sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Entrevista de Manuela Ferreira Leite


Ontem, dia 20 de Agosto, Manuel Ferreira Leite foi ao programa de Judite de Sousa; entrevista que decorreu sob o contexto das próximas eleições legislativas do dia 27 de Setembro.
Foram várias as ilações que se puderam retirar desta entrevista e, foi patente e visível a intenção de a Presidente do Partido Social Democrata se demarcar da política defendida pelo engenheiro José Sócrates, demonstrando assim, que existem divergências inconciliáveis entre as duas candidaturas.
Uma das ideias mais presentes em toda a entrevista foi a necessidade de "falar verdade aos portugueses", assim como, não incluir certas bandeiras eleitorais no programa de governo, que, difícilmente serão cumpridas, atacando desta forma, o irrealismo e a propensão de caça ao voto, evidenciada pelo "ambicioso" programa de governo socialista.

Outro ponto em foque foi a "asfixia democrática", que segundo FL, se tem vivido nesta legislatura, havendo um constante clima de medo e retaliação na sociedade portuguesa, perpetuado por intermédio do condicionamento da comunicação social, através de processos judiciais, à semelhança da promiscuidade evidenciada por certos socialistas no desempenho de cargos públicos em pleno exercício.

FL tentou também combater a ideia- alimentada pelo Partido Socialista- de que o PSD ainda não apresentou o seu programa de Governo- agendado para 27 de Agosto- para poder esconder dos portugueses as suas opções estratégicas. FL rebateu esta ideia, defendendo, que de há um ano para cá, em todas as suas declarações tem afirmado claramente quais são as opções do PSD para a próxima legislatura nas mais diversas áreas, avançando algumas propostas, entre as quais a necessidade de- caso não haja surpresas ao nível das contas do Estado- reduzir os impostos que tributam o trabalho e os produtos, por forma a promover as exportações e, necessariamente, a competitividade do País. Esteve também presente uma vez mais, no seu discurso, a exigência e o imperativo, de apoiar de forma mais clara as pequenas e médias empresas, com o intuito de promover e aumentar a empregabilidade, que atinge, neste momento níveis históricos. Proposta esta que, por seu lado, é já também defendida pelo engenheiro Sócrates, a par de outras propostas com um claro pendor social, ou não estivessemos em pré período eleitoral- pena é, que durante quatro anos o ouvíssemos falar( perdão), fazer tão pouco em relação às PMes, e em relação às necessidades sociais mais prementes na nossa sociedade.

Na parte final do debate, como era expectável, Judite de Sousa, interpelou FL acerca do ingresso de António Preto e de Helena Lopes da Mota nas listas de candidatos para as legislativas, num momento em que ambos são arguidos de processos com julgamento marcado.
Penso que aqui residiu o calcanhar de Aquiles da entrevista porque não compreendi/ aceitei a justificação dada por FL, ao mesmo tempo que me é completamente incompreensível que, após o partido se ter notabilizado e distinguido por certa forma de estar que, impedia que candidatos que estivessem envolvidos em processo-crime pudessem integrar listas a sufrágio, e que se manifesta agora em capital perdido perante a situação actual. É de certa forma incompreensível esta inflexão de forma de agir, após ter liderado uma nova forma de fazer política ao proibir duplas candidaturas, levando o PS a reboque desta opção, que, na minha opinião teve repercussões no eleitorado.

Grosso modo, a estratégia de FL, pautou-se pelo acentuar da exigência de implementar uma política económica rigorosa, cortando essencialmente nos gastos e na despesa do Estado,- que se encontra balofo e ineficiente nas suas tarefas- e apostando em reformas de base na área da justiça, da segurança, do ensino e da saúde, consideradas pilares basilares do nosso Estado de direito democrático. FL aposta num discurso sem floreios e artifícios oratórios,e que, reside no imperativo de tornar Portugal num País competitivo, mais justo e homogéneo, elevando o nível de vida das populações, mas, sem prometer fundos e mundos que, ao liderar o governo de Portugal, não possa levar a cabo.
De certa forma, é cada vez mais evidente a diferença de postura e de política entre FL e José Sócrates, que, ao longo do tempo, tem vindo a acentuar-se, e que, demonstra de forma efectiva e clara que há duas perspectivas completamente opostas para o País, resta ao povo português fazer as suas opções.

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