segunda-feira, 6 de abril de 2009

Fernão Mendes Pinto

Recentemente vi um documentário sobre a vida de Fernão Mendes Pinto e a sua obra, "A Peregrinação", obra literária referência do Séc. XVI, a par de "OS Lusíadas", fundamental para que, de facto, se perceba como decorreu esta época de ouro do império Português além fronteiras.
Assim, agucei o meu interesse e pesquisei mais sobre este autor e a sua obra, sobre os quais ficam aqui algumas achegas:

O Autor da "Peregrinação" e a sua obra confundem - se à primeira vista: Fernão Mendes Pinto é para nós o herói da Peregrinação. Mas não deve esquecer se que o Fernão Mendes da peregrinação é uma criação literária do Autor do livro. Se não houvesse documentos a autenticar a existência de Fernão Mendes Pinto nada nos garantiria que este não fosse uma pura personagem de romance, como o Guzmán de Alfarache de Mateo Alemán.

A "Peregrinação" e é talvez o livro português mais conhecido fora de Portugal, se exceptuarmos Os Lusíadas.Publicada em 1614 – trinta e um anos depois da morte do autor – a obra iniciou o seu destino europeu com a tradução castelhana do Pe. Herrera Maldonado publicada em 1620. Cinco anos depois está traduzida em Inglês (Londres, 1625), e oito anos depois em Francês (Paris, 1628). Durante o século XVII registamos seis edições castelhanas; quatro edições inglesas; cinco edições francesas; quatro edições holandesas – quer sejam traduções integrais, quer abreviadas. No século XVIII esta voga decai

Hoje em dia Fernão Mendes Pinto pode considerar-se um desconhecido. Não só porque a Peregrinação deixou de ser lida forra de Portugal, mas porque os leitores portugueses nem sempre se dão conta do rico conteúdo que o livro encerra. Os eruditos continuam a discutir o problema da veracidade ou autenticidade da informação geográfica da "Peregrinação". Uns batem-se a favor, outros contra. E esquecem o essencial: que a "Peregrinação" é, antes de mais, uma obra de arte de grande classe, uma das maiores criações romanescas saídas da Península Ibérica. É como obra de arte ou, mais precisamente, como expressão de uma consciência e de uma realidade através da ficção, que me parece que importa considerá-la, marcando o seu lugar c o seu significado dentro da história do romance na Península Ibérica e dentro da história das ideias na literatura europeia.

Contributo maior para o conhecimento do Oriente escrito por uma das personalidades de aventureiro mais interessantes do século XVI, a "Peregrinação" é seguramente a mais conhecida e estimada obra portuguesa de literatura de viagens de todos os tempos e o primeiro testemunho directo de um europeu sobre o Japão.
O longo relato estaria concluído por volta de 1578 (data referida na própria obra), mas apenas veio a ser publicado em Lisboa, por Pedro Craesbeeck, em 1614, a expensas de Belchior de Faria. Não por temor da Inquisição, mas apenas por falta de dinheiro para custear a impressão. Fernão Mendes Pinto tentou durante os seus últimos anos de vida, sem sucesso, obter os apoios indispensáveis à edição da sua "Peregrinação": primeiro junto do Rei (a quem está feita a Dedicatória), depois dos Jesuítas e finalmente do grão-duque Cosme de Médicis. O manuscrito original foi deixado por sua morte à Casa Pia dos Penitentes ou das Recolhidas de Lisboa e está perdido.
O exemplar da Biblioteca Geral ostenta um pertence manuscrito "Do Sñr Dom Duarte" que o coloca, sem dúvida, na biblioteca de um grande senhor português do final do século XVI ou inícios do XVII.

Mendes Pinto fora contemporâneo do auge da expansão marítima portuguesa e da paradoxal decadência interna que assolava as terras lusitanas. Chega a presenciar a unificação de Portugal com a Espanha sob o governo de Felipe II de Espanha (1556-1598). A presença da Inquisição fez-se particularmente forte nesse período, promulgada por decreto papal de Paulo III em 1536, um ano antes da partida do autor, e efetivada em 1547, sob a instância de D. João III.
Acredita-se que a Peregrinação tenha começado a ser escrita entre 1569 e 1578, sendo esta última data referida na própria obra. O texto original foi deixado à Casa Pia dos Penitentes que iria publicá-lo 31 anos após a morte de seu escritor. Tamanha demora em sua publicação é creditada ao temor de Mendes Pinto frente à Inquisição
Fontes: Wikipédia, http://www.artmuseum.gov/.

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