Quando se ouvia falar nos nomes de Tony Blair e José Maria Aznar para a Presidência da Comissão Europeia, eis que o PPE (Partido Popular Europeu) decide apoiar publicamente Durão Barroso para uma recandidatura.
Ângela Merkel, que tem uma grande influência dentro deste Partido, andava nos últimos tempos a ponderar a substituição do português, mas acabou por recuar e, consequentemente, deu o seu apoio à reeleição de Durão Barroso.
Uma personalidade que desejava entusiasticamente a substituição de Durão Barroso era Nicolas Sarkozy, que tinha como razão principal ou objectivo encerrar o mau ciclo que a Europa atravessa, com um novo projecto.
Gordon Brown é a personalidade que mais apoia Durão Barroso, o que não é difícil de compreender, pois é claro que não gostaria muito de ver o reaparecimento de Tony Blair na cena política, visto que este o manteve na segunda linha de acção durante o seu período de poder.
De facto, esta recandidatura de Durão Barroso tem os seus prós e contras.
Se se desejava ter um novo projecto, surgia a necessidade de colocar um homem como Tony Blair ou José Maria Aznar à frente da Europa, ou seja, um homem com forte peso. Contudo, nesta situação, surgiria um perigo para os interesses europeus. Este perigo residia no facto de os interesses europeus estarem habituadíssimos a que quem mande na União Europeia sejam 4 ou 5 países grandes em consenso e a administração de Bruxelas, o que ficava mais difícil com a presença de um homem com vida política própria e autonomia de decisão.
Durão Barroso acaba por ser o homem útil, na medida em que é um executor de políticas excelente e que faz tudo para não ser inconveniente ou irreverente politicamente. Esta escolha tem também outra vantagem que é a da estabilidade política. De facto, com esta recandidatura, não se abre uma guerra política entre socialistas, populares e liberais para escolherem entre Blair e Aznar, de acordo com os resultados das eleições europeias.
Com a manutenção de Barroso, a estrutura de poder europeia vem demonstrar que confia muito nos velhos métodos tradicionais, pois, num momento em que é essencial existir confiança para superar a crise económica e financeira e não deixar fracassar o Tratado de Lisboa, é difícil que Barroso seja o homem que a vai conseguir reavivar.
2. Planos Pessoais
-Dez anos de governação como Secretário de Estado e Ministro nos Governos de Cavaco;
-Dois anos como Primeiro-Ministro (2002 a 2004);
-Dez anos como Presidente da Comissão Europeia (2004 a 2014);
-Dez anos como Presidente da República (2016 a 2026) ???
Como se pode ver pelos 4 itens expostos, é fácil considerar que com um novo mandato de 5 anos como Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso já pode começar a planear a sua candidatura a Presidente da República em 2016. Certamente, ele já pensou nisso e agora vê a sua situação muito facilitada, pois se essa candidatura surgir coincide com o fim do segundo mandato de Cavaco Silva que não se poderá candidatar novamente.
Com tantos anos de poder, esses possíveis 10 anos como Presidente da República (2 mandatos) só lhe poderão escapar se surgir a ameaça de um candidato presidencial forte, como António Vitorino, António Guterres ou até José Sócrates.
São apenas previsões e/ou expectativas minhas, onde não incluo preparação de Guerras em Bases Aéreas...resta-nos esperar para ver...
1 comentário:
Durão é, sem dúvida, uma importante opção, dentro do espectro político da Direita, a ter em conta para as Presidenciais de 2016. Ainda assim, acrescento os nomes do sempre falado Marcelo Rebelo de Sousa e do eterno candidato a candidato a tudo e mais alguma coisa Pedro Santana Lopes
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