Elisa Ferreira apresentou ontem a sua candidatura à Câmara Municipal do Porto.
Elisa Ferreira foi ministra do Ambiente quatro anos, no tempo de Guterres, com a dura tarefa de impor a co-incineração, e foi ministra do Planeamento, tendo estruturado o terceiro quadro comunitário. O Douro Património Mundial e as aldeias históricas são outras das suas marcas. Além disso, esta professora universitária, doutorada em Economia, foi vice-presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte e da bancada do PS.
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"Se a cidade me escolher e me entregar os seus desígnios, eu tudo largarei para me dedicar de alma e coração, e apenas, ao Porto. Se me derem a vossa confiança serei a tempo inteiro, com toda a minha força e com toda a minha energia, presidente da Câmara Municipal do Porto. Interessante: serei a primeira mulher presidente da Câmara do Porto", afirmou Elisa Ferreira na cerimónia de apresentação da sua candidatura, no edifício da Alfândega.
Elisa Ferreira, que é há cinco anos eurodeputada e que não escondeu o seu prazer no tratamento dos dossiês da UE, afirmou, "olhos nos olhos", que "nada senão o Porto" a faria desistir desse "combate essencial para nosso futuro" que é o debate europeu em torno do seu aumento da competitividade.
Numa cerimónia onde estiveram presentes nomes como o líder do PS, José Sócrates, o ex-Presidente da República Mário Soares, os ministros da Cultura e das Obras Públicas, o ex-autarca portuense Fernando Gomes e inúmeras figuras da cidade, Elisa Ferreira considerou que este é o seu momento de "dizer 'presente' alto e bom som".
Afirmando que é "aquilo a que vulgarmente se chama uma independente", visto não ser filiada em nenhum partido, a cabeça-de-lista do PS à Câmara do Porto recordou que esse facto nunca a impediu de "comportamentos cívicos claramente assumidos"."Apesar dessa minha característica, cedo encontrei no PS não só o enquadramento ideológico de referência como uma abertura e tolerância excepcionais", afirmou, recordando os seis anos em que foi ministra de António Guterres, os dois em que foi deputada na Assembleia da República e os quase cinco que já leva de eurodeputada, sempre em representação daquele Partido."Recentemente, essa confiança foi renovada: criaram-se as condições políticas para que o PS tiesse o gesto de convidar uma independente para constituir uma lista vencedora para liderar os destinos do Porto. Uma lista aberta, constituída por cidadãos sérios, competentes, disponíveis para trabalhar com toda a sua experiência", afirmou.
A sua candidatura, afirmou, "parte da percepção, sentida por todos e um pouco por toda a parte, de que a cidade, outrora pujante, está hoje doente, triste, adormecida, sem ânimo e em declínio, tendo perdido centralidade". Mas parte também "da certeza de que os constrangimentos e as dificuldades não são razão para desistir. É necessário e possível disseminar a esperança e recuperar a confiança", acrescentou, garantindo que a única coisa que a move é "o amor ao Porto".
"Quem me conhece sabe que não receio os combates, sobretudo quando estão em causa princípios, valores e convicções. Mas não são as críticas, os ódios ou os conflitos que me motivam", acrescentou.
Numa intervenção onde não referiu uma única vez o nome do actual presidente da Câmara do Porto, o social-democrata Rui Rio, Elisa Ferreira considerou que a cidade precisa de "liderança e determinação mas, para que a determinação não se resuma a teimosia, ela tem de ser aplicada em objectivos, numa ambição, numa visão para a cidade"."Tenho essa ambição e essa visão e também sinto que o Porto a quer ter. O Porto sabe o que quer: quer resgatar centralidade e protagonismo, quer afirmar-se como cidade contemporânea e cvosmopolita, quer ser parte activa na reconstrução de uma economia nacional e regional sólida e competitiva. Não quer ser uma cidade conformada, amesquinhada, esquecida ou subsidiada. Não é isso que nos corre no sangue nem na nossa história", disse.Elisa Ferreira garantiu que a Câmara que pretende liderar "estará aberta à sociedade e à economia, porque não chega cumprir as funções tradicionais, nem sequer propor-se fazer melhor: é preciso fazer completamente diferente".
A candidata disse pretender agregar em torno do seu projecto os actores mais preparados da cidade mas também "os menos visíveis mas não menos importantes que têm de ser valorizados porque são eles que verdadeiramente ajudam a 'coser' uma malha social".
Elisa Ferreira referiu especificamente a necessidade da Câmara de manter diálogo com associações empresariais e com promotores de "projectos culturais relevantes" como o Coliseu do Porto, Fantasporto e festivais de teatro, mas também com "grupos culturais e desportivos, os clubes mais tradicionais da cidade e tantos cidadãos que, no anonimato, são agentes activos essenciais para que a cidade seja um organismo vivo".Haverá ainda espaço para o apoio social nos bairros e juntos das populações menos favorecidas como os idosos e projectos de apoio à diversidade.
Todo este projecto, garantiu, será feito "com o País e a Europa"."Não o faremos contra ninguém mas exigiremos a quota-parte que nos cabe das políticas e das prioridades nacionais. É assim que interpreto a presença hoje aqui de José Sócrates, o secretário-geral do PS mas também o primeiro-ministro mais reformador e determinado que o País teve nas últimas décadas.
Agradeço a confiança que depositou em mim e tudo farei para não a desmerecer. Sei também que entende a minha lealdade para com os portuenses e a cidade e que saberá sempre interpretar o inconformismo e a minha determinação como formas de exprimir uma vontade de progresso nacional que também passa, ousaria dizer que passa sobretudo pelo Norte e por esta mui nobre, leal e invicta cidade do Porto", disse.
in http://www.destak.pt/ ]
A carta que nunca te escrevi.
Há 11 anos
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