- Portugal corre o risco de, na nossa história contemporânea de passar uma década inteira a divergir economicamente da Europa e em 2009 ocupamos o 21º lugar no ranking europeu, quando já fomos o 14º país mais desenvolvido. Enquanto outros países mais pobres começam a convergir e a desenvolver-se, Portugal afasta-se e prepara-se uma vez mais para ocupar a cauda da Europa, mas agora a 27;
- O nível de vida dos portugueses está cada vez mais longe do nível de vida dos europeus. O nosso rendimento per capita, corrigido pela paridade do poder de compra, correspondia em 1999, a 78,4% da média europeia. Em 2008, baixou para 73,3%;
- O endividamento das famílias é hoje, de cerca de 130% do seu rendimento disponível, já o endividamento das empresas ronda os 100% da riqueza nacional. Somos o segundo país mais endividado da zona euro;
- O nosso défice externo tem vindo perigosamente a aumentar. Portugal endivida-se hoje, em cerca de 9% do seu Produto Interno Bruto;
- Temos uma das mais altas taxas de desemprego da Europa e com tendência para aumentar, cerca de 600.000 desempregados, com os problemas ao nível da coesão económica e do drama social que isto acarreta para a sociedade.
Poderiam ser outros os exemplos e os mais variados. O que temos por certo reside na necessidade de mudança, a procura de novos rumos e de novas políticas. A premência da ruptura com um passado e com políticas que assentam na promiscuidade entre poder político e poder económico, em que o mais pequeno vislumbre de reforma estrutural é logo arrasado pela oposição dos grupos e interesses instalados. É fundamental rechaçar com esta falta de vontade, com esta inércia e propor de uma vez por todas políticas e reformas que possam colocar Portugal no trilho do desenvolvimento e da modernidade, com uma sociedade interventiva e atenta, consciente que a iniciativa privada deve ser, a par do estado, os motores fundamentais do desenvolvimento económico e social que devemos defender e aspiramos alcançar.
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