sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Um ano de divergências

Este blogue completa este mês de fevereiro um ano de existência. Ao longo deste período tem sido um espaço de livre expressão da opinião de cada um dos seus autores. Tanto o José Pedro como eu, escrevemos porque gostamos, com a regularidade e sobre os assuntos que entendemos pertinentes.

A título pessoal, permite-me expressar as minhas convicções, os meus ideais, a minha indignação ou a minha discordância. Ao escrever sobre determinada matéria e ao obrigar-me, necessariamente, a reflectir sobre determinado assunto, concretiza-se um processo de auto-análise em que estão presentes várias posições, que não apenas a minha.

O facto de partilhar este espaço, com uma pessoa inteligente e perspicaz, como é o José Pedro, com outra visão e com "perspectivas diferentes" da minha, leva a que, ao formar a minha posição sobre determinado assunto, sejam sempre mais claras as opiniões divergentes,e possa de forma mais ponderada, fazer análises mais globais e rigorosas que, de outra forma, não seriam possíveis.

Sabendo que são muitas as pessoas que fazem o "esforço" por acompanharem este blogue, deixo apenas um apelo a todos os que nos visitam: deixem o vosso comentário, divirjam connosco e assinalem as vossas convicções.

Expectante que os anos vindouros continuem a ser profícuos em matéria de divergências, comprometemo-nos a continuar a exprimir as nossas opiniões, de forma livre e independente, sem outro condicionalismo, que não seja a nossa necessidade e gosto pela partilha das nossas visões da realidade.
Acompanhem-nos!

Assim vai a liderança do maior partido da oposição

"Eu continuo a dizer que ele está a mentir. Portanto, aquilo que esteve a dizer não foi verdade"

Manuela Ferreira Leite, a propósito da declaração de José Sócrates

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Marinho Pinto no JN - A bufaria

O caso Mário Crespo não é um problema de liberdade de informação, mas (mais) um sintoma da degradação a que chegou a comunicação social.

Uma conversa privada do primeiro-ministro, num restaurante, sobre um jornalista que há anos o critica publicamente, é prontamente denunciada ao visado que logo tenta criar um escândalo político.

(...)Porém, os jornalistas, em geral, julgam-se no direito de publicar as opiniões que quiserem (por mais ofensivas que sejam) sobre os governantes (mesmo violando as regras éticas do jornalismo), porque entendem que isso é direito de informar. Mas se os visados emitirem a mais leve opinião sobre esses jornalistas isso é um ataque à liberdade de informação.

O jornalismo português tem vindo a degradar-se por falta de referências éticas. Hoje, tudo vale para obter informações, incluindo o recurso a "bufos". Nos tempos do Estado Novo usava-se esse termo para designar as pessoas que davam informações à polícia política sem que ninguém desconfiasse delas.(...)

(In)Verdades

O primeiro-ministro na sua declaração ao país fala em 3 verdades. São assim as verdades de José Sócrates ou, talvez, do partido socialista, porque nunca poderão ser as verdades da generalidade das pessoas ou do país, senão vejamos:

A primeira verdade de Sócrates prende-se com o desconhecimento da intenção da Portugal Telecom em adquirir a TVI, e qualifica essas notícias de falsas. Na segunda verdade avança que nunca o Governo teve um plano para controlar ou condicionar a comunicação social. Já na terceira verdade reafirma que a comunicação social em Portugal é livre.

Verdade nº 1- O primeiro-ministro já confirmou que teve conhecimento da intenção da PT em adquirir a TVI, ao referir, publicamente, que não teve conhecimento oficial dessa informação; o Partido Popular já disponibilizou documentação referente a este caso, acerca de faxes trocados entre executivo e PT que desmentem Sócrates; as escutas que todos nós temos lido nos últimos dois fins de semana que envolvem os dois administradores nomeados pelo Governo para a PT, e que indicam de forma clara e inequívoca a promiscuidade entre executivo e a empresa pública.

Verdade nº 2- Refiro as escutas divulgadas pelo sol que não deixam margem para dúvidas; o afastamento, embora voluntário de José Manuel Fernandes da direcção do Público; o afastamento de Manuela Moura Guedes da TVI e do Jornal Nacional após manifestações públicas de desagrado do primeiro-ministro; a não publicação da crónica de Mário Crespo, após episódio público, confirmado, de chamada de atenção de Sócrates ao director de programas da SIC; os nove jornalistas processados no decorrer da última legislatura pelos artigos que escreveram. Podia continuar a enumerar as várias situações pouco claras e geradoras das maiores dúvidas, pouco dignas de uma pessoa que ocupa o cargo de primeiro-ministro.

Verdade nº3- Apesar das tentativas de condicionamento e controlo da comunicação social, parece haver claramente liberdade de expressão, portanto qualquer aproximação ao regime do Estado Novo peca sempre por exagerada.

Estas são as inverdades de Sócrates. A sua tentativa de escamotear a Verdade, e tentar passar a mensagem de que o que está a acontecer não passa de uma cabala, de um estratagema para prejudicar o Governo e a sua imagem pessoal não passam de manobras evasivas e de sobrevivência. Trago à colacção, que idênticas foram as justificações aquando dos episódios da licenciatura, dos projectos feitos na Câmara Municipal da Guarda; do caso Freeport e agora no âmbito do processo Face Oculta.

Entendo e compreendo as vãs tentativas de todos aqueles que tentam, de alguma forma, justificar e defender José Sócrates. Sei que grande quantidade das informações noticiadas são falsas e com claros objectivos políticos, tendentes a debilitar o primeiro-ministro. Mas também tenho a certeza que, se houve alguém que mais contribuiu para a sua própria queda, foi José Sócrates, porque nunca soube afastar-se da sua formação e ascensão partidária, de troca de favores e tráfico de influências, sempre devedor e sempre condicionado. Aliado a isto o seu carácter irascível e pouco tolerante. E o mais lamentável é que estas características já não são meras suposições ou tentativas de assassinato político. São evidências que se têm vindo a concretizar ao longo dos últimos quatro anos Confirmam-se na realidade de há quatro anos para cá.

Parece um desmentido... mas não é!

" Como é uma falsidade que alguma vez eu ou o Governo, à data da minha primeira declaração sobre o assunto na Assembleia da República, tenhamos sido informados pela PT, sobre as suas intenções de adquirir a TVI."
Esta frase, retirada da declaração de Sócrates, nesta noite de quinta-feira, parece desmentir aquilo que o expresso e vários comentadores afirmaram: que o primeiro-ministro, muito antes da notícia que relatava a intenção da PT em comprar a TVI, sabia do negócio.
Parece, mas não desmente. O que Sócrates deixa claro é que é uma falsidade que ele ou o Governo ( e volto a citar) "tenhamos sido informados pela PT". por qualquer razão a frase não acaba em informados, mas "em pela PT".
A fonte da informação não foi a PT, eis tudo o que é dito num comunicado que deve ter sido medido ao milímetro. Mas Sócrates poderia ter ido mais longe, apenas um pouco mais longe, e esclarecer-se - sim ou não? - já tinha conhecimento da hipótesse do negócio.
Henrique Monteiro - Director do Expresso

Notas curiosas sobre o tão falado domínio da Comunicação Social



Jornal "Expresso" e SIC - propriedade de fundadores do PSD (um deles ex-primeiro ministro: Francisco Pinto Balsemão);



Jornal "Público"
- propriedade do Engenheiro Belmiro de Azevedo;



Jornal "Sol" - accionistas e ideólogos da fundação são figuras do PSD.

Blur...no distance left to run

Documentary film about BLUR, accompanied by a live recording of their performance at Hyde Park - No distance left to run.
Official HD Trailer:

Workshop "Casos de Desenvolvimento Regional" (parte 5)


Depois destas Sessões Paralelas, começou uma “Mesa Redonda” subordinada ao tema “40 anos de Política Regional”, com a presença de António Simões Lopes (Universidade Técnica de Lisboa), Manuel Lopes Porto (Presidente da CCDR Centro de 1976 a 1989), José Palma Andrés (Director da Direcção Geral de Política Regional da Comissão Europeia), António José Carmelo Aires (Presidente da CCDR Alentejo de 1989 a 1996), David Assoeira (Presidente da CCDR Algarve de 1980 a 1996), Francisco Fernandes (Secretário Regional da Educação da Madeira), e Augusto Elavai (Director do Serviço Regional de Estatística dos Açores), e onde houve possibilidade de debate com a participação da plateia, com a inevitável discussão acerca da Regionalização.

Para finalizar, houve uma Sessão de Encerramento com Tomaz Dentinho (Presidente da APDR) e Alfredo Rodrigues Marques (Presidente da CCDR Centro).

Parabéns à APDR pelo grande evento que organizou.

Workshop "Casos de Desenvolvimento Regional" (parte 4)

Nas 3 sessões, destaco 2 temas pelo maior interesse e atenção que me despertaram:

- “GAICE – Gabinete de Apoio à Inovação, Competitividade e Empreendedorismo”, apresentado pelo orador Paulo Júlio, Presidente da Câmara Municipal de Penela, que divulgou aspectos como a localização estratégica favorável ao investimento, a proximidade aos principais eixos de mobilidade, o Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE), estratégias de eficiência colectiva e redes de cooperação, Programa Director de Inovação, Competitividade e Empreendedorismo (PD-ICE), dinamização da base económica local (atracção de investimento privado, promoção da actividade empresarial, desenvolvimento rural), promoção de cultura dos valores empreendedores, de iniciativa e de criatividade, valorização do território com atracção de visitantes e intervenções no património e ao nível das infra-estruturas. Terminou a sua apresentação com uma mensagem bastante sugestiva: “Não há territórios condenados ao fracasso”, evidenciando a importância de um modelo de desenvolvimento local bem definido;

- “A ideia de cidade inteligente como contributo para o desenvolvimento territorial”, apresentado por Gonçalo Santinha, investigador na Universidade de Aveiro. Com este tema, pretendeu demonstrar o papel das TIC no estabelecimento de redes, no sentido de novas formas de governação com novas abordagens. De facto, ficou mostrado que a chamada “atitude inteligente” constitui um novo patamar de desenvolvimento para as cidades, com conhecimento, inovação tecnológica, criatividade dos habitantes, forte liderança institucional e capacidade organizacional, procura de soluções, aumento de competitividade e sustentabilidade. Tudo isto sem a intenção de “rotular”, pois as estratégias não são reactivas, mas sim de médio/longo prazo. Melhorar a provisão de infra-estruturas de telecomunicações e serviços baseados nas TIC, aumentar a disponibilidade de informação aos cidadãos e agentes socioeconómicos, e criar meios tecnológicos para promover a participação pública nas políticas e processos de tomada de decisão são alguns dos objectivos que surgem. No entanto, apesar de a oferta das TIC ser necessária, não é suficiente, pois depende da procura e da capacidade instalada, e devem existir a perspectiva supra-local (visão estratégica) e a inter-sectorial. Foi dada relevância ao facto de nem tudo girar em torno das TIC, sendo essencial saber colocar o “e” e saber como os agentes agem, para aperfeiçoar os mecanismos de governação. Em jeito de conclusão, foi referido que é urgente a alteração da percepção convencional, com uma atitude diferente, mais inteligente, que compreenda o potencial das TIC.

Workshop "Casos de Desenvolvimento Regional" (parte 3)

Depois desta sessão plenária, o evento deu início a várias sessões paralelas que decorreram em diversas salas da FEUC. Estas sessões foram divididas com base nas regiões que iriam abordar: Galiza, Madeira, Açores, Alentejo, Norte, Centro, Norte, Lisboa e Vale do Tejo, CPLP, Algarve, outras.

Estive presente nas 3 sessões dedicadas à região Centro, com 5 temas cada.

Na primeira sessão, os temas foram: “Estudo Estratégico da Carta Educativa de um concelho da região do Baixo Vouga (Oliveira do Bairro) ”, “GAICE – Gabinete de Apoio à Inovação, Competitividade e Empreendedorismo”, “A AIBT do Pinhal Interior e as Aldeias do Xisto: novos caminhos para o desenvolvimento de territórios de baixa densidade em ambientes de montanha”, “Biocant: combining localized and distant knowledge networks on biotechnology”, “O Efeito Expectativa na antecipação do Crescimento Esperado – Caso do metropolitano de superfície no crescimento do município da Lousã”. Destaque para o tema

Na segunda sessão, os temas abordados foram: “Avaliação ex-ante de infra-estruturas rodoviárias: os efeitos no desenvolvimento regional do IC6, IC7 e IC37”, “Arbutus do Demo: Jardins de Éden em Terras do Demo”, “Oliveira do Hospital: como construir um futuro diferente?”, “Pensar o desenvolvimento – caso de Montemuro”, “A competitividade em territórios de fronteira: uma análise evolutiva à Raia Central Ibérica”.

Na terceira sessão, foram discutidos mais 5 temas: “Estrutura Ecológica / Património Industrial: elementos marcantes do desenho urbano numa cidade do interior”, “Como ter sucesso usando as vantagens sustentáveis do território em proveito próprio: o caso Queijos Matias”, “Acessibilidades e Desenvolvimento da Região da Beira Interior”, “Dinâmica Socioeconómica da Fileira da Madeira em concelhos do Pinhal Interior Sul: uma análise através do conceito de meio inovador”, “A ideia de cidade inteligente como contributo para o desenvolvimento territorial”.

Workshop "Casos de Desenvolvimento Regional" (parte 2)

Na sessão de abertura, estiveram presentes Fernando Seabra Santos (Reitor da Universidade de Coimbra), José Reis (Director da FEUC), Pedro Ramos (Revista Portuguesa de Estudos Regionais), Mário Vale (Regional Studies Association), Henrique Albergaria (FEUC), e Rui Nuno Baleiras (ex – Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional e professor na Universidade do Minho).

Foi com este último que se desenvolveu a sessão plenária, falando das propriedades normativas na política nacional de desenvolvimento regional e dos vectores de mudança na política europeia de coesão para o período 2014-2020.

Em primeiro lugar, foi defendido que a política nacional de desenvolvimento regional representa a atitude pró-activa do Estado para libertar a capacidade de desenvolvimento económico dos territórios, e significa mais do que uma mera gestão de fundos estruturais, sendo essencial a existência de planeamento estratégico e de um modelo de desenvolvimento coerente com o das restantes políticas públicas.

Em segundo lugar, foi dado ênfase ao defeito do “individualismo”, como sendo uma característica dos agentes económicos portugueses penalizadora do desenvolvimento regional e, portanto, prejudicial no aproveitamento da capacidade de afirmação dos territórios. Neste sentido, a criação de instrumentos estimuladores da cooperação e do reforço das economias de aglomeração e rede, faz todo o sentido.

Em terceiro lugar, deu-se relevância ao conceito “apoio”, caracterizando o seu uso no contexto da política de desenvolvimento regional como abusivo e errado, devendo ser substituído por conceitos como “estímulo”, “desafio” ou “incentivo”. Foi defendido que estes demonstram efectivamente, o facto de os subsídios constituírem um estímulo para os beneficiários adoptarem mudanças de atitude geradoras de maior bem-estar social, em vez de serem encarados como um direito dos mesmos independentemente do seu comportamento.

Em quarto lugar, valorizou-se a prática da transparência e da prestação de contas (boletins informativos, relatórios de monitorização estratégica, financeira e operacional, programas radiofónicos, portal do QREN) sobre a aplicação dos instrumentos de política, no sentido de mobilizar actores para processos de desenvolvimento, apesar da discussão político-partidária que possa alimentar.

Em quinto lugar, a política de desenvolvimento regional foi encarada no sentido de poder ter um papel anti-cíclico, sendo necessário identificar tipologias de intervenção operacional (investimento privado com linhas de crédito com juro bonificado e cobertura de risco, e investimento público com medidas como o parque escolar, regeneração urbana, participação de municípios em Estratégias de Eficiência Colectiva – EEC-PROVERE).

Em sexto e último lugar, em relação à política europeia de coesão 2014-2020, falou-se do Relatório Barca e das várias ideias para o posicionamento da política de coesão, como pilar central do processo de integração europeu. Neste sentido, referiu-se um conjunto de melhorias nessa política, tais como: perfis temporais de transição regional entre objectivos, coordenação entre políticas com impacto territorial significativo, diálogo estratégico entre instituições nacionais e comunitárias, orientações para os resultados dos instrumentos de programação e dos sistemas de monitorização, regras de elegibilidade territorial, prémios à eficiência na gestão de fundos estruturais, simplificação dos procedimentos administrativos, e as vertentes transfronteiriças, transnacional e inter-regional da cooperação territorial europeia.

Workshop "Casos de Desenvolvimento Regional" (parte 1)


No passado dia 8 de Fevereiro, estive presente no Workshop “Casos de Desenvolvimento Regional”, realizado na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC). Este evento foi organizado pela APDR (Associação Portuguesa de Desenvolvimento Regional), a qual decidiu proceder à publicação de um livro com casos de desenvolvimento regional. Pretende constituir uma obra pedagógica, destinada a alunos do ensino superior, e com o objectivo de “estimular a aplicação do conhecimento a situações práticas através da metodologia de discussão de casos comum em programas académicos de gestão de empresas.”
Foi um evento muito bem organizado, com uma sessão de abertura, sessão plenária, várias sessões paralelas, mesa redonda, sessão de encerramento e jantar de honra.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Fernando Nobre - candidato




http://fernandonobre.blogs.sapo.pt/

"Caros amigos,

Decidi escrever estas linhas, no sentido de vos comunicar pessoalmente uma decisão de fundo que tomei enquanto cidadão independente e em nome dum imperativo moral e de consciência para Portugal, uma vez que tenho, por quem acompanha este blog, a maior consideração e respeito.

Resolvi assumir um compromisso com o meu país, Portugal. Serei candidato independente, apartidário e em nome da cidadania, a Presidente da República, nas próximas eleições de 2011.

Esta é uma decisão estritamente pessoal, enquanto cidadão que sou. Muito tenho escrito e dito sobre o dever de todos nós exercermos a nossa cidadania de uma forma activa e corajosa. Sinto que o País atravessa um período em que constantemente se põem em causa os valores e as pessoas, as promessas e os projectos. E sei a gravidade que essa atitude generalizada tem no futuro de todos nós. Acredito em Portugal! Acredito nos portugueses e nas suas capacidades. Somos, no mínimo, tão bons como qualquer outro povo do Mundo. E é isso que pretendo provar, candidatando-me a um lugar no qual penso poder fazer a diferença e dar o exemplo.

Informo por outro lado que a AMI, enquanto instituição absoluta e rigorosamente apolítica, não se imiscuirá neste assunto, estando completamente à margem deste processo.

Sou e serei sempre um ser livre. Rejo-me e reger-me-ei sempre por valores em que acredito e não por qualquer outro tipo de ambição. E neste momento acredito poder vir a ser mais útil num outro contexto.

Espero que compreendam as minhas palavras quando, sexta-feira ao fim da tarde, no Padrão dos Descobrimentos, a minha decisão de candidatura for, por mim, tornada pública. E quero que saibam que a minha motivação é exclusivamente uma: acreditar que posso fazer a diferença, não me acomodando nunca.

Com a maior consideração."

Há quem se dedique a este "trabalho"

Durante a campanha para as eleições autárquicas, fiz parte do "Movimento Sócrates 2009", e estando registado no site oficial, recebia no meu e-mail várias newsletters diariamente.
Todos os que, como eu, estavam inscritos nesse movimento, começaram a receber também e-mails de outros grupos de pessoas que tentavam fazer uma campanha difamatória em relação à figura de José Sócrates e do Partido Socialista.

Esses grupos apoderaram-se da lista de e-mails do "Movimento Sócrates 2009", e espalhavam e-mails injuriosos.
Esses grupos caracterizavam-se por usarem e-mails com slogans repetidos, tais como "A 27 de Setembro de 2009 vamos mudar Portugal A 27 de Setembro de 2009 vamos mudar Portugal" e "A Democracia renascerá A Democracia renascerá".
Acho curioso que esses grupos surjam agora novamente, aproveitando todo o alarido em redor do Caso Fase Oculta e as últimas publicações do jornal "Sol".
O último que recebi veio de um e-mail com as mesmas características dos anteriores usados na campanha para as eleições legislativas: "Liberdade a chegar! Liberdade a chegar!".

Quem recebia esses e-mails, como eu, entendia facilmente a área política desses grupos.
Quem continua a receber esses e-mails, como eu, continua também a entender facilmente que quem não ganhou nas urnas, quer contornar essa situação de outra forma...
Há quem se dedique a este triste "trabalho" baseado apenas numa vontade imensa de difamar, injuriar, criar suspeições!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Foram divulgados novos dados relativamente à evolução do número de abortos praticados em Portugal. Segundo dados avançados pelo Ministério da Saúde, no primeiro semestre de 2009, realizaram-se cerca de 10.000 abortos, uma média de 55 por dia.

Podemos fazer a seguinte análise, ou estes são dados positivos, na medida que os abortos clandestinos reduziram-se de forma drástica após a despenalização do aborto, e as mulheres portuguesas passaram efectivamente a recorrer aos hospitais públicos; ou, por outro lado, o aborto passou a ser utilizado como método contraceptivo, ou melhor, a desresponsabilização por parte dos casais que deixaram de ter preocupações contraceptivas, com base no facto de terem ao seu dispôr um meio último que lhes permite impedir o nascimento de uma criança, instalou-se.

A conclusão que devemos retirar será sempre algo subjectiva porque distam ainda poucos anos desde a entrada em vigor da despenalização, consequentemente não há estudos que possam fundamentar qualquer posição logo, possuímos ainda meras indicações.

No entanto, recordo que a argumentação que tinha por base o receio de que a interrupção voluntária da gravidez viesse a ser utilizada como método contraceptivo, aquando do referendo já pesava nas considerações dos anti-abortistas e, parece-me de facto que este aumento exponencial no número de abortos, não se deve apenas à diminuição dos abortos clandestinos.

Não creio que esteja em causa, para já, uma ponderação que reflicta a validade desta lei, mas é certo, pelo menos, que o Estado Português falhou rotundamente um dos objectivos indispensáveis à aprovação da lei: A educação sexual e o planeamento familiar simplesmente não existem, e são completamente nulos. Após várias promessas ainda não avançaram com as aulas de educação sexual nas escolas e o poder político assobia para o lado sempre que se toca neste assunto.

Uma vez mais digo, todas as formações políticas e todos os seus agentes têm responsabilidade nesta matéria, mas parece-me claro que os partidos que votaram favoravelmente à aprovação da lei, em particular o partido socialista- responsável pela condução dos destinos do país-, têm demasiadas responsabilidades nesta matéria para nada terem concretizado.

Á semelhança de outras situações que se passam neste nosso Portugal, este deixa-me particularmente preocupado e envergonhado, pela importância que acarreta e as consequências nefastas que causa para a população.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Frase da Semana

"Quem se atravessasse a dizer uma palavra contra a pessoa do ditador ia parar à cadeia no mesmo dia - isso é que era censura."



Mário Soares

10 de Fevereiro de 2010

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Estabilidade Governativa

Não sou daqueles que quer ver a todo o custo a cabeça do primeiro-ministro servida numa salva de prata; não me confundo com os que querem ver o seu partido no poder a todo o custo, apesar das consequências negativas para o país; não me revejo na enchurrada de comentários e opiniões que querem ver o Governo a demitir-se ou acham que o Presidente da República deve dissolver a Assembleia da República.

Não me parece de todo, que essa seja a melhor solução para o país. Vivemos um momento extremamente complicado da nossa vida política. O executivo é alvo de várias acusações extremamente graves, que não sabe ou não quer esclarecer; a justiça, não assume de forma clara a sua independência e isenção e não faz de forma eficaz o que lhe é exigido, que investigue e decida em conformidade; o país encontra-se numa grave crise, económico-financeira, social, política, que urge resolver e os órgãos da comunidade europeia têm os olhos postos na nossa actuação.

Dito isto, defendo de forma inequívoca, que o interesse nacional tem que passar pela estabilidade governativa, pelo cumprimento por parte do executivo do mandato para o qual foi legitimado pelo povo português. Parece-me que a população também não compreenderia que após três meses das eleições, fosse necessário legitimar novo executivo.

Deve imperar o interesse nacional, e efectivamente persegui-lo na prática, e deixar de apregoar o mesmo de forma inconsequente, apenas com objectivos pessoais e partidários que pouco têm a ver com o interesse do país.
Necessitamos pois, de um governo forte, empenhado na prossecução dos objectivos do país, exige-se essa responsabilidade. Por sua vez, deve nortear a oposição o sentido de estado, de serviço no interesse do país e da população.

Escuso-me a comentar a questão política e judicial em torno de José Sócrates e restante executivo, dizendo apenas que devem ser apuradas as responsabilidades pelos tribunais e esclarecidas as questões políticas, sem medos, sem receios, com determinação e isenção.
Coloca-se, porém, a questão da capacidade do primeiro-ministro possuir crédito bastante para promover as reformas que o país necessita e os combates exigíveis e necessários até ao fim da legislatura. Pessoalmente não sei, porque é uma questão que já não depende apenas da vontade de Sócrates, mas também da opinião pública, isto é, as tão propaladas condições de governabilidade que incluem a legitimidade do primeiro-ministro. Por isto, defendo a continuidade do governo, ainda que com outra figura do PS em substituição de Sócrates. Parece-me uma solução a ser ponderada e equacionada, e que teria na figura de António Costa uma boa figura.

Não me parece que esta seja uma opção inverosímel, como alguns referem, penso sim que caminhamos a cada dia, a passos largos, para que esta seja a única solução possível, tanto para o país como para o PS.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Mais um...já são 4!

Aguiar Branco também avança.

4 candidatos:
Pedro Passos Coelho, Castanheira Barros, Paulo Rangel e José Pedro Aguiar Branco.

Candidato


Na abertura dos Telejornais, a partir do Hotel Tivoli, Paulo Rangel apresentará a sua candidatura à liderança do PSD.

Percebe-se agora o oportunismo da sua declaração no Parlamento Europeu.

Percebe-se agora a agenda de muitos que se manifestam amanhã "pela liberdade".

Vencendo as eleições internas, Paulo Rangel passa a ser o "novo Ribeiro e Castro" do PSD. Deputado Europeu e Líder do Partido. Resultado? Zero!

New York Times, depois de CNN, BBC e Al Jazeera

Página New York Times


"Vamos resolver o défice em 3 anos";

"É uma tarefa difícil, claro, mas estou preparado para a fazer";

"Não precisamos de qualquer ajuda de Bruxelas";

"Todos os países desenvolvidos têm problemas com os seus défices";

"Imagem de Portugal como economia atrasada é uma ideia pré-concebida";

"País realizou reformas estruturais muito sérias nos últimos anos".

Pensamentos

Quando penso em Bettencourt, penso numa arrepiante incapacidade para gerir o futebol do SCP.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Sarah Palin apanhada com cábulas na mão

Sarah Palin parece ter voltado aos tempos de escola, como comprovam as notas rabiscadas na mão esquerda e captadas pelas câmaras de televisão durante um discurso da conservadora na "National Tea Party Convention", no passado sábado.

As imagens são esclarecedoras. Mostram Sarah Palin a ser entrevistada e a responder a uma pergunta consultando as notas que escrevera na mão esquerda: energia, redução de impostos, animar os americanos.

Os americanos é que não ficaram nada animados com mais um "Sarah Moment" [Momento Sarah]. A ex-candidata à vice-presidência dos EUA volta a falhar perante os eleitores, escassas horas depois de ter afirmado, numa entrevista à "Fox News", que está disponível para concorrer à Casa Branca em 2012.

Fonte: Expresso.pt

Início da Metapolítica de um camarada e amigo

E esta? Mas não abusem...

"O consumo moderado de algumas cervejas pode ajudar a fortalecer os ossos."

Em 2002, já se falava nisso...
.

Redes de Nova Geração




Acácio Pinto

Deputado do Partido Socialista por Viseu.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Enfim...


Tenho sido pressionado para falar neste blogue sobre o Sporting. É fácil compreender que a minha vontade em fazê-lo é nula. De facto, a actual situação do clube que apoio desilude-me tanto, ao ponto de acreditar que esta época se vão bater todos os piores recordes de sempre.

Podem-me acusar de ser um fraco adepto, de desistir facilmente do apoio. Provavelmente, até aceito essas acusações, pois estou farto! Estou farto dos líderes. Estou farto dos olheiros. Estou farto dos treinadores. Estou farto dos jogadores. Até estou farto do roupeiro Paulinho! Farto, farto, farto!

Já nem me custa observar as péssimas exibições, o laxismo dos jogadores, as derrotas, pois habituei-me a acompanhar todos os jogos com espectativas baixíssimas ou, mesmo sem elas.
Enfim...

A situação entre Sá Pinto e Liedson após o jogo contra o Mafra foi mais um capítulo da saga terrível do Sporting. Após a escolha de Sá Pinto para director-desportivo, toda a gente pensou na sua garra e na sua agressividade. Nunca na sua serenidade, valor essencial para uma posição daquelas (apesar de um director-desportivo no Sporting, não ser um verdadeiro director-desportivo na linha do que acontece no Real Madrid com Valdano ou na Juventus com Betega).

Enfim, teve um fim bem ao seu estilo. Liedson também não esteve bem, mas acabou por demonstrar que é o líder do balneário, e responde a críticas dentro de campo. Com golos e exibições.

Liedson é o único jogador que é impossível de criticar. A sua performance é bastante regular, sempre a grande nível, sem dar um lance por perdido, e a vir, muitas vezes, à posição do médio-defensivo, para ajudar e tentar facilitar a organização do jogo e o início de uma transição defesa-ataque. Daniel Carriço e Miguel Veloso são outras duas figuras que estão em grande, e que não merecem os resultados negativos do clube. Mas que dizer de Vukcevic, Pereirinha, Grimi, Postiga, Polga, Abel, Pedro Silva? São jogadores a mais, a jogar a menos, para uma equipa só! E quando isso acontece, o desconforto também atinge os outros conduzindo à segurança em relação ao seu lugar no onze. Num clube que luta por títulos, é imprescindível a existência de concorrência pelos lugares. No Sporting, isso é uma miragem.

Enfim...

Os valores disponíveis para transferências neste Mercado de Inverno são inexplicáveis e revoltam todos os que, como eu, consideravam desde Agosto de 2009, que com aquele plantel não íamos a lado nenhum. Nenhum treinador teria resultados com aquele plantel. Era impossível! E depois de acontecer o previsto, quem ficou com as culpas foi Paulo Bento. Um treinador que há 4 anos, andava a fazer milagres com o plantel que tinha à disposição.

Enfim...

Sendo assim, resta-me dizer que apesar de tudo isto, ainda vou a Alvalade ver o jogo contra o Everton. Bem...depende da 1ªmão, obviamente!

Quanto ao jogo de amanhã, tive 2 convites para o ir ver ao estádio, mas recusei os dois. Algo que me entusiasmava, agora tornou-se num completo sacrifício...

Sportinguista sempre, apesar de tudo...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Frase da Semana


"Portugal está desencontrado, pelo que a medida mais urgente é que o país se encontre"

Ludgero Marques, Presidente da AEP (Associação Empresarial de Portugal)
1 de Fevereiro de 2010