O tema da conferência foi "o trabalho e a crise económica", e o nosso Primeiro-Ministro esteve lá hoje, onde aproveitou para condenar as vias do proteccionismo ou da desregulação social como resposta à actual crise, defendendo em contrapartida os valores do modelo social europeu na construção da nova ordem mundial económica e financeira.
"O caminho não passa pelo proteccionismo nem pela redução dos direitos sociais. Precisamos antes de renovar a regulação económicas aos níveis nacional, europeu e mundial. Sei que é um caminho difícil, mas só por esse caminho seremos capazes de assegurar a paz civil nas nossas sociedades".
"Depois desta crise, não pode ficar tudo na mesma. Não podemos responder à crise com as mesmas medidas que a geraram".
"Se há continente em boa posição para defender os méritos de uma regulação mais forte, é o continente europeu".
"O modelo social europeu deve influenciar a nova ordem económica e financeira. Um novo sistema de regulação que proteja o mundo daquilo que aconteceu".
"A actual crise exige mais Europa, mais integração política e maior concertação económica entre os diferentes países".
"Não quero nem pensar no que teria acontecido perante esta crise, se a Europa não tivesse um mercado único e uma moeda única, que tanto nos defendeu do impacto da crise financeira".
"A presente crise internacional impõe que os valores do modelo social europeu estejam mais presentes nas organizações políticas internacionais".
"A presente crise mundial deve precisamente ser uma oportunidade para corrigir as estratégias que predominaram nas últimas duas décadas".
São palavras de José Sócrates que como Primeiro-Ministro e como Secretário-Geral do Partido Socialista tem o mérito de ter conseguido dominar a agenda política nacional, sendo lícito referir que está na linha da frente no que diz respeito ao marketing político que caracteriza cada vez mais os actuais líderes mundiais.
Ontem, esteve presente em Viseu na sequência das visitas que tem feito a cidades do País no sentido de apresentar a sua Moção de recandidatura a Secretário-geral aos militantes socialistas. Aproveitou a situação, como era de esperar, para responder à presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, que considerou que o alívio da carga fiscal da classe média "não é exequível, é uma fantasia" e afirmou que "não está definida a concepção de rico".
José Sócrates replicou defendendo que "É uma proposta razoável, exequível, a favor da equidade fiscal e da justiça fiscal", e explicando que o que propõe é que o próximo Governo faça uma reforma do sistema fiscal "de modo a que os rendimentos mais elevados tenham menos deduções" e, "aproveitando essa folga", se possam reduzir os impostos à classe média.
Sem comentários:
Enviar um comentário