Portugal continua com os defeitos de sempre. Os privados servem o Estado e o Estado serve-se dos privados. Os tiques salazaristas mantêm-se: o Estado joga Monopólio e brinca às televisões. A PT fez uma triste figura.
Uma das coisas mais tristes de Portugal é a vontade dos governos de desenharem a nossa economia a régua e esquadro, de 'construírem' grupos económicos, de usarem a Caixa e as empresas em que participa em jogos de dinheiro e de poder, coisas que andam ligadas.
Todos os governos têm estes tiques e todos sonham em levar as suas manias e protegidos para outras paragens, em aventuras bizarras com gente pouco séria. A Venezuela foi o último desastre. Andamos de braço dado com um tiranete, como era óbvio para todos, menos para o Governo e os empresários que vêem em Chávez um Bolívar, quando o que ali está é o Mugabe a falar castelhano.
Estas manias estão enraizadas e presentes em todos os governos. As privatizações de Cavaco Silva estão cheias de exemplos destes. Guterres, Durão, Santana e Sócrates foram seguidores. Portugal é um país em que todos estendem a mão ao Estado e o Estado dá a mão a alguns.
O assalto ao BCP é exemplar. A CGD emprestou milhões a empresários para comprarem acções do BCP. Consumado o assalto, os mesmos empresários (agora falidos) contrataram a administração da CGD para se mudar para o BCP! Pormenor: o convite foi feito pelo líder da EDP, uma empresa paraestatal. E o que é que o Governo disse na altura? Que não sabia nada...
A vergonha em que a PT se enredou só existe por causa disto. A PT é uma empresa bem gerida. Conheço bem e admiro vários administradores. Fui director da SIC Notícias, quando a PT (e, depois, a ZON) detinha 40% do canal e não tenho qualquer razão de queixa. Mas neste caso a PT pôs-se a jeito num negócio feito a pedido, promovido e abençoado pelo Estado.
Estão em causa assuntos sérios: desde o início do ano que o Governo sabe que a Prisa quer vender a Media Capital. Desde essa altura a PT, onde o Estado detém uma golden share e a GGD está presente, prepara e avalia o negócio. Em 2004 Sócrates queria proibir por lei a PT de estar nos media e a PT fugia dos media. Agora queriam o contrário. Porquê? A tentação política era grande. E a tentação do negócio enorme.
Eu sei que o país não é um research da Merrill Lynch ou um powerpoint da McKinsey. Mas era difícil à PT perceber os perigos que corria? Por um punhado de euros ia resgatar um canal para os braços do Estado. O Governo nunca ia agradecer. Na política isso não existe.
Meu caro Zeinal Bava, na política pedem-nos coisas. E depois tiram-nos o tapete. Relê as "Meditações" do Marco Aurélio. Está lá tudo.
Estas manias estão enraizadas e presentes em todos os governos. As privatizações de Cavaco Silva estão cheias de exemplos destes. Guterres, Durão, Santana e Sócrates foram seguidores. Portugal é um país em que todos estendem a mão ao Estado e o Estado dá a mão a alguns.
O assalto ao BCP é exemplar. A CGD emprestou milhões a empresários para comprarem acções do BCP. Consumado o assalto, os mesmos empresários (agora falidos) contrataram a administração da CGD para se mudar para o BCP! Pormenor: o convite foi feito pelo líder da EDP, uma empresa paraestatal. E o que é que o Governo disse na altura? Que não sabia nada...
A vergonha em que a PT se enredou só existe por causa disto. A PT é uma empresa bem gerida. Conheço bem e admiro vários administradores. Fui director da SIC Notícias, quando a PT (e, depois, a ZON) detinha 40% do canal e não tenho qualquer razão de queixa. Mas neste caso a PT pôs-se a jeito num negócio feito a pedido, promovido e abençoado pelo Estado.
Estão em causa assuntos sérios: desde o início do ano que o Governo sabe que a Prisa quer vender a Media Capital. Desde essa altura a PT, onde o Estado detém uma golden share e a GGD está presente, prepara e avalia o negócio. Em 2004 Sócrates queria proibir por lei a PT de estar nos media e a PT fugia dos media. Agora queriam o contrário. Porquê? A tentação política era grande. E a tentação do negócio enorme.
Eu sei que o país não é um research da Merrill Lynch ou um powerpoint da McKinsey. Mas era difícil à PT perceber os perigos que corria? Por um punhado de euros ia resgatar um canal para os braços do Estado. O Governo nunca ia agradecer. Na política isso não existe.
Meu caro Zeinal Bava, na política pedem-nos coisas. E depois tiram-nos o tapete. Relê as "Meditações" do Marco Aurélio. Está lá tudo.
1 comentário:
Este ricardo costa é como o outro... Também tem a mania que é o maior!
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