quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Workshop "Casos de Desenvolvimento Regional" (parte 4)

Nas 3 sessões, destaco 2 temas pelo maior interesse e atenção que me despertaram:

- “GAICE – Gabinete de Apoio à Inovação, Competitividade e Empreendedorismo”, apresentado pelo orador Paulo Júlio, Presidente da Câmara Municipal de Penela, que divulgou aspectos como a localização estratégica favorável ao investimento, a proximidade aos principais eixos de mobilidade, o Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE), estratégias de eficiência colectiva e redes de cooperação, Programa Director de Inovação, Competitividade e Empreendedorismo (PD-ICE), dinamização da base económica local (atracção de investimento privado, promoção da actividade empresarial, desenvolvimento rural), promoção de cultura dos valores empreendedores, de iniciativa e de criatividade, valorização do território com atracção de visitantes e intervenções no património e ao nível das infra-estruturas. Terminou a sua apresentação com uma mensagem bastante sugestiva: “Não há territórios condenados ao fracasso”, evidenciando a importância de um modelo de desenvolvimento local bem definido;

- “A ideia de cidade inteligente como contributo para o desenvolvimento territorial”, apresentado por Gonçalo Santinha, investigador na Universidade de Aveiro. Com este tema, pretendeu demonstrar o papel das TIC no estabelecimento de redes, no sentido de novas formas de governação com novas abordagens. De facto, ficou mostrado que a chamada “atitude inteligente” constitui um novo patamar de desenvolvimento para as cidades, com conhecimento, inovação tecnológica, criatividade dos habitantes, forte liderança institucional e capacidade organizacional, procura de soluções, aumento de competitividade e sustentabilidade. Tudo isto sem a intenção de “rotular”, pois as estratégias não são reactivas, mas sim de médio/longo prazo. Melhorar a provisão de infra-estruturas de telecomunicações e serviços baseados nas TIC, aumentar a disponibilidade de informação aos cidadãos e agentes socioeconómicos, e criar meios tecnológicos para promover a participação pública nas políticas e processos de tomada de decisão são alguns dos objectivos que surgem. No entanto, apesar de a oferta das TIC ser necessária, não é suficiente, pois depende da procura e da capacidade instalada, e devem existir a perspectiva supra-local (visão estratégica) e a inter-sectorial. Foi dada relevância ao facto de nem tudo girar em torno das TIC, sendo essencial saber colocar o “e” e saber como os agentes agem, para aperfeiçoar os mecanismos de governação. Em jeito de conclusão, foi referido que é urgente a alteração da percepção convencional, com uma atitude diferente, mais inteligente, que compreenda o potencial das TIC.

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