sábado, 6 de junho de 2009

Ambição

Cumpre fazer um balanço do que foi esta campanha eleitoral e das expectativas criadas pela mesma e que serão concretizadas amanhã à noite, quando o povo português manifestar, uma vez mais, a sua vontade democrática. Estas eleições para o parlamento europeu, não foram, de facto, propícias ao esclarecimento das questões europeias, pelo contrário, o tempo de antena esteve reservado às questões nacionais, à troca de acusações entre partidos e à demagogia costumeira. As eleições foram encaradas como um teste à popularidade dos partidos, à sua capacidade de mobilização e, principalmente, uma prova de fogo para o actual governo, alvo de grande desgaste e crítica por parte da opinião pública nos últimos meses. Perdeu-se uma nova oportunidade para todas as forças políticas, com sentido de responsabilidade, esclarecerem os portugueses sobre todas as questões europeias, pois,de facto, o espaço europeu, a sua construção e a influência que tem nas nossas vidas, requer que saibamos em consciência do que se trata e o que está em causa. Uma vez mais, preteriu-se o interesse público, sacrificado perante o interesse partidário, da obtenção imediata de votos, a todo o custo. Ficaram os portugueses a perder.

No que diz respeito à campanha eleitoral, penso que foi notório a organização e coerência do PSD em contraposição à falta de identidade da lista de Vital Moreira, à sua natural falta de vocação para estar a frente de uma lista, e incapacidade de fazer passar uma mensagem, por mais inócua que ela fosse.
Vejamos: O PSD aprova a sua lista de candidatos ao parlamento europeu por unanimidade, coisa rara neste tipo de situações, o que demonstra, à partida uma lista consensual e forte, isto num partido que se revela polémico, pela sua diversidade e pluralismo, nas suas escolhas;

O PSD elaborou uma lista composta por elementos com experiência governativa, alguns com vasta experiência no parlamento europeu, conjugada com elementos mais jovens, apresentando o único candidato com menos de 30 anos, em posição elegível, aposta clara nos jovens, demonstração que a juventude é fundamental na construção europeia;

O PSD todos os candidatos que apresentou e caso sejam eleitos, comprometeram-se para com os portugueses e para com o partido, a cumprir cabalmente e na íntegra, o seu mandato, representando Portugal do início ao fim com sentido de responsabilidade. Já outros, colocam candidatos que, ou não vão cumprir o seu mandato, ou então deixaram o parlamento europeu de reserva, caso as sua ambições locais saiam goradas. Ora isto não é sério, e deve ser julgado pelos portugueses;

Ao nível das propostas, do PS, a mais relevante, ou pelo menos, a única de que me apercebi, foi a criação de um imposto europeu, que o seu candidato não soube explicar, para além da polémica com o seu líder acerca do seu apoio a Durão Barroso, na sua recondução para líder da Comissão europeia. Um sem número de confusões e contradições, significado de uma equipa espartilhada, sem rumo e sem ideias, o que se afere também pelo recente ataque ao PSD tendo por base o caso BPN, revelador de falta de ética e do desespero do candidato Vital Moreira, representante de um partido com telhados de vidro nesta matéria. O PSD nunca enveredou por essa via do ataque indiscriminado, misturando política com justiça. mas outros pautam-se por outro tipo de valores, ou falta deles.o povo julgará;

Enquanto jovem ficou-me na retina a proposta do PSD de alargar o programa Erasmus com mais incentivos, bem como a proposta inovadora de criar um programa de mobilidade a nível europeu, ao nível do 1º emprego. Enquanto português, a afirmação inequívoca de que apoiaremos Durão Barroso para mais um mandato, reforçando o poder de Portugal no mundo, afirmando a nossa competência por intermédio dos nossos melhores representantes. Ao nível da aplicação dos fundos comunitários, ficou a ideia e a necessidade da sua utilização de forma racional, deslocando-os para o combate à crise, no apoio às pequenas e médias empresas, asfixiadas neste momento, de forma a estimular o consumo e combater o desemprego.

At last but not least, reter a ideia de que o PSD demonstrou uma grande superioridade ao nível da organização, propostas, seriedade e conduta. Mostrou um cabeça de lista, descomplexado, construtivo, aguerrido e exigente, com a sua lista e com o nível de campanha. Bom poder de argumentação, o melhor nos debates realizados, e o único com o golpe de asa necessário para demonstrar nestas últimas semanas que o PSD é neste momento o único partido com condições para representar Portugal na Europa. Um óptimo candidato, com certeza, um excelente eurodeputado.


Estou certo que amanhã à noite o PSD, por tudo o que fez, alcançará um resultado extremamente positivo e, com certeza, não será um dos partidos derrotados da noite eleitoral. Visto que ainda há poucos meses davam ao PSD uma desvantagem de cerca de 10 pontos percentuais em relação ao PS, é claro neste momento a inversão desse cenário, prova de que os portugueses se revêem no partido social democrata e a viragem no panorama político português está próxima. É possível e provável que o PSD saia derrotado das eleições de amanhã, mas, de certo, obterá um resultado extremamente honroso que lhe permitirá encarar com ânimo as batalhas eleitorais que se aproximam.
De qualquer forma acredito numa vitória, o PSD merece esta vitória, fruto da competência e seriedade demonstrada neste combate eleitoral, assim seja decidido pelos portugueses.

Sem comentários: