As eleições para a Presidência da República vão realizar-se em 2011, e surgem já os rumores de eventuais, hipotéticos candidatos. No que concerne ao centro direita, é quase certo que Cavaco Silva apostará na recandidatura ao cargo de mais alto magistrado da nação, contando com o apoio do PSD e do CDS-PP. Apenas a acontecer uma hecatombe política desfavorável ao actual Presidente, poderia alterar o cenário da sua recandidatura.
As dúvidas colocam-se quanto ao candidato apoiado pelo partido socialista, ponderação que requer "mil cuidados", devido à posição de maioria relativa do governo de Sócrates, e à coabitação entre órgãos de soberania após as eleições presidenciais. Assim, a opção do PS, oscila entre a necessidade de encontrar um candidato forte, que possa de facto disputar a corrida presidencial, evidenciando os lapsos que vêem sendo cometidos por Cavaco Silva, e colocando este último numa posição desconfortável, ou, na alternativa de apresentar um candidato competente, mas sem real capacidade de conquistar Belém, não hostilizando a Presidência e mantendo uma paz precária entre esta e o Governo.
Interessa também recordar que surge uma terceira estratégia, já levada a cabo por Cavaco Silva em 1991, ao manifestar o apoio do PSD à recandidatura de Mário Soares à Presidência da República, opção que se revelou infrutífera, visto que Mário Soares encetou um mandato de completa hostilização e contra-poder à última maioria, exemplo disso foi o seu patrocínio ao congresso "Portugal que Futuro?", que desencadeou múltiplas críticas ao governo de então.
Tomando em consideração estas variáveis, cabe a José Sócrates procurar o candidato que possa preencher as suas ambições, e tem surgido com alguma frequência o nome de Jaime Gama, actual Presidente da Assembleia da República. É um nome bastante considerado pelas hostes socialistas e retratado por Correia de Campos como um homem que "infunde confiança e solidez" e que "possui perfil para o cargo de Presidente da República"; Já o dirigente socialista Vítor Ramalho considera-o " um homem de pensamento, de reflexão", acrescenta que " não é de grandes afectos".
Jaime Gama considera-se um social-democrata que, na sua juventude, ao contrário de vários políticos actuais, não esteve em movimentos de extrema esquerda, tendo sido actor principal na fundação do PS, e do período pós 25 de Abril de 1974.
As expectativas em torno de Jaime Gama, prendem-se com o facto de este, aos olhos da opinião pública possuir uma imagem de rigor e seriedade na política- como o comprovam as recentes medidas tomadas na Assembleia da República-, e ser capaz de reunir à sua volta os partidos mais à esquerda do PS, permitindo um eventual confronto da esquerda em bloco contra Cavaco Silva nas Presidenciais de 2011.
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