Tal como havia referido no texto que escrevi a propósito do casamento gay, no qual abordei a questão da adopção de crianças por parte de casais homossexuais, para além da prevísivel aprovação do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, avizinha-se próximo uma vaga de fundo, acolhida, de forma clara, pelo PCP e Bloco de esquerda, com a intenção de propor, a breve trecho, a possibilidade de adopção de crianças, por casais homossexuais.
Pelas razões que avancei no post que então escrevi, não entendo que essa seja uma boa opção nos tempos que correm; pelo interesse primeiro da criança; por razões estritamente políticas e porque entendo que a sociedade portuguesa não está preparada para acolher essa opção.
Por tudo isto, assinalo como significativo que o relatório avançado na passada segunda-feira, dia 21 de Dezembro, em sede da comissão de Assuntos Constitucionais, por parte do deputado do PSD, Bacelar Gouveia, referindo que o PCP e BE assumiam "ainda que de forma disfarçada, a adopção de crianças por casais homossexuais", tenha sido chumbada, afirmando estes dois partidos que o parecer do deputado é tendencioso.
Como já havia referido, a permissão do casamento entre pessoas do mesmo sexo, abrirá uma caixa de pandora em relação à adopção por casais homossexuais. De facto, parece claro, que estas forças políticas, a par de alguns movimentos de cidadãos, tentarão capitalizar a obtenção dos seus intentos, com a aprovação desta lei, iniciando, logo após a sua promulgação, o combate tendente à legalização da adopção por casais homossexuais, na nossa lei civil.
Atento, o deputado Bacelar Gouveia, pretendeu marcar posição, desconsiderando os projectos de PCP e BE, consciente de que esta não é uma boa opção nem a curto, nem a médio prazo. De resto, não tem em consideração os interesses das crianças, mas sim, o egoísmo de todos aqueles que pretendem a igualdade plena, sacrificando, os mais frágeis e indefesos, as crianças.
No entanto, não é crível que, tanto Governo, e partido socialista se deixem enredar por este, suposto, esforço de desenvolvimento e paridade, e, logo, não parece que esta legislatura venha a acolher novas alterações legislativas nesta matéria, para além das previstas.
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