A expectativa em torno dela é alta, pois o assunto é a crise económica, que começou por ser financeira, a qual abala os mercados pelo mundo.
Sei que é um risco referir algo sobre esta reunião, nomeadamente 2 dias antes de ela acontecer. Neste sentido, apraz-me apenas dizer que não prevejo nenhum tipo de decisão concreta e definitiva. Somente prevejo a criação de um calendário claro que possibilite a definição de um novo paradigma para a supervisão financeira.
Sendo assim, considero que esta reunião do G-20 vai possibilitar um progresso mais cosmético do que real. No entanto, é minha esperança que os países desenvolvidos deixem para segundo plano os seus interesses particulares, como me parece que vai acontecer com Barack Obama. A este propósito, David Miliband (Ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido) já referiu que está seguro que "Obama não vai a Londres para impôr as ideias e os programas de uma superpotência" e que esta reunião "marcará o fim de uma era em que reinou o unilateralismo dos Estados Unidos". De facto, o presidente norte-americano está empenhado na resolução da crise pedindo medidas "audaciosas e coordenadas". Barack Obama, juntamente com Gordon Brown são, de facto, as grandes esperanças desta reunião.
Muitos são os que dizem que esta é a última oportunidade de o mundo dar uma resposta coordenada à depressão económica global. Tenho um certo receio em admitir isso, na medida em que ao fazê-lo estaria a emitir um sinal inequívoco de que os países do G20 estão totalmente preparados para estabilizar o sistema financeiro e lançar as bases de uma economia sustentável, em que os princípios do livre mercado sejam preservados e o recrudescimento do protecionismo, evitado. E não estou totalmente certo em relação a isso. Esperemos para ver.
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