O percurso democrático em Portugal demonstra que apenas dois partidos se encontram em condições de poder governar de forma efectiva, tanto por razões estritamente eleitorais, de aceitação popular, bem como por razões de ordem política, da prossecução de projectos viáveis e exequíveis do ponto de vista do crescimento económico.
No entanto, tanto o PS como o PSD veêm-se confrontados com diversas questões, que estão a minar de forma efectiva e real a confiança dos Portugueses. O PS degladia-se com acusações de falta de liberdade de expressão e de opinião no seio do seu partido, afirmado por um dos seus históricos; o seu Secretário-Geral vem sendo acusado diariamente de ligações ao caso Freeport, em que alegadamente terá tido alguma participação no estranho e rápido processo de licenciamento, e em abono da verdade, o mesmo não tem sabido rebater convenientemente.
O universo PSD, encontra-se em convulsão, na medida em que a sua líder não recolhe uma larga aceitação por parte do eleitorado, e a entourage laranja apercebendo-se deste facto, exige uma liderança forte, vencedora, o que não se revela nas sondagens e que alimenta a luta interna na procura de novo líder.
Estes acontecimentos têm claras consequências na sociedade civil, visto que não há uma identificação com a classe política. Mais, os Portugueses não se identificam com as políticas defendidas e têm sérias dúvidas ao nível da credibilidade e seriedade dos políticos.
É pois, fundamental vincular desde já todos os que ocupam orgãos de soberania e cargos representativos, a um código de conduta, em que a ética e o sentido de Estado devem imperar, sob pena da desvinculação definitiva dos cidadãos em relação à política, com efeitos extremamente perversos para a democracia Portuguesa.
Na minha formação política e jurídica adquiri, que, valores como a responsabilidade, a seriedade e a verdade no desempenho de cargos públicos são fundamentais para incrementar o respeito e a vinculação de todos para a prossecução de um objectivo comum.
É para mim claro que a ideia que deve presidir no dempenho de funções públicas, reside na convicção de servir os outros, por uma razão de princípio e não para nos servirmos pessoalmente.
Infelizmente, não é esta, a ideia prosseguida pela nossa classe política, salvo raras excepções...
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