE;
Nuno Teles, Economista, doutorando, School of Oriental and African Studies, Universidade de Londres;
João Tolda, Economista, Professor Auxiliar, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
Jorge Vala, Psicólogo Social, Investigador;
Mário Vale, Geógrafo, Professor Associado, Universidade de Lisboa.

O Manifesto que faltava

Manifesto de 51 economistas e cientistas sociais

O debate deve ser centrado em prioridades: só com emprego se pode reconstruir a economia

Estamos a atravessar uma das mais severas crises económicas globais de sempre. Na sua origem está uma combinação letal de desigualdades, de especulação financeira, de mercados mal regulados e de escassa capacidade política. A contracção da procura é agora geral e o que parece racional para cada agente económico privado – como seja adiar investimentos porque o futuro é incerto, ou dificultar o acesso ao crédito, porque a confiança escasseia – tende a gerar um resultado global desastroso.

É por isso imprescindível definir claramente as prioridades. Em Portugal, como aliás por toda a Europa e por todo o mundo, o combate ao desemprego tem de ser o objectivo central da política económica. Uma taxa de desemprego de 10% é o sinal de uma economia falhada, que custa a Portugal cerca de 21 mil milhões de euros por ano – a capacidade de produção que é desperdiçada, mais a despesa em custos de protecção social. Em cada ano, perde-se assim mais do que o total das despesas previstas para todas as grandes obras públicas nos próximos quinze anos. O desemprego é o problema. Esquecer esta dimensão é obscurecer o essencial e subestimar gravemente os riscos de uma crise social dramática.

A crise global exige responsabilidade a todos os que intervêm na esfera pública. Assim, respondemos a esta ameaça de deflação e de depressão propondo um vigoroso estímulo contracíclico, coordenado à escala europeia e global, que só pode partir dos poderes públicos. Recusamos qualquer política de facilidade ou qualquer repetição dos erros anteriores. É necessária uma nova política económica e financeira.

Nesse sentido, para além da intervenção reguladora no sistema financeiro, a estratégia pública mais eficaz assenta numa política orçamental que assuma o papel positivo da despesa e sobretudo do investimento, única forma de garantir que a procura é dinamizada e que os impactos sociais desfavoráveis da crise são minimizados. Os recursos públicos devem ser prioritariamente canalizados para projectos com impactos favoráveis no emprego, no ambiente e no reforço da coesão territorial e social: reabilitação do parque habitacional, expansão da utilização de energias renováveis, modernização da rede eléctrica, projectos de investimento em infra-estruturas de transporte úteis, com destaque para a rede ferroviária, investimentos na protecção social que combatam a pobreza e que promovam a melhoria dos serviços públicos essenciais como saúde, justiça e educação.

Desta forma, os recursos públicos servirão não só para contrariar a quebra conjuntural da procura privada, mas também abrirão um caminho para o futuro: melhores infra-estruturas e capacidades humanas, um território mais coeso e competitivo, capaz de suportar iniciativas inovadoras na área da produção de bens transaccionáveis.

Dizemo-lo com clareza porque sabemos que as dúvidas, pertinentes ou não, acerca de alguns grandes projectos podem ser instrumentalizadas para defender que o investimento público nunca é mais do que um fardo incomportável que irá recair sobre as gerações vindouras. Trata-se naturalmente de uma opinião contestável e que reflecte uma escolha político-ideológica que ganharia em ser assumida como tal, em vez de se apresentar como uma sobranceira visão definitiva, destinada a impor à sociedade uma noção unilateral e pretensamente científica.

Ao contrário dos que pretendem limitar as opções, e em nome do direito ao debate e à expressão do contraditório, parece-nos claro que as economias não podem sair espontaneamente da crise sem causar devastação económica e sofrimento social evitáveis e um lastro negativo de destruição das capacidades humanas, por via do desemprego e da fragmentação social. Consideramos que é precisamente em nome das gerações vindouras que temos de exigir um esforço internacional para sair da crise e desenvolver uma política de pleno emprego. Uma economia e uma sociedade estagnadas não serão, certamente, fonte de oportunidades futuras.

A pretexto dos desequilíbrios externos da economia portuguesa, dizem-nos que devemos esperar que a retoma venha de fora através de um aumento da procura dirigida às exportações. Propõe-se assim uma atitude passiva que corre o risco de se generalizar entre os governos, prolongando o colapso em curso das relações económicas internacionais, e mantendo em todo o caso a posição periférica da economia portuguesa.

Ora, é preciso não esquecer que as exportações de uns são sempre importações de outros. Por isso, temos de pensar sobre os nossos problemas no quadro europeu e global onde nos inserimos. A competitividade futura da economia portuguesa depende também da adopção, pelo menos à escala europeia, de mecanismos de correcção dos desequilíbrios comerciais sistemáticos de que temos sido vítimas.Julgamos que não é possível neste momento enfrentar os problemas da economia portuguesa sem dar prioridade à resposta às dinâmicas recessivas de destruição de emprego. Esta intervenção, que passa pelo investimento público económica e socialmente útil, tem de se inscrever num movimento mais vasto de mudança das estruturas económicas que geraram a actual crise. Para isso, é indispensável uma nova abordagem da restrição orçamental europeia que seja contracíclica e que promova a convergência regional.

O governo português deve então exigir uma resposta muito mais coordenada por parte da União Europeia e dar mostras de disponibilidade para participar no esforço colectivo. Isto vale tanto para as políticas destinadas a debelar a crise como para o esforço de regulação dos fluxos económicos que é imprescindível para que ela não se repita. Precisamos de mais Europa e menos passividade no combate à crise.

Por isso, como cidadãos de diversas sensibilidades, apelamos à opinião pública para que seja exigente na escolha de respostas a esta recessão, para evitar que o sofrimento social se prolongue.

Campanhas, Debates, Eleições

Depois de o Governo ter marcado as Eleições Autárquicas para o dia 11 de Outubro, Cavaco Silva decidiu marcar as Legislativas para o dia 27 de Setembro.

Os períodos de campanha oficial são os seguintes para as Legislativas e Autárquicas, respectivamente:
- 14 de Setembro a 25 de Setembro;
- 28 de Setembro a 9 de Outubro.

É tempo de afinar as máquinas de campanha!
Espero só que Cavaco Silva se acalme um pouco apartir de agora (pelo menos foi íntegro ao decidir a data).

O debate está aí...mais ideias, mais propostas, mais projectos, menos intrigas, menos acusações, menos suspeitas... é o que desejo...um debate a sério sobre Portugal, para os portugueses!

1ª transferência não podia ser melhor

Fiquei bastante satisfeito pelas abordagens do Sporting em relação a Matías Fernandez, nos últimos tempos. Hoje, com a transferência do chileno praticamente acertada, estou radiante por um dos meus jogadores preferidos da actualidade ir vestir a camisola do meu clube.

Divulgo aqui dois vídeos, onde é possível observar as qualidades deste jogador.
Reparem bem, e comecem a pensar nas dores de cabeça que ele vai proporcionar aos adversários.




sexta-feira, 26 de junho de 2009

A morte de um ícone

As mudanças de rosto...


O sucesso...

http://www.youtube.com/watch?v=d9RXPdbP5gQ

E o que ainda vinha aí...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Chegou ao fim a batalha de um anjo...

A actriz norte-americana Farrah Fawcett faleceu hoje. Tinha 62 anos e não resistiu a um cancro colo-rectal.

CS e MFL

Reparem bem como Cavaco Silva intervém tanto à medida que as Eleições se aproximam!
E já abre excepções e tudo!

Falo-vos, obviamente, das declarações do Presidente da República, nos últimos tempos. Declarações essas, que começam a tornar-se intrigantes pela coincidência de interesses com as estratégias do PSD.

Espera-se a marcação das Eleições Autárquicas, pelo Governo, para o dia 11 de Outubro. Só faltava agora que Cavaco Silva fizesse com que as Eleições Legislativas fossem no mesmo dia! Depois de ouvir os partidos, só o PSD concorda com essa opção.

No entanto, acredito que o não vai fazer, pois ao fazê-lo, ia deixar bem vincada essa coincidência de interesses com a estratégia do PSD, mesmo que não fosse verdade. Ia ser sempre acusado disso!

Portanto, espero a marcação das Legislativas para o dia 27 de Setembro. Vamos ver.

(Deixo aqui a análise do autor do blogue "blogda-se" sobre a questão da PT e Media Capital, que tem suscitado tanta especulação política).

quarta-feira, 24 de junho de 2009

As 5 linhas do TGV de 2004


Decidi colocar aqui este link, para mostrar que, o que Manuela Ferreira Leite disse hoje, não é verdade. A propósito do TGV e do Governo onde desempenhou as funções de Ministra de Estado e das Finanças, disse que "com Espanha acordou-se apenas fazer os estudos".

Basta clicar no link e ler, para confirmar essa política de (pouca ou nenhuma) verdade.

Entrevista a uma líder (???)

Com Manuela Ferreira Leite, parece-me que o PSD não quer que se vote nele por ser o PSD. Mas sim, por não ser Sócrates. Onde está a identidade do PSD?

E já repararam naquelas frases que esclarecem bem o projecto do PSD para o país? - "não sei o que vou fazer, só sei que não vou fazer isto" (Manuela Ferreira Leite).

Entrevista a uma Economista

"Esta crise foi um abalozinho".

Manuela Ferreira Leite

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Michelle Brito e Sharapova

A brilhar em Wimbledom e a mostrar que as previsões de grande futuro podem estar bem correctas, Michelle Brito volta a suscitar o tema de sempre: os seus gritos.

O jornal "i" abordou este tema:

"Porque é que as mulheres gritam mais do que os homens?

Porque precisam de bater a bola com mais força ou porque gostam de marcar o ritmo?

Michelle Larcher de Brito foi dada como exemplo. A tenista portuguesa de 16 anos irritou tanto com os seus gritos Aravane Rezaï, ao ponto desta se ir queixar ao árbitro. O Times avança com algumas explicações, a primeira é que os gritos são uma forma de disfarçar o som da bola a bater na rede e no solo, no entanto, também servem para marcar o ritmo do jogo. Muitos tenistas dizem que o gritos saem naturalmente e Michelle confirma a teoria. O diário britânico avança ainda que as mulheres gritam mais do que os homens, talvez por influência de Monica Seles, mas também porque necessitam de mais força para bater a bola."

Neste vídeo, são comparados os gritos de Michelle Brito e Sharapova. Para ver e, fundamentalmente, ouvir...

domingo, 21 de junho de 2009

Maldita tendência de politizar tudo, neste país!

Falo-vos sobre o manifesto subscrito por vários economistas (mais propriamente sobre a vertente de acto político que muitos lhe pretendem atribuír), o qual pretende mostrar que se deve reavaliar os investimentos públicos.

Independentemente de, na lista de subscritores, estarem incluídos alguns ex-ministros e figuras ligadas mais ou menos a alguns partidos, este manifesto não pode ser encarado como um acto político. Porque é que existe sempre essa tendência neste país? (O mesmo sucede com as investigações a Câmaras Municipais e outras instituições que são sucessivamente criticadas pelo facto de serem feitas quando se aproximam eleições, por terem algum intuito político. Pessoalmente, acredito que na nossa sociedade impera a lei, e detesto esse tipo de críticas e declarações, como a última de Valentim Loureiro. É verdade que algumas investigações são feitas perto da data das eleições, mas acreditar que são ponderadas e organizadas como acto de denegrir a imagem de alguns perto das eleições, é algo que me deixa irado.)

A inquietação em relação ao objectivo do manifesto foi suscitada, talvez por alguns subscritores do manifesto terem avisado que o mesmo não era um acto político.

Mas este manifesto nem me parece que mostre que os subscritores estão contra os investimentos...querem é mais estudos, para esclarecer os investimentos. Portanto, parece-me unicamente uma proposta de adiamento dos mesmos.

Rejeito, assim, a tese que encara este manifesto como um acto político. Se concordo ou não com o conteúdo...isso já é outro assunto!

Maldita tendência!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Carlos Candal













Carlos Manuel Natividade da Costa Candal nasceu no dia 1 de Junho de 1938.

Foi membro fundador do PS, deputado na Assembleia Constituinte, na Assembleia da República em diversas legislaturas e também no Parlamento Europeu.

Foi cabeça de lista do PS por Aveiro, em 1995, contra Paulo Portas e Pacheco Pereira. Nesta altura, surgiu uma polémica que ficou na história pelo «Breve manifesto anti-Portas em português suave» que escreveu.

Em 2001, Carlos Candal candidatou-se a bastonário da Ordem dos Advogados, mas perdeu para José Miguel Júdice.

Há uns meses, defendeu um processo disciplinar contra Manuel Alegre.

Carlos Candal ia, mais uma vez, encabeçar a lista de candidatos do PS à Assembleia Municipal de Aveiro, nas eleições autárquicas de Outubro.

Faleceu ontem um membro histórico da Democracia e do Partido Socialista, um homem das causas da Liberdade.

(Como coordenador no Pelouro das Saídas Profissionais da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra, deixo também aqui o LINK para o luto deste órgão, ao qual Carlos Candal também pertenceu).

quinta-feira, 18 de junho de 2009

"Ei...get out of here!

Essa política de (pouca) verdade

Cerca de uma semana depois das Eleições Europeias, Paulo Rangel já admite abandonar o cargo de eurodeputado se o PSD vencer as Eleições Legislativas, e se for convidado para integrar o Governo.


Ora aí está a política de verdade de um partido que, através de Marques Guedes, disse que os candidatos sociais-democratas iriam cumprir o mandato e não fariam parte das listas às autárquicas e legislativas. "Isso nem se coloca", dizia ele.


Ver notícia aqui.


quarta-feira, 17 de junho de 2009

Afinal foi o PSD censurado

Então não é que o CDS-PP dominou o debate na Assembleia da República, deixando para trás o PSD?

Este domínio foi possibilitado pela apresentação de uma ridícula Moção de Censura ao Governo, que foi chumbada, como era de esperar.

Esta Moção de Censura não tinha sentido nenhum, mas foi usada pelo CDS-PP como arma de liderar o debate na Assembleia da República. E nesse sentido, resultou! Até o PSD ajudou à "festa" dos democratas-cristãos, votando favoravelmente à referida moção.
Esperava mesmo a abstenção do PSD, porque tinham razões para o fazer (o facto de ser uma moção sem consequências, mesmo que fosse aprovada, pois as eleições se fossem antecipadas iam coincidir com as que vão decorrer realmente - poderia ser uma justificação).
Mas não! Colocaram-se a jeito, parecendo até que não lideravam a "direita portuguesa".

Correu bem ao CDS-PP (liderou a direita no debate), apesar de uma moção de fantasia.
PSD ficou muito mal na fotografia.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Pelo menos, um aspecto positivo

"Nas primeiras eleições de âmbito nacional em que foi aplicada a nova lei da paridade, a representatividade das mulheres na lista de eleitos aumentou 11%. As eurodeputadas ocupam agora 36% do número de assentos nacionais no Parlamento Europeu. Portugal sai da metade inferior da tabela dos Estados membros no que se refere à paridade entre os géneros.

Portugal deu um salto de 11% nos níveis de paridade dos eleitos ao Parlamento Europeu (PE). A lista dos novos eurodeputados nacionais regista 36% de mulheres e 64% de homens. Valores que fazem o País ultrapassar a média da União Europeia (UE) em termos de paridade, ao contrário do que sucedia até agora."


Diário de Notícias

Comissão Política do PS

Ficaram decididos, na Comissão Política do PS, os coordenadores da campanha socialista para as Eleições Legislativas:

António Vitorino - Coordenador do Programa Eleitoral












João Tiago Silveira
- Porta - Voz












Vieira da Silva
- Responsável pela organização da campanha

Professores de Português satisfeitos com exame do 12.º ano

Notícia aqui e aqui.

E se o título fosse "Professores de Português contestam Exame Nacional do 12ºano"?

Era mais um festival de críticas ao Governo, obviamente...

Se calhar foi por isto

Será que foi por isto que o Cristiano se quis afastar do balneário do Manchester United?

O que se passa lá?

Grupo Impresa - Títulos subiram 147% num minuto

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Desabafo...e entrevista a Francisco Louçã

Aqui fica o link para a entrevista do jornal "i" a Francisco Louçã, publicada no dia 12 de Junho.
O líder desse partido que usa o slogan "Estamos Prontos", mas parece que não quer governar. Nem com o PS, nem com mais ninguém.

O Bloco de Esquerda (BE) subiu muito nas votações nas últimas eleições. É interessante este facto, já que Portugal foi dos únicos países onde partidos como o BE aumentaram as suas votações.
A sociedade portuguesa vai atribuíndo mais votos a um partido cuja essência é contestar, criticar. É essa a sua função. Não querem governar. A sociedade tem de reflectir em relação a isto e decidir verdadeiramente o que deseja para o futuro próximo do País. Escolha essa, essencial também para o longo-prazo de Portugal com os desafios tão importantes que se avizinham.

Nas Eleições Legislativas é fundamental escolher um Governo. E só há dois partidos com capacidade para governar.

O BE anda a viver dos votos de socialistas descontentes. No entanto, em Outubro urge votar pela governabilidade do País.
Em termos de resultados, votar BE significa 2 coisas. Por um lado, significa votar numa esquerda contestatária e de bota-abaixismo. Por outro lado, significa, cada vez mais, votar PSD, pois, de facto, "rouba" votos ao PS, quando é um facto que à esquerda não há uma alternativa de governação.

Acredito que NÃO estamos no início de uma intensa desagregação do sistema político, no sentido de encontrar neste partido uma solução ou alternativa de governo!
Espero uma certa bipolarização dos votos, em Outubro. E já agora, uma primeira derrota do BE (desde a criação, só somou vitórias) que diz querer ser "a componente central da esquerda portuguesa".

Eu vou contribuír para a governabilidade do País. Para que não surja um "bloco" que desmantele Portugal!

domingo, 14 de junho de 2009

PSD e CDS-PP

Acordei mais cedo (estas manhãs são habitualmente para descansar da semana académica coimbrã) com o intuito de ouvir a entrevista da TSF/Diário de Notícias a Paulo Rangel.

Parece que o PSD já tem programa para as Eleições Legislativas: coligação com o CDS-PP.

O País não quer voltar a esses tempos...é o que vale!




sexta-feira, 12 de junho de 2009

Fim do Twitter e Apocalipses da cibercultura

Mais um artigo interessante no "Expresso", de alguém sempre muito atento às ferramentas de informação e divulgação disponíveis actualmente: Paulo Querido.
Desta vez, intitulado "O fim do Twitter e os apocalipses da cibercultura (act.)".

Para quem usa e se interessa por ferramentas, como o Twitter. AQUI.

A Direita e o seu deserto de ideias

Um tema muito abordado na campanha das Eleições Europeias:
Direita: neoliberal ou conservadora ?

Neste contexto, os valores centrais da direita deverão ser os da importância da comunidade nacional, da recuperação do património, da preservação do ambiente, da protecção da vida familiar, da centralidade do sistema nacional de saúde, etc.

Os primeiros passos neste sentido estão já a ser dados pela direita europeia, de novo com o Reino Unido à cabeça.

Porém, em Portugal, a direita - estou a pensar no PSD - está alheada de tudo isto e prefere agarrar-se à vitória de Pirro que obteve nas eleições europeias. Em vez de pensar com arrojo, prefere insistir na "cassete" neoliberal: reduzir o acesso dos portugueses à saúde, sobrevalorizar o mercado face à protecção da família, sacrificar o ambiente e o património ao crescimento económico, etc.

No seu deserto de ideias, a direita não merece a confiança dos portugueses para assumir a governação.

João Cardoso Rosas, no jornal "i"

Transferência mais cara de sempre


94 MILHÕES DE EUROS!
Preço justo ou uma imoralidade?

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Public debt

LINK para o artigo

The worst global economic storm since the 1930s may be beginning to clear, but another cloud already looms on the financial horizon: massive public debt.

Investors have been fretting on both counts. Worries about default have been focused on weaker countries in the euro area, particularly Greece, Ireland, Italy, Portugal and Spain, where the single currency removes the option of unilateral inflation.

What should policymakers do? A sudden fit of fiscal austerity would be a mistake.

The next step is to boost the credibility of these principles with rules and institutions to reinforce future politicians’ resolve.

All this is a tall order. Politicians have failed to control the costs of ageing populations for years. Paradoxically, the financial bust, by adding so much debt, may boost the chances of a breakthrough. If not, another financial catastrophe looms.

Estónia 0 - 0 Portugal (mais um capítulo do ciclo Queiroz)

Muitas experiências, muitas invenções, evidentes indecisões na definição do sistema táctico.

Uma verdadeira tristeza para os portugueses que têm em mente aquela equipa de Scolari que jogava....e ganhava!

Há um responsável.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Desemprego e Recessão nas decisões de voto

Uma análise dos resultados das Eleições Europeias e das votações nos concelhos com maior nível de desemprego. Chegou-se a uma certa relação...

"O PS perdeu as eleições de domingo empurrado pela subida agressiva do desemprego. Os socialistas foram menos castigados onde a crise foi mais branda."

Luís Reis Ribeiro, jornal "i"

Para ver, neste dia

Uma iniciativa da Presidência da República, do Museu da Presidência da República e da Comunidade Cultural Virtual:

Portugal, Camões e as Comunidades Portuguesas

O dia 10 de Junho é oficialmente o Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas.

Neste dia, data do falecimento de Luís Vaz de Camões, considerado o maior poeta português, relembram-se os feitos passados dos portugueses e aqueles que, hoje em dia, vivem fora de Portugal e se encontram espalhados por toda a parte do mundo.

Este ano, as comemorações do 10 de Junho têm como palco a cidade de Santarém e será aqui prestada homenagem a todos os portugueses que elevam o nome do nosso país, dentro e fora de Portugal.

Nesta data, lembramos o poema de Camões “Desconcerto do mundo” em que o poeta vê o mundo da sua época com os valores deturpados. Lê e repara como ele observa que as pessoas boas não conseguem ser felizes e são as que sofrem os infortúnios deste mundo, enquanto que as pessoas más vivem sorrindo, sempre têm sorte e se adaptam bem à realidade. Todavia com o poeta isso não acontece, porque ele quando erra é castigado.
Digamos que a justiça é cega e nem sempre se aplica e embora se saiba que não é sempre assim, é bem verdade que os desconcertos continuam a acontecer, daí a grande actualidade do poema.

Ao desconcerto do Mundo


Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.

Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim,
Anda o Mundo concertado.

Luís de Camões

Fonte: cyberteca.wordpress.com

terça-feira, 9 de junho de 2009

Curioso...

Em relação ao veto do Presidente da República - Lei do Financiamento dos Partidos:

"O PSD nunca pretendeu que estas alterações que motivaram o veto do senhor Presidente da República fossem avante", declarou Paulo Rangel aos jornalistas, no Parlamento.

Segundo Paulo Rangel, o PSD "aceitou apenas isso em última instância, para garantir um consenso unânime, que achou que era uma coisa positiva, mas nunca foi a favor, pelo contrário, até foi contra isso".

Fonte: Diário de Notícias.


Podemos confiar neste partido e nas suas posições? Não me parece.

Curiosamente, eram contra, mas votaram a favor da Lei do Financiamento dos Partidos.

Esquisito...

Presidência da República e Second Life


Ao longo do mandato, vem-se confirmando que o uso da Internet e das suas demais ferramentas para uma divulgação mais eficaz constituem, de facto, um objectivo desta Presidência.

Guerra de ex-sócios

Luís Filipe Vieira convocou eleições antecipadas.

Muitos dizem que o fez para evitar que José Veiga avance numa lista candidata.

Que luta esta entre ex-sócios do F.C.Porto para a Presidência do Benfica...!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Voto Branco

No seguimento dos resultados eleitorais de Domingo, conclui-se que, se os votos brancos constituissem um Partido, conseguiriam eleger um deputado no Parlamento Europeu.

Com os seus 164.831 votos, ou seja, com uma percentagem de 4,63%, o possível cabeça-de-lista, Luís Campos e Cunha, seria eleito. Sim, o ex-ministro das Finanças que deseja que um dia o "direito cívico e consciente [de] votar em branco seja reconhecido parlamentarmente com uma cadeira vazia. "

Artigo no Público de 29/05/2009 na íntegra.

"Não era sobre Portugal, mas hoje todos vão falar na derrota do PS"







António Costa Pinto, no jornal "i":

O regresso da instabilidade governamental?

E pronto, não era sobre Portugal, mas hoje todos vão falar na derrota do PS. Ainda por cima com estudos de opinião sobre as próximas legislativas. Manda a verdade que separemos as duas eleições, até pela diferença na taxa de participação, mas a verdade é que a fragmentação partidária aumentou, quer à direita, quer, sobretudo, à esquerda do Partido Socialista, com 20% a manifestarem-se com algum ruído. Não é previsível que o engenheiro Sócrates consiga recuperar uma boa parte, e bem precisa deles em Setembro, mesmo que parte dos que ficaram em casa ontem votem nele em Setembro.

O discurso da governabilidade vai voltar ao cenário politico-eleitoral português. Já sabíamos que a democracia portuguesa não foi feita para dar bónus maioritários aos partidos, mas esta maioria absoluta do PS fez esquecer o próprio e alguns segmentos do eleitorado que a proeza não é fácil, sobretudo à esquerda, com maiores dificuldade de acordos ou coligações. No PSD a actual direcção vai ficar “congelada” até Outubro, mas bem precisa da oposição para a mobilização que se avizinha. Será que a crise e os seus efeitos na sequência eleitoral, entre protesto e alguma polarização, vai provocar o regresso aos governos minoritários?

A vantagem do PS é que só pode subir nas próximas eleições, mas por este aviso poucos esperavam. As surpresas ainda existem.

domingo, 7 de junho de 2009

Não há fim de ciclo! Há muita determinação

2004
PS – 44,52% (12 deputados)
PPD-PSD / CDS-PP – 33,26% (9 deputados)
CDU – 9,10% (2 deputados)
BE – 4,92% (1 deputado)

24 deputados
Abstenção – 61,20% (5.354.244)
Brancos – 2,57% (87.193)
Nulos – 1,39% (47.344)
2009
PPD-PSD – 31,69% (8 deputados)
PS – 26,58% (7 deputados)
BE – 10,73% (3 deputados)
CDU – 10,66% (2 deputados)
CDS-PP – 8,37% (2 deputados)

22 deputados
Abstenção – 62,96% (6.047.480)
Brancos – 4,63% (164.831)
Nulos – 2,00% (71.136)

Estes foram os resultados das Eleições Europeias. Bem diferentes dos de há 5 anos.
Comecemos por aí…

O BE passa de 4,92% para 10,73, e a CDU de 9,10% para 10,66%. Há, portanto, uma subida da esquerda, da esquerda mesmo à esquerda! Uma subida de partidos pouco ou nada europeístas, numas eleições europeias.
O voto de protesto dado nestas eleições reflectiu-se muito nestes 2 últimos partidos, mas também no CDS-PP, e nos brancos!
A CDU teve uma campanha mais consistente que a do BE, sempre com uma concepção muito ideológica contra o projecto europeu, enquanto o BE prefere uma campanha mais difusa, com o intuito de ir buscar votos a vários sectores da sociedade. O BE diz que luta pela justiça em vários sectores, mas ninguém sabe qual o modelo de sociedade que eles defendem. Como seria uma sociedade liderada pelo BE? Porventura dá jeito não o dizer…fica sempre uma coisa indefinida…que vai agregando votos!

O CDS-PP fiel aos seus princípios e valores, e aproveitando e valorizando constantemente o trabalho de Nuno Melo na Comissão de Inquérito do Caso BPN, conseguiu surpreender (como sempre, nos últimos tempos) todos os que já anunciavam o seu desaparecimento, através uma boa votação, e a consequente, eleição de 2 deputados (apesar de os perderem na Assembleia da República, onde eram os mais incisivos).
Em relação aos votos brancos (mais de 164 mil!), suspeito que muitos deles sejam votos de protesto, no sentido em que abrangem muito do eleitorado habitual do PS que quis dar um voto de contestação, sem votar na direita ou na esquerda mais radical ou pouco europeísta.
O PSD não surpreendeu com a sua percentagem de votos. Surpreendeu, antes pela vitória, beneficiando de vários factores, entre os quais os referidos anteriormente, e também de ter lançado um cabeça-de-lista que também surpreendeu pela positiva por ser visto como um outsider em relação aos políticos habituais. No entanto, contribuiu em muito para que estas eleições não fossem europeias. Conseguiu nacionalizar o debate que deveria ser sobre temáticas europeias! Nem no seu discurso de vitória falou da Europa!

De facto, não houve discussão sobre a Europa. E se houve alguém que o quis fazer, esse alguém foi o PS e o seu candidato, logo de início, e foi criticado por isso.
O candidato não era o ideal? Provavelmente, mas também não era obrigado a ser um verdadeiro político. Ninguém duvida das suas qualidades, e não tenho dúvidas que vai ser um excelente eurodeputado e que vai representar Portugal de forma bastante positiva.

Falam de derrota do Governo. Mas que derrota? Onde está a Europa e o Parlamento Europeu no meio disto tudo? Houve um voto de protesto, sim! Mas isso é óbvio, pois é este partido que governa durante a crise, apesar de a dimensão desta não ser controlável pelo PS, nem por ninguém. Os resultados não são bons para o PS, mas servem de alerta.

Falam também em sinal de mudança e de viragem em Portugal. Mudança? Quando se quer dar um sinal de mudança, atribui-se 44,5% a um Partido como aconteceu há 5 anos, antecipando indubitavelmente a alteração de Governo. Este ano, as europeias não são o espelho das legislativas, apesar de haver já uma tentativa para fazer das europeias as eleições que alteram, meses depois, os paradigmas da realidade política.
Agora não foi dado esse sinal. Foi dado sim, um sinal de protesto. Sinal esse que foi visível nas percentagens do BE, CDU, CDS-PP e votos brancos.

Tenho pena que estas não tenham sido umas eleições para escolher a Europa.
Os portugueses mostraram (se chegaram a pensar nisso…) que acreditam no neo-liberalismo, acreditam no mercado por si só, e nas leis de mercado cada vez mais desregulado.
A Europa precisava menos desses dogmas, e mais de força no PS para mais intervenção do Estado e mais e melhor regulação e supervisão.

Parece que às 20h30, começou a campanha para as Eleições Legislativas. Pessoalmente, acredito que esta tentativa de caminhada do PSD não vai ser consolidada em Outubro.

Ao contrário do que diz Paulo Rangel, os portugueses alinham, sim, com o projecto do PS. Os portugueses sabem bem quem querem a liderar o país: uma esquerda popular, democrática, progressista.
Houve um voto de protesto, mas é o PS que o povo quer a liderar o país...!

Considero que, nas Legislativas, vai existir uma bipolarização dos votos. Aliás, espero que isso aconteça, por uma questão de governabilidade. Isto vai ser terrível para o país, se a extrema-esquerda e a direita continuam a acumular votos. O PS e o PSD são os únicos partidos com capacidade de governar o País. E o PS quer continuar a fazê-lo bem, conduzindo Portugal ao progresso. Contudo, sem condições de governabilidade torna-se difícil, pois surgem guerrilhas políticas sem benefícios para ninguém. Urge reflectir e pensar no futuro do país, com uma consequente escolha na liderança do país, e não espalhando os votos por partidos que não têm capacidade para governar.
Se o dia 6 foi o dia de reflexão, é possível dizer que amanhã começam muitos outros…

Desta forma, resta-me mencionar que acredito verdadeiramente que não há um fim de ciclo…há sim um maior empenho numa vitória em Outubro.
“Quem ganha a guerra é quem melhor percebe porque perdeu a batalha.”

Ambição rumo à vitória


Apesar das inúmeras sondagens dos últimos tempos darem a vitória ao partido socialista, hoje, no momento em que ainda faltam apurar algumas freguesias, é clara a vitória do PSD nestas eleições europeias. Uma grande vitória alicerçada numa campanha em que Paulo Rangel apontou de forma clara os pontos em que o PSD diverge politicamente do PS, identificando as opções e as políticas erradas do actual Governo.
Referir que a abstenção é um dos pontos a assinalar nestas eleições, visto que foi superior em relação às anteriores, e deve ser motivo de reflexão.
É um facto adquirido que o PS e o seu líder são os grandes derrotados destas eleições, pois, é o líder do Governo que de certa forma foi agora escrutinado, e o responsável máximo pela escolha do candidato Vital Moreira, que demonstrou grandes fragilidades em campanha. Por outro lado, é inquestionável que os grandes vencedores desta noite eleitoral são o PSD, personificado na pessoa de Manuela Ferreira Leite, que tem conduzido um partido, não sem algumas críticas, mas que demonstrou nestas eleições que a sua perspectiva, e o que defende para Portugal é entendido e aceite pelos portugueses. Em última análise foi sua a escolha do cabeça de lista do PSD, o que se revelou fundamental para estas eleições.
Novos desafios e batalhas se avizinham, mas hoje provou-se que o PSD se assume como alternativa credível ao governo de Portugal e que a política propugnada por Manuela Ferreira Leite é susceptível de ser sufragada positivamente pelos portugueses nas próximas eleições legislativas.
Foi hoje claro, o povo português optou por votar no PSD, de certo revendo-se na política por este defendida e, certamente, farta da arrogância e incompetência demonstrada pelo governo PS.
Confiança num PSD mais forte, mais construtivo, confiança num futuro melhor para Portugal.

sábado, 6 de junho de 2009

"La cosa Berlusconi"

No veo qué otro nombre le podría dar. Una cosa peligrosamente parecida a un ser humano, una cosa que da fiestas, organiza orgías y manda en un país llamado Italia. Esta cosa, esta enfermedad, este virus amenaza con ser la causa de la muerte moral del país de Verdi si un vómito profundo no consigue arrancarlo de la conciencia de los italianos antes de que el veneno acabe corroyéndole las venas y destrozando el corazón de una de las más ricas culturas europeas. Los valores básicos de la convivencia humana son pisoteados todos los días por las patas viscosas de la cosa Berlusconi que, entre sus múltiples talentos, tiene una habilidad funambulesca para abusar de las palabras, pervirtiéndoles la intención y el sentido, como en el caso del Polo de la Libertad, que así se llama el partido con que asaltó el poder. Le llamé delincuente a esta cosa y no me arrepiento. Por razones de naturaleza semántica y social que otros podrán explicar mejor que yo, el término delincuente tiene en Italia una carga negativa mucho más fuerte que en cualquier otro idioma hablado en Europa. (...)

José Saramago, no jornal El País, sobre Sílvio Berlusconi.

Ambição

Cumpre fazer um balanço do que foi esta campanha eleitoral e das expectativas criadas pela mesma e que serão concretizadas amanhã à noite, quando o povo português manifestar, uma vez mais, a sua vontade democrática. Estas eleições para o parlamento europeu, não foram, de facto, propícias ao esclarecimento das questões europeias, pelo contrário, o tempo de antena esteve reservado às questões nacionais, à troca de acusações entre partidos e à demagogia costumeira. As eleições foram encaradas como um teste à popularidade dos partidos, à sua capacidade de mobilização e, principalmente, uma prova de fogo para o actual governo, alvo de grande desgaste e crítica por parte da opinião pública nos últimos meses. Perdeu-se uma nova oportunidade para todas as forças políticas, com sentido de responsabilidade, esclarecerem os portugueses sobre todas as questões europeias, pois,de facto, o espaço europeu, a sua construção e a influência que tem nas nossas vidas, requer que saibamos em consciência do que se trata e o que está em causa. Uma vez mais, preteriu-se o interesse público, sacrificado perante o interesse partidário, da obtenção imediata de votos, a todo o custo. Ficaram os portugueses a perder.

No que diz respeito à campanha eleitoral, penso que foi notório a organização e coerência do PSD em contraposição à falta de identidade da lista de Vital Moreira, à sua natural falta de vocação para estar a frente de uma lista, e incapacidade de fazer passar uma mensagem, por mais inócua que ela fosse.
Vejamos: O PSD aprova a sua lista de candidatos ao parlamento europeu por unanimidade, coisa rara neste tipo de situações, o que demonstra, à partida uma lista consensual e forte, isto num partido que se revela polémico, pela sua diversidade e pluralismo, nas suas escolhas;

O PSD elaborou uma lista composta por elementos com experiência governativa, alguns com vasta experiência no parlamento europeu, conjugada com elementos mais jovens, apresentando o único candidato com menos de 30 anos, em posição elegível, aposta clara nos jovens, demonstração que a juventude é fundamental na construção europeia;

O PSD todos os candidatos que apresentou e caso sejam eleitos, comprometeram-se para com os portugueses e para com o partido, a cumprir cabalmente e na íntegra, o seu mandato, representando Portugal do início ao fim com sentido de responsabilidade. Já outros, colocam candidatos que, ou não vão cumprir o seu mandato, ou então deixaram o parlamento europeu de reserva, caso as sua ambições locais saiam goradas. Ora isto não é sério, e deve ser julgado pelos portugueses;

Ao nível das propostas, do PS, a mais relevante, ou pelo menos, a única de que me apercebi, foi a criação de um imposto europeu, que o seu candidato não soube explicar, para além da polémica com o seu líder acerca do seu apoio a Durão Barroso, na sua recondução para líder da Comissão europeia. Um sem número de confusões e contradições, significado de uma equipa espartilhada, sem rumo e sem ideias, o que se afere também pelo recente ataque ao PSD tendo por base o caso BPN, revelador de falta de ética e do desespero do candidato Vital Moreira, representante de um partido com telhados de vidro nesta matéria. O PSD nunca enveredou por essa via do ataque indiscriminado, misturando política com justiça. mas outros pautam-se por outro tipo de valores, ou falta deles.o povo julgará;

Enquanto jovem ficou-me na retina a proposta do PSD de alargar o programa Erasmus com mais incentivos, bem como a proposta inovadora de criar um programa de mobilidade a nível europeu, ao nível do 1º emprego. Enquanto português, a afirmação inequívoca de que apoiaremos Durão Barroso para mais um mandato, reforçando o poder de Portugal no mundo, afirmando a nossa competência por intermédio dos nossos melhores representantes. Ao nível da aplicação dos fundos comunitários, ficou a ideia e a necessidade da sua utilização de forma racional, deslocando-os para o combate à crise, no apoio às pequenas e médias empresas, asfixiadas neste momento, de forma a estimular o consumo e combater o desemprego.

At last but not least, reter a ideia de que o PSD demonstrou uma grande superioridade ao nível da organização, propostas, seriedade e conduta. Mostrou um cabeça de lista, descomplexado, construtivo, aguerrido e exigente, com a sua lista e com o nível de campanha. Bom poder de argumentação, o melhor nos debates realizados, e o único com o golpe de asa necessário para demonstrar nestas últimas semanas que o PSD é neste momento o único partido com condições para representar Portugal na Europa. Um óptimo candidato, com certeza, um excelente eurodeputado.


Estou certo que amanhã à noite o PSD, por tudo o que fez, alcançará um resultado extremamente positivo e, com certeza, não será um dos partidos derrotados da noite eleitoral. Visto que ainda há poucos meses davam ao PSD uma desvantagem de cerca de 10 pontos percentuais em relação ao PS, é claro neste momento a inversão desse cenário, prova de que os portugueses se revêem no partido social democrata e a viragem no panorama político português está próxima. É possível e provável que o PSD saia derrotado das eleições de amanhã, mas, de certo, obterá um resultado extremamente honroso que lhe permitirá encarar com ânimo as batalhas eleitorais que se aproximam.
De qualquer forma acredito numa vitória, o PSD merece esta vitória, fruto da competência e seriedade demonstrada neste combate eleitoral, assim seja decidido pelos portugueses.

Há sempre uma primeira vez...

É neste boletim de voto que vou votar pela primeira vez numas Eleições...depois de tantas eleições de órgãos associativos de estudantes e órgãos partidários da minha Juventude Partidária...chegou o momento de dar o meu contributo a nível nacional (neste caso, mais europeu), com civismo e sentido de dever!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Posição clara (agora sim!)


Vital Moreira tem sido alvo de várias críticas devido às suas declarações acerca de alguns temas e que são consideradas precipitadas, possibilitando imediatamente respostas de outros candidatos ao Parlamento Europeu.

Ontem (numa entrevista à RTP2), ficou bem esclarecida a posição de Vital Moreira em relação à escolha do próximo Presidente da Comissão Europeia. Já sabia que esta era a posição dele (tanto por ter percebido logo quando ouvi as declarações, como pela entrevista que deu há cerca de um mês ao Correio da Manhã), mas esta precisava de ser demonstrada com eficácia nos media. Isto, porque sem esta justificação mais esclarecida, há sempre espaço para críticas dos adversários.

Sendo assim, a posição é mesmo esta (e concordo plenamente): se o PSE vencer as eleições europeias, elegendo mais eurodeputados, o Presidente da Comissão Europeia deve ser um Socialista. Pelo contrário, se for o PPE a vencer, o Presidente da Comissão deverá ser deste grupo. Para nós, portugueses, e usando a justificação do interesse nacional, Durão Barroso deve ter o nosso apoio, nestas circunstâncias.

Esta era e é a minha opinião, e Vital Moreira também a deixou bem vincada ontem, como já tinha tentado antes, mas com pouca eficácia, dando possibilidade aos adversários de falarem sobre as possíveis divergências entre Vital Moreira e José Sócrates. Agora sim, posição esclarecida!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Tiananmen

O PARADOXO CHINÊS, 20 ANOS DEPOIS

Na madrugada de há vinte anos, o governo chinês mandou os tanques para a praça de Tiananmen e esmagou um movimento de protesto liderado por milhares de estudantes e intelectuais, contra o autoritarismo e a favor da democracia e economia de mercado. Ontem, ao mesmo tempo que anunciava o investimento de 2,2 mil milhões de dólares no banco norte-americano Morgan Stanley, o governo mandou as forças de segurança patrulhar a praça de Tiananmen - um dia depois de ter mandado bloquear sites na internet e redes como o Twitter e o Flickr.

Assim se mede o grande paradoxo do pós-Tiananmen na China - a agora potência económica e maior financiadora dos Estados Unidos continua a ser liderada pela mão firme do Partido Comunista Chinês, numa mistura entre iniciativa privada, capitalismo de Estado e autoritarismo político.

"Não foram só os estudantes que perderam em 1989. O grupo liberal no topo da hierarquia política chinesa, que permitiu que os estudantes tivessem chegado tão longe, foi afastado e nos últimos 20 anos tem sido o grupo tecnocrata e conservador a dirigir a China", indica ao i Miguel Monjardino, especialista do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica. "Mas o grande paradoxo de 1989 é que a facção mais dura, em vez de fechar o país e acabar com as reformas económicas, abriu a China ao exterior por razões altamente pragmáticas", acrescenta.

O pragmatismo chinês - "não interessa de que cor é o gato se caçar o rato", é a máxima do então líder Deng Xiaoping - tem-se traduzido nos últimos 20 anos num contrato implícito entre o Partido Comunista e os cerca de 1,3 mil milhões de chineses. "Alguma repressão política a troco de grande crescimento económico", aponta Monjardino.

Os resultados têm sido espectaculares na frente económica - crescimento de dois dígitos, mais de 250 milhões levantados da pobreza, acumulação de reservas -, mas à custa da factura do autoritarismo e da corrupção endémica nas esferas locais do partido.

"Não creio que o 4 de Junho tenha sido esquecido, mas sob a pressão do medo as pessoas não querem falar", afirmou, em Pequim, o escritor Yu Jie à agência Reuters. Cerca de 30 pessoas estão ainda a cumprir penas de prisão devido às suas actividades em 1989. Na terça-feira, a China bloqueou o acesso aos noticiários estrangeiros e interrompeu brevemente o acesso ao serviço de correio electrónico. Nas faculdades, há ordem para observar os movimentos dos estrangeiros e até os taxistas têm instruções para ter atenção a passageiros suspeitos que tenham por destino a praça.

Há vinte anos, segundo a Cruz Vermelha, morreram 2600 pessoas no massacre de Tiananmen. A contagem oficial do governo chinês aponta para 241 pessoas. Para o escritor Yu, a segurança é prova de que, mesmo com a economia a enriquecer o país, o regime sabe que as memórias continuam a ser um perigoso combustível político.

Bruno Faria Lopes, Jornal "i"

Where will it end?

Na sequência do último post e para complementar o mesmo, deixo um link para um artigo do "The Economist" sobre a actual situação de Gordon Brown.
Disponível aqui.

Gordon Brown - de líder aclamado a elemento descartável


Deixo aqui uns excertos de um artigo no "i" sobre Gordon Brown, o qual parece que não tem a vida muito fácil.
  • Uma descida vertiginosa do paraíso ao inferno. No curto espaço de seis meses, Gordon Brown passou de líder europeu aclamado pelo seu plano de salvação da banca mundial a elemento descartável no Partido Trabalhista inglês. O resultado das eleições locais e europeias que hoje se realizam em Inglaterra poderá ser o golpe final num primeiro-ministro caído em desgraça: a perspectiva de uma derrota humilhante, com menos de 20% dos votos dos britânicos, já deu origem a movimentações nos bastidores trabalhistas. A sua sucessão é um dado praticamente adquirido.
  • "Oh Gordon, where did it all go wrong?", escrevia ontem o diário britânico "The Guardian", no título de um artigo que analisava a ascensão e queda do homem que sucedeu a Tony Blair no Partido Trabalhista e no governo. "Quando se tornou primeiro-ministro parecia forte, sério e com tudo sob controlo. Dois anos depois está preso por arames e bloqueado pela indecisão, escândalo e inércia."
  • Em Dezembro de 2008, Brown era um primeiro-ministro elogiado pelos congéneres europeus devido ao seu plano de salvação da banca britânica. Poucos meses depois, os estilhaços da crise económica - que já afectavam a sua imagem perante os eleitores ingleses -, foram amplificados pelos sucessivos casos de despesas excessivas, e injustificadas, que envolveram vários deputados trabalhistas. As demissões sucederam-se e tiveram ontem o seu ponto alto com o anúncio antecipado da demissão de mais cinco deputados e elementos do governo trabalhista após as próximas eleições. Situações que, segundo fontes próximas de Brown, citadas pelo "The Guardian", o colocam "na iminência de ficar para a História como o pior primeiro-ministro do Reino Unido".
  • No último domingo, quando o jornal Sunday Telegraph publicou uma sondagem que atribuía 16% de intenções de voto ao Partido Trabalhista nas eleições europeias, Brown garantiu que não se demitia. "Estou a tentar resolver os problemas da economia. Não me demito. A crise não se resolve com truques. Resolve-se de forma séria e com calma", argumentou. A seu favor está o facto de a legislação britânica prever que seja o primeiro-ministro a marcar eleições, durante os cinco anos do seu mandato, que só termina em 2010.
  • Mas a forma abrupta como a imagem de Brown se degradou junto da opinião pública - agravada pela confirmação do novo líder do Partido Conservador, David Cameron, como um político capaz de derrubar os trabalhistas - fez soar os alarmes no partido.
  • Ao final da tarde de ontem, as edições online da imprensa britânica davam como confirmada a existência de um "plano detalhado dos rebeldes trabalhistas" para afastar Brown da liderança. Um processo que, segundo o site do "The Guardian", originou uma recolha de assinaturas para um manifesto intitulado "Gordon must go" (Gordon tem de sair). O objectivo é garantir apoios para um plano que prevê a sua demissão "até à primeira semana de Julho", o que permitiria que um novo primeiro-ministro nomeado pelos trabalhistas tomasse posse "no dia 2 de Julho". O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Miliband, é apontado como a mais forte hipótese para a sucessão.
  • Independentemente dos nomes, na génese desta estratégia está a expectativa de um desastre eleitoral que "aumente a pressão" sobre Brown e o leve a concluir que não tem condições para continuar. A ideia é simples: estancar o quanto antes a erosão de eleitores trabalhistas e iniciar um processo de revitalização no partido e no governo. Sob pena de o Partido Conservador continuar a crescer - sondagens recentes sobre as intenções de voto para as eleições gerais estimavam um resultado de 39% para os conservadores, contra 23% dos trabalhistas.
  • A queda de popularidade de Gordon Brown tem sido, de resto, aproveitada por David Cameron para dramatizar a necessidade de antecipar eleições. Em Maio, quando rebentou o escândalo dos gastos excessivos dos deputados, o líder conservador defendeu que "a única forma de sair desta confusão é o Parlamento ser dissolvido e convocar eleições gerais". Um cenário que os trabalhistas tentam evitar a todo o custo, mesmo convictos de que Brown está a mais.

terça-feira, 2 de junho de 2009

"Reunião Geral de Alunos"

Pretendo divulgar aqui o meu agradecimento a um dos blogues do "Expresso", "Reunião Geral de Alunos", pela publicação de um texto de minha autoria intitulado "Instrução dirigida, sem facilitismos".

Para quem não sabe, o blogue referido foi criado há pouco tempo com o intuito de seleccionar artigos de estudantes universitários, para posteriormente se publicar no blogue. Os artigos dirigem-se às áreas da educação e ensino superior.

Pela minha parte, continuarei a concretizar as minhas opiniões em artigos susceptíveis de serem publicados no "Reunião Geral de Alunos", tanto por ser uma iniciativa interessante e aliciante para os estudantes universitários, como por constituír uma oportunidade para todos os leitores ficarem a tomar conhecimento das opiniões de quem se encontra verdadeiramente dentro do sistema de ensino, sentindo todas as alterações que são efectuadas.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Dia Mundial da Criança

Após a 2ª Grande Guerra Mundial, as crianças de todo o Mundo enfrentavam grandes dificuldades, a alimentação era deficiente, os cuidados médicos eram escassos. Os pais não tinham dinheiro, viviam com muitas dificuldades, retiravam os filhos da Escola e punham-nos a trabalhar de sol a sol. Mais de metade das crianças Europeias não sabia ler nem escrever.

Em 1950, a Federação Democrática Internacional das Mulheres, propôs às Nações Unidas que se comemorasse um dia dedicado a todas as crianças do Mundo.

Os Estados Membros das Nações Unidas, - ONU - reconhecendo que as crianças, independentemente da raça, cor, sexo, religião e origem nacional ou social, necessitam de cuidados e atenções especiais, precisam de ser compreendidas, preparadas e educadas de modo a terem possibilidades de usufruir de um futuro condigno e risonho, propuseram o Dia 1 de Junho, como Dia Mundial da Criança.

Nunca é demais lembrar, até porque poucas vezes isso tem sido feito, quais os direitos que assistem especificamente às crianças, e que estão consagrados na Convenção sobre os Direitos da Criança que foi elaborada em 1989 pelas Nações Unidas, que tiveram em consideração, entre outras coisas, o indicado na Declaração dos Direitos da Criança, adoptada em 20 de Novembro de 1959 pela Assembleia Geral desta Organização, que dizia que “a criança, por motivo da sua falta de maturidade física e intelectual, tem necessidade de uma protecção e cuidados especiais...”.

A ONU reconheceu também que “em todos os países do mundo há crianças que vivem em condições particularmente difíceis e a quem importa assegurar uma atenção especial, tendo devidamente em conta a importância das tradições e valores culturais de cada povo para a protecção e o desenvolvimento harmonioso da criança e a importância da cooperação internacional para a melhoria das condições de vida das crianças em todos os países, em particular nos países em desenvolvimento.”

Fonte: web.educom.pt