No domingo à noite, nos Estados Unidos da América ( E.U.A), foi aprovado pela Câmara de Representantes, pela maioria democrata, a polémica lei da reforma do funcionamento do sistema de saúde.
A aprovação desta lei visa o alargamento de cuidados de saúde a cerca de 95% da população norte-americana, ou seja, garante o acesso de 32 milhões de pessoas que antes não gozavam de cuidados médicos ( até a este momento, apenas 85% da população gozava do acesso à saúde), numa reforma que está avaliada em 940 mil milhões de euros ( cerca de 693 mil milhões de euros).
A par da lei da segurança social de 1935 e da lei que criou o medicare em 1965, esta reforma marca um momento histórico na vida política norte-americana e o seu presidente, Barack Obama fica, indissociavelmente, ligado a esta aprovação.
Nas suas palavras, " respondemos à chamada da história e provámos que somos capazes de fazer grandes coisas e lidar com grandes desafios". Esta é, na verdade, uma vitória de Barack Obama, por ter mobilizado todos os esforços, e todo o seu capital político nesta questão fundamental. De facto, a importância desta lei, mas também da sua controvérsia, demonstram-se pela incapacidade de vários presidentes em conseguirem a sua aprovação, entre eles, Harry Truman, John F. Kennedy e Bill Clinton, uma lei que foi apelidada de " dossier politicamente tóxico e impossível de resolver".
Ao presidente dos Estados Unidos da América, era publicamente reconhecido o seu espírito apaziguador, mas, ao mesmo tempo, a sua resolução em levar por diante uma alteração do paradigma da política norte-americana. Faltava passar das palavras aos actos, e, de forma inequívoca, contra uma fatia considerável da população americana, Obama mostrou espírito combativo e uma vontade irresístivel para aprovar a reforma da saúde. Conquistou, portanto, o seu lugar na história e soube estar à altura das exigências relativamente a uma questão nada consensual, que há demasiado tempo vinha sendo debatida.
Uma vez mais, demonstro a minha admiração, não pelo homem, mas pelo político, porque conseguiu dar numa primeira fase, esperança a todos aqueles que esperam um mundo melhor e mais justo. Agora, afirma a sua determinação e resiliência ao ser "fiel às suas convicções, e ter a coragem de fazer o que está certo".
Outras batalhas se aproximam como a reforma da regulação do sistema financeiro, a reforma da lei da imigração, ou mesmo a gestão das frentes de guerra no Iraque e no Afeganistão, com a certeza de que esta administração norte-americana liderada por Barack Obama tem o estímulo e a vontade de se bater pelas melhores causas. Assim os esperamos!
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